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Os três, avançámos pelas ruas da aldeia, pensando em sair e, talvez, levar nossos oponentes a nos seguir para um espaço aberto.

Chegámos na frente de uma antiga igreja, que parecia assustadora com suas paredes parcialmente erguidas, como garras esqueléticas em direção ao céu.

Fiquei olhando aquilo, imaginando como ela teria sido no mundo antigo.

- Você fica terrivelmente fofa quando se perde em seus pensamentos. - Sua voz chegou até mim, perto demais do meu ouvido.

Olhei para o lado, ficando a escassos centímetros do rosto do príncipe, sentindo seu peito de encontro ao meu ombro. Ignorei sua boca e olhei seus olhos.

- Sai pra lá, assombração. - Me afastei.

Jace sorriu.

- Pessoal!

Olhámos em frente, Benji estava dentro do que restava da igreja, nos chamando de braço no ar.

Seguimos na direção dele e, para meu grande espanto, vi duas adagas presas numa bolsa, que seria de prender nas costas, e um arco, com uma bolsa de flechas.

Jace pegou as agadas, passando os dedos pelo cabo de uma delas. Depois prendeu a bolsa nas costas e tirou uma adaga, rodando e testando o peso dela.

Me sorriu e eu entendi que iria ficar com elas.

Peguei o arco e testei a linha, esticando e fingindo mirar. Parecia em perfeitas condições. Sorri e entreguei para Benji, que me olhou de forma confusa.

- É o único que não tem arma.

Ele assentiu. - Não sei atirar com o arco. Fica com ele, Nyra.

Abaixei o braço, mas inclinei a cabeça para o lado. - Benji...

Ele sorriu. - Ficarei bem.

Nesse momento, escutei a voz de Jace.

- Abaixa! - Gritou, enquanto me puxava para o chão.

Benji abaixou, no mesmo instante que uma bola de fogo passava onde antes havia estado a sua cabeça.

- O Mute do fogo. - Disse Jace, e se preparava para retirar uma adaga.

Mas Benji segurou a sua mão, chamando a sua atenção.

- Deixa, eu trato dele. - Benji levantou e vi o Mute do lado de fora da igreja, esperando.

- Benji. - Falei.

Benji sorriu e ergueu a mão, criando uma bola de fogo. - Chama os vizinhos, o churrasco vai ser servido.

Fiquei vendo meu amigo sair da igreja, atirando bolas de fogo contra o Mute e escapando de todas as que ele lançava. Eu não podia ficar ali, apenas assistindo. Meu corpo tremia para ajudar Benji.

Jace olhava os dois e depois negou com a cabeça. - Isso vai durar séculos, um deles vai acabar exausto. Fica aqui.

Segurei o seu pulso, fazendo ele me olhar.

- Não! Você não vai.

Jace sorriu. - Quer seu amigo vivo ou não?

E aquilo bastou para eu soltar ele, ao mesmo tempo que escutava Benji gritar.

Olhei em frente, levantando ao mesmo tempo, e saíndo da igreja. Uma bola de fogo acertara no seu braço e Benji segurava a pele queimada, enquanto o Mute sorria e avançava.

Corri, ignorando os protestos de Jace, e me coloquei na frente do Mute de fogo, fechando o punho e acertando na sua barriga, com força, fazendo ele se dobrar sobre si.

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