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Depois do jantar, subi no meu quarto, tomando um banho demorado, sentindo a água quente caíndo sobre mim... Tão diferente da água gelada do lago.

Fechei os olhos. Ainda sentia o toque do príncipe, a forma como seus lábios apenas tocaram os meus por breves segundos... Sem realmente tocarem.

Abri os olhos. Merda. Eu estava apaixonada por um príncipe.

Saí do banho, vestindo roupa limpa, pronta para dormir, e me dirigi na varanda, antes. Senti a brisa fresca da noite me rodeando, brincando com o meu cabelo molhado...

Fiquei olhando os jardins, a lua que brilhava no céu, e depois escutei algo vindo de baixo e olhei nessa direção.

Declan saía do palácio, em direção ao portão da frente.

Fiquei vendo ele se afastar, seu andar determinado, parar junto do portão e falando com os guardas, antes de regressar pelo mesmo caminho.

Seu olhar achou o meu e ele sorriu, erguendo a mão, levando dois dedos na testa, no estilo militar. Imitei o gesto e ele riu, entrando no palácio novamente.

Respirei fundo e foi quando levei o maior susto da minha vida, quando a porta do meu quarto bateu com demasiada força.

Olhei para trás, vendo Jace de olhos fechados, fazendo careta, e encolhido que nem criança. Revirei os olhos e cruzei os braços.

- Jace.

Ele abriu um olho apenas. - Desculpa. Não era suposto bater a porta.

Eu tive de rir da postura dele, mas o príncipe andou na minha direção, parecendo... normal.

- O que você está fazendo? - Perguntou.

Dei de ombros. - Nada. E você?

Jace deu de ombros. - Não consigo dormir. - Me olhou e depois percebeu meu cabelo molhado e sorriu.

- O quê?

Ele riu. - Nada.

- Hum. - Olhei os jardins, plenamente ciente da presença dele ali comigo.

Jace apoiou os cotovelos na varanda e ficou olhando o nada.

Aproveitei para observar o seu rosto, a luz da lua que brincava com a sua pele, e os fios de cabelo sobre os seus olhos.

Ele me olhou de canto. - Quer uma foto?

- Não. - Olhei em frente. - Não consegue dormir e veio para cá?

Ele franziu o cenho. - Não é o que fazemos sempre?

Respirei fundo. Era, era o que faziamos desde as Provas. Suspirei.

- É. - Respondi.

Minutos depois, Jace estava deitado na minha cama, os braços atrás da cabeça, suas longas pernas cruzadas e sua total atenção em mim.

Eu permanecia sentada, junto das suas pernas, tentando não pensar no facto de que ele passava todas as noites ali, de tal forma, que a almofada onde ele dormia cheirava ao seu champô.

- Hum. - Fez ele depois de eu responder a uma das suas perguntas. - Então... Você sempre soube?

Assenti. - Sim. Meus pais também sabiam, mas entenderam que tinham de manter segredo. - Dei de ombros. - E ajudou eu ser um escudo.

Jace tirou um dos braços de trás da cabeça, e mordeu a ponta do dedo, pensando.

- E seu pai era um Natural.

Assenti.

Ele respirou fundo. - Continua sem explicar porque eu não consigo ler sua mente.

Eu ri, da expressão dele. - Você disse que ia descobrir.

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