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Oliver

Blossom pode ser uma merda eficiente quando ela quer. O portfólio está pronto na manhã seguinte. Blossom entrega junto com meia dúzia de donuts e um enorme copo de café.

Ela conversa suavemente com uma Maddie sonolenta, percorre as sete propriedades, mapeia um itinerário e bebe metade do café antes de eu tirá-la da porta. Depois que ela se foi, despejo o café no ralo.

— Você está bem? — Pergunto a Maddie, que está agarrada à sua xícara de chá de camomila como se fosse um salva-vidas.

Aprendi esta manhã que o cheiro de café a deixa enjoada, o que foi um dos maiores problemas de sua gravidez. Ela costumava amar isso. Pego a garrafa térmica de café quente, os dois donuts restantes e
o portfólio, e conduzo Maddie até a garagem onde o carro está aquecido e pronto.

Ela se senta no banco do passageiro com um suspiro aliviado.Faço uma anotação mental para verificar as massoterapeutas para grávidas. Parece que ela poderia ter uma boa massagem. Eu gostaria de dar a ela, mas como não posso tocá-la, isso não é uma opção.Compartilhar uma cama com ela na noite passada quase me matou.

— Qual foi à coisa mais difícil sobre a sua gravidez? — Eu pergunto enquanto nos conduzimos para fora da garagem e para a estrada. — A coisa do café? Vomitar?

Eu li que algumas mulheres odeiam estar grávidas e outras adoram. Maddie esfrega a barriga novamente. Eu enrolo meus dedos ao redor do volante enquanto meu eu interior uiva com a injustiça de não ser capaz de fazer o mesmo. Eu quero saber como é isso.

— Não tem sido difícil, na verdade. Eu amava um café mocha de manhã, mas não sinto falta. Ainda posso comer chocolate, que é a melhor parte da bebida de qualquer maneira. Suponho que sinto falta
de poder vestir todas as minhas roupas bonitas, mas a troca vale a pena, você sabe. — Ela acaricia a barriga e permanece com a mão por ali.

Está a esfregando isso na minha cara? No sinal vermelho, lancei um olhar desconfiado. Ela sabe que eu não posso tocá-la e está me atormentando? Ela parece particularmente comestível esta manhã.

Seus longos cabelos estão amarrados no topo da cabeça em um coque desleixado. Pequenas mechas se enrolam em torno de sua testa, dando um charme quase inocente.

Ela veste uma calça de yoga apertada que se molda às coxas. Seu casaco não é grande o suficiente para fechar,então ele se abre para revelar uma túnica rosa de grandes dimensões com bordas pretas. Ela parece um cupcake, e eu quero comê-la.

Eu forço meus olhos de volta para a estrada.Ontem à noite, deitado ao lado dela, ouvindo-a respirar
suavemente, fiz um plano. Eu sei como fazer o corpo de Maddie feliz,mas não sei como fazer sua mente e espírito felizes.

Eu sei como fazê-la gemer e gritar, mas não sei o que a faz rir e cantar. Precisamos nos conhecer. A caça à propriedade servirá a um propósito duplo.Satisfeito, finalmente consegui fechar os olhos. Agora eu tenho que colocar esse plano em ação, em vez de cobiçar seu corpo.

— Então você conheceu Blossom. Meu irmão está fora do país agora. Ele trabalha para o governo, em que parte, nenhum de nós tem certeza absoluta. Você tem irmãos?

— Sim. Uma irmã mais velha, Cora. Ela é uma bibliotecária em Orange County, que ela ama e odeia. Ela ama os livros e ajudar as pessoas, mas odeia toda a política.

— Existem políticas nas bibliotecas?

— Sim, sobre quais livros entram em circulação, onde o dinheiro é gasto, quem fica no quadro. Ela tem que arrecadar muito dinheiro, o que ela realmente odeia.

— Eu posso cuidar disso para ela.

— O que você quer dizer com... oh... — Ela interrompe quando a percepção de quanto dinheiro tenho lhe bate.

