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Oliver

— Senhor, eu não posso deixar você entrar. — repete um senhor uniformizado e com cara fechada. — É uma questão de privacidade.

Estou cansado do voo. Todos os assentos da primeira classe estavam esgotados e eu não estava disposto há esperar uma hora e meia para preparar o jato, então acabei na parte de trás do avião.Nunca mais.

Quando cheguei a Los Angeles, o tráfego estava tão ruim que demorou quase duas horas para chegar de lá até o arranha-céu próximo a Beverly Hills onde Madeleine supostamente vive. Meu temperamento está por um fio muito fino e muito quebrável. Aperto
as flores na minha mão com tanta força que acho que algumas das hastes estalam.

— Então diga a Madeleine para vir até aqui.

— Ela tem uma política de sem contato, senhor.

O porteiro tem um pescoço curto, mas ainda há muita área para envolver minha mão e sufocar as informações de contato de Madeleine. Ele deve sentir o perigo, porque sua mão desliza sob a mesa, onde provavelmente está um botão de pânico. Tempos de desespero pedem medidas desesperadas.

— Espero que você esteja entrando em contato com os ocupantes do edifício para que eles saibam que em breve haverá uma festa lá fora.

As sobrancelhas dele sobem. — O que?

— Estou chamando uma banda mariachi para tocar ao vivo. Eu acho que existem algumas em LA. Ou uma banda de rock ou um grupo de hip-hop ou talvez um coral inteiro. — Eu mostro meu celular.

— Por que você faria isso? — Ele quase grita e tenta tirar o telefone do meu alcance.

— Se eu não puder ir até Madeleine, vou fazer com que ela venha até mim.

Seus olhos disparam para a direita e para a esquerda,provavelmente procurando por algo que ele possa me bater na cabeça.

O prédio é bonito, provavelmente quarenta andares. O interior do lobby é todo em mármore branco com toques exclusivos de Liz Diller.Em suma, é um lugar cheio de pessoas ricas e ele sabe que as pessoas ricas gostam de privacidade e silêncio. É por isso que, apesar de morar na cobertura do meu prédio, os dois andares abaixo de mim estão vazios. Eu gosto do meu espaço e da minha calma. Eu começo a discar.

— Espera! Espera!! — Ele grita, levantando a mão como um sinal de alerta. — Veja. Eu ligo para ela, ok? Se ela não quiser descer, você tem que aceitar isso.

Não vou aceitar, mas aceno para ele ir em frente.Ele se senta na cadeira e vai para frente dos computadores. Ele digita alguma coisa e depois retorna com um sorriso satisfeito.

— Feito.

Ele está brincando? Balanço a cabeça. — Quem é o dono deste prédio?

— Um... Williams Property Manag...

— Eu não perguntei quem administra. Eu perguntei quem é o dono.

Pela sua expressão vazia, ele não sabe.

— Por que você precisa desta informação?

— Estou comprando este prédio. — Porque se eu sou dono de um prédio, conheço todos os inquilinos e seus números.

Digito minhas próprias mensagens, enviando uma para o chefe de finanças e outra para o meu IP. Minhas instruções são simples. Nos próximos trinta
minutos quero ser o novo proprietário deste edifício e ficar em pé na frente de Madeleine.

Meu gestor financeiro é o melhor. A lista de inquilinos aparece na minha tela, mostrando que Madeleine mora no quarto andar, unidade 409. Viro- me e vou para os elevadores. O porteiro grita, mas eu não me importo. Eu posso usar um terno, mas ninguém quer mexer comigo.

Enquanto o elevador sobe os quatro andares, envio mais algumas mensagens para deixar tudo no lugar. Madeleine tem se escondido de mim há cinco meses, e cinco meses é tempo demais.

Não sei se ela teve um caso antes de se casar, o que sei é que nada importa.No momento em que meu pau afundou em sua boceta molhada, ela se tornou minha e é melhor que todo mundo esteja preparado para sair do caminho.

Eu bato na porta do apartamento 409 até que uma mulher aparece.

— Uau! Sr. Delicioso, não pedimos nada, mas eu aceito o que você estiver entregando.

— Onde está Madeleine?

— Ela está lá dentro...

Enfio as flores caídas na mão da mulher e a empurro para chegar até Madeleine. Ela parece à mesma, o mesmo lindo rosto redondo, os mesmos brilhantes olhos azuis, o mesmo cabelo ondulado cor de mel.
Se não fosse a pequena barriga onde costumava estar o abdômen liso,era estaria exatamente igual.

Ela se esforça para ficar de pé, uma mão em volta da barriga e outra a empurrando na vertical. Enquanto corro para ajudar, a gravidade da situação se instala. Eu vou ser pai, porra.

— Oliver. — Madeleine suspira.

— Então você se lembra do meu nome. — Eu digo
sombriamente. — Você se lembra disto?

Eu a puxo em meus braços e encosto minha boca contra a dela.Tem o mesmo gosto doce, como eu me lembrava, como frutas maduras durante o auge do verão. Meu pau lateja, pois também lembra como é estar dentro de suas profundezas quentes. Fodemos meia dúzia de vezes naquela noite, e toda vez que eu terminava, eu só a queria mais. Isso não mudou.

Sua barriga redonda empurra a minha, impedindo que meu pau esfregue contra seu núcleo.Esquecendo tudo, incluindo o fato de que há outra pessoa no apartamento, eu puxo as pernas delas para cima e
a levo até o sofá. Seus dedos passam pelo meu cabelo. Ela me beija de volta com tanta paixão quanto da primeira vez.

Estou desesperado, e toda a minha raiva por ter ficado sem vê-la por cinco meses desaparece. Não importa por que ela me deixou, por que ela se escondeu de mim, com quem está fodendo desde a última vez que a vi.

Eu não ligo para quem é o pai do bebê. Não ligo se esse bebê é meu ou não. Nada disso importa porque ela é minha. Ela tem sido minha desde que coloquei os olhos nela.

A reivindiquei com minha boca, mãos e pau. Ela pertence a mim e mais ninguém, nem mesmo Deus pode tirá-la de mim.

Bebê secretoOnde histórias criam vida. Descubra agora