2

12 6 4
                                    

Lancei a faca com mais força do que a necessária, vendo ela voar e se espetar no alvo de madeira, a vários metros de mim. No centro.

Aquele café da manhã me irritara, principalmente pelo significado que as Provas desse ano teriam. Isso me fazia tremer de ansiedade.

Eu, uma vencedora por cinco anos seguidos, iria enfrentar o príncipe, que claramente se esperava que fosse o vencedor, mas e se apenas nós dois chegássemos á final? Ele não conseguia me atacar com seus poderes, e eu não morria por conta do meu escudo. Eu teria de matar o príncipe?

Passei a mão pelo cabelo, sentindo uma forte dor de cabeça se formando.

Lancei outra faca, vendo ela parar do lado da primeira, e foi quando sua voz chegou até mim, me fazendo pular de susto.

- Tenho de admitir que sua pontaria é incrível. - Senti um sorriso se formando no seu rosto. - Para quem é apenas um escudo.

Revirei os olhos e girei, encontrando Jace apoiado com o ombro num tronco de uma árvore, de braços cruzados, me olhando com aquele sorriso torto dele.

- É novidade para você? - Perguntei, dando as costas.

- Não. Mas é sempre agradável de se ver.

Rodei e avancei sobre o príncipe, encostando a faca na sua garganta, o que apenas fez seu sorriso aumentar, já que ele se manteve no mesmo lugar.

- Sabe como é fácil matar um leitor de mentes? - Falei.

Jace prendeu o meu olhar com o seu.

- E no entanto eu não consigo nem chegar perto da sua mente. - Passou a lingua pelo lábio inferior. - Essas Provas serão deveras interessantes.

Estreitei os olhos e fiz força com a ponta da faca, mas Jace ergueu a cabeça, expondo o seu pescoço totalmente para mim.

- Quer eliminar a concorrência já? Porque um de nós tem de morrer... E ambos sabemos que isso é um pouco... Impossível.

Fiquei olhando ele e depois, com um suspiro frustrado, abaixei o braço, fazendo ele me sorrir.

Jace tinha de abaixar um pouco a cabeça para me olhar nos olhos, o que fazia com que mechas de cabelo caíssem sobre os seus olhos.

- Hum... Temos uma desistente?

Me aproximei dele, tanto que conseguia sentir o cheiro a limão do seu champô.

- Nunca. - Falei, entre dentes.

Jace riu e depois regressou na sua posição inicial, respirando fundo e assentindo para o nada. Seus olhos encontraram os meus novamente.

- Seu cão de guarda chegou. - Sorriu. - Nos vemos depois, Collins.

Franzi o cenho e ele deu as costas, e foi quando vi Declan se aproximando, passando pelo príncipe, abaixando um pouco a cabeça e seguindo na minha direção.

Ainda vi Jace me olhar por cima do ombro, indicar Declan, depois a sua cabeça, e sorrir.

Revirei os olhos. Idiota irritante!

Declan parou na minha frente e me sorriu. Depois seus olhos se fixaram no alvo e de novo em mim.

- No centro. Como sempre.

Coloquei uma mão na cintura e a outra no cabelo, retirando fios do meu rosto, vendo Declan seguir na direção do alvo e pegar as facas.

Ele era alto, de cabelo marrom, bem como os olhos e sorriso de menino travesso. Ao contrário dos príncipes, Declan de assemelhava a um urso, a forma dos seus braços, do seu peito, perfeitamente perceptível por baixo da roupa que ele usava.

Blood ProofsOnde histórias criam vida. Descubra agora