— Você me diz qual é a cota anual dela e eu farei o cheque. — E se eu tiver que gastar cada centavo meu para que Maddie fique comigo, será um dinheiro bem gasto.

A irmã é uma bibliotecária.Precisa de dinheiro. Bastante fácil. Tiro a família da minha lista mental
e passo para o próximo tópico: amigos.

— Como você e Danielle se conheceram?

— Danielle é fotógrafa. Eu a conheci no meu segundo, ou foi o terceiro desfile? Enfim, eu era uma novata e não sabia o que estava acontecendo. Um dos assistentes me pediu para obter um suporte da
sala de objetos. Abri a porta errada e encontrei duas pessoas bem famosas, hum, transando. Danielle me salvou de ser demitida e banida, disse que eu era basicamente cega sem meus óculos e não conseguia distinguir mais de duas bolhas se movendo. Ela me levou pela mão o dia inteiro, fingindo que eu precisava de ajuda. Como nunca falei sobre o incidente e nenhuma fofoca sobre os dois chegou a
blogs e outras coisas, fui salva.

Amigas de longa data ligadas por segredos. Essa é uma situação mais difícil.

— Danielle tem uma instituição de caridade favorita?

— Hum, você está tentando convencer meus amigos e familiares a gostar de você?

— Claro que não. — eu digo com uma risada calorosa e falsa.— Então, casas? O que você gosta nas propriedades que Blossom lhe mostrou? — Eu pergunto, desesperado para mudar de assunto.

Felizmente Maddie brinca e começa a falar sobre os jardins, as espreguiçadeiras e as grandes cozinhas com mármore e granito. Mas depois de visitar três propriedades, sua emoção diminui.

Eu a levo para almoçar em um café acolhedor na esperança de reavivar seu espírito, mas quando terminamos o itinerário de Blossom, ela está
exausta.

— Alguma coisa que você gostou? — Eu pergunto enquanto dirigimos de volta à cidade.

— Elas são todas legais.

Legal é uma palavra como bom.— De que lugar sua irmã mais gosta?

— Eu não sei. Ela é uma pessoa de praia. Ela gastou uma fortuna para morar nesta pequena cabana em Venice Beach e não consegue nem ver a água, mas, em uma boa noite com uma brisa, você pode sentir o cheiro do oceano. E ela pode andar até lá. Não é tão longe.

Há um desejo em sua voz que eu nunca ouvi antes. Ela sente falta de LA. Talvez por isso, nenhum dos lugares que vimos hoje, não importa o preço, a casa, nem as quadras de tênis, piscinas, trilhas para cavalos e estábulos... nada a excitou.

Talvez não seja a propriedade, mas a localização. Ela não pode ver a água daqui. A família dela está longe.

— Estou ficando cansado do frio. — eu digo, sentindo-a me olhar.— Como é Los Angeles durante o inverno?

— Frio. Eu uso uma jaqueta, mas não temos neve. A neve é realmente bonita. Eu acho que gostaria de ter um Natal branco pela primeira vez, em vez dos habituais tons de cinza de Los Angeles. O que você faz no Natal?

— Comemos presunto no dia de Natal e trocamos presentes, mas apenas pequenos. Não mais que cinquenta dólares.

— Apenas cinquenta? — Ela está chocada. — Para sua família?

— O Natal não deveria ser sobre os presentes, certo? É a intenção que conta. — Mamãe começou essa tradição há muito tempo,para nos fazer aprender sobre o valor do dólar.

— O que você comprou para Blossom no ano passado?

— Um microfone de karaokê. Eu tive que comprá-lo na seção de brinquedos, porque os reais eram muito caros. Ela usa no escritório.

Maddie começa a rir.Na verdade é uma gargalhada, não uma daquelas falsas que as pessoas experimentam em jantares. Todo o seu rosto se ilumina e seus ombros tremem. Ela parece mais feliz agora do que nunca. Eu faria qualquer coisa para ver aquele sorriso novamente,incluindo a mudança para Los Angeles.

Bebê secretoOnde histórias criam vida. Descubra agora