05

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Madeleine

Ele está aqui, minha mente grita. Me agarro a ele, pensando que estou sonhando e que posso acordar a qualquer momento.

Seu gosto me atinge primeiro quando empurra sua língua na minha boca. Eu gemo, cavando meus dedos em suas costas. Meu corpo inteiro arde em
chamas. Tudo daquela noite vem à tona quando continuo me perdendo em seu beijo.

Ele se levanta, deixando a mão entre nós enquanto esfrega minha barriga. Eu suspiro me afastando do beijo para olhar em seus olhos.Eles são mais escuros do que me lembrava ou talvez seja raiva que vejo neles.

Meu coração bate tão alto que tenho certeza que ele ouve.A preocupação começa a aparecer quando minha mente dispara. Ele vai querer fazer parte de nossas vidas? Ele me quer ou vai ficar por causa do bebê?

— Meu. — diz ele. Não é uma pergunta.

Não tenho certeza se está falando sobre o bebê ou sobre mim. Eu engulo em seco. Deveria dizer algo, mas não sei por onde começar. Faz mais de cinco meses desde que o vi. Não sei como ele me encontrou ou quais são seus motivos para ter me procurado. Eu tenho muitas perguntas, mas também não tenho certeza se quero saber as respostas para elas.

— Você quer que eu chame a segurança? — Danielle pergunta,me lembrando de que ela está aqui.

Eu tinha esquecido tudo enquanto Oliver estava com sua boca pressionada à minha. Costumo esquecer
muitas coisas quando a boca dele está em mim, por isso estou ostentando essa pequena barriga.

Não que eu me arrependa. Pode não ter sido planejado, mas já amo muito meu bebê.Empurro o peito de Oliver, sabendo que tenho que esclarecer
algumas coisas, mas ele não se move nem um centímetro.

— É ele.

— Eu percebi isso. — Danielle solta uma risada. — Com o jeito que você está se agarrando a ele, acho que você quer que ele fique. —Eu deixo minhas pernas descerem, eu as enlacei em algum momento.

Digo a mim mesma para tirar as mãos do peito dele, mas meus dedos se agarram mais em sua camisa. Meu corpo não está disposto a fazer o que eu quero. Parece não ter controle quando esse homem está por
perto.

— Eu não estou indo a lugar nenhum. — Mais uma vez não consigo lê-lo.

A cicatriz que desce por seu rosto se estica enquanto ele flexiona sua boca. Se eu tivesse que adivinhar qual é a expressão que está usando, poderia achar que é raiva. O que eu não entendo é que se está tão bravo, por que diabos me beijou?

— Você pode me soltar? — Eu pergunto.

Não parece que quer fazer isso, mas se mexe, me trazendo para uma posição sentada. Acabo encolhida contra ele no sofá. Um de seus braços me envolve enquanto o outro repousa sobre minha barriga em um abraço possessivo.

Acho que ele está aqui pelo bebê. Isso está ficando mais claro a cada segundo. Uma pontada de decepção me atinge, fazendo meus olhos arderem com as lágrimas. No fundo, sei que não posso ser egoísta,mas quero que também me queira, não apenas o bebê.

Eu quero aquela família que sempre sonhei. Posso não ter planejado isso tão cedo, mas vê-lo aqui, em minha casa, me faz ansiar por mais.Tento me levantar, mas não chego a lugar nenhum com os braços dele em volta de mim.

— Eu tenho que fazer xixi. — É apenas uma
meia mentira.

Não preciso fazer xixi, mas sempre posso ir nesse
caminho. Juro que esse bebê está sentado na minha bexiga.

— Tudo bem. — Ele se levanta me oferecendo sua mão para me ajudar.

Eu pego, mas não me deixa ir quando me levanto. Eu tento me soltar, mas seu aperto apenas se intensifica.

— Por ali? — Ele pergunta, apontando para o corredor.

— Sim. Eu já volto. — Tento novamente libertar minha mão sem sorte.

— Eu te levo. — Ele está se movendo antes mesmo de terminar suas palavras.

Ele segue pelo corredor como se já conhecesse o lugar.Contornamos o banheiro do corredor enquanto se dirige diretamente para as portas duplas que dão ao quarto principal. Ele as abre, me
guiando em direção ao banheiro, onde finalmente libera minha mão.

— Obrigada. — Eu dou a ele um olhar engraçado. — Posso ir sozinha. — Entro no banheiro. Ele cruza os braços sobre o peito, recusando-se a se mover. — É só um minuto. — Tento de novo.

— Vou esperar. — Ele agora está usando um rosto severo. —Você não está saindo das minhas vistas novamente. — Eu ia protestar,mas posso dizer pelo olhar em seu rosto que não é uma batalha que
vencerei.

Também sei que não é algo que eu vou brigar com ele. Acho que já está chateado com a coisa toda da gravidez. Ou está bravo por eu não ter contado a ele, ou está bravo por eu ter um bebê. Do jeito que ele estava tocando minha barriga, acho que não é essa última parte.

— OK. — Pego a porta, fechando-a na cara dele.

Pode ficar lá fora o quanto quiser, mas não vai me ver fazer xixi. Eu vou devagar, sem saber o que vou dizer a ele quando terminar. Ele está aqui. Eu ainda
não consigo entender isso. Depois de terminar de usar o banheiro, fico lá dentro, tentando descobrir o que diabos fazer.

— Então você é o pai do bebê, quem tirou a virgindade da Maddie. Ela segurou aquela coisa por tanto tempo que eu pensei que ela morreria antes de perdê-la. — Eu pulo de pé, correndo para lavar
as mãos.

Eu quase caio sobre minhas calças de ioga, não as puxando direito. Eu me arrumo rapidamente. Deveria saber que Danielle não seria capaz de ficar quieta por muito mais tempo.

— Eu sou o pai. — diz Oliver sem questionar.

— Como você sabe que é o pai? Talvez ela tenha tido vários encontros de uma noite. — Danielle continua. Ela sempre faz isso.

Abro a porta. Eu tento dar-lhe um olhar severo, mas apenas sorri para mim. Ela é um diabinho.

— Eu sou o pai. — repete Oliver. Sem hesitação em sua voz.

— Danielle. — Eu assobio o nome dela.

— O que? — Ela finge inocência. — Eu e Oliver estávamos apenas esclarecendo alguns fatos aqui. — Ela levanta os ombros, como se dizer que eu poderia ter tido uma série de encontros de uma noite não
fosse grande coisa.

— Sinto muito, Oliver. Danielle às vezes pode ser um pouco exagerada. — Eu lanço um olhar para ela, dizendo-lhe para manter a boca fechada.

Ela revira os olhos maldosamente para mim.Oliver se aproxima de mim. Ele coloca uma das mãos na minha barriga enquanto a outra se estica para acariciar meu rosto.

— Você pode não ter me ouvido pela primeira vez, mas eu sou o pai.Independe de qualquer coisa.

Que diabos isso significa? Ele está dizendo que mesmo que o bebê não seja dele que ele ainda está apostando sua reivindicação?Não sei se isso deve me deixar com raiva ou feliz.

— O bebê é seu. — digo a ele. Eu posso tirar isso do caminho pelo menos.

— Eu sei. — Ele tira a mão do meu rosto, me puxando em sua direção. — E você também.

Bebê secretoOnde histórias criam vida. Descubra agora