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Uma semana depois...

Acordei aos gritos, sentando na cama, ao mesmo tempo que a porta do meu quarto abria de rompante e Jace entrava, correndo e sentando no meu lado, junto das minhas pernas.

Jace segurou o meu rosto nas suas mãos, me fazendo olhá-lo, enquanto eu me debatia contra o seu toque.

- Pára! Sou eu, Nyra. Sou eu!

Parei, piscando os olhos e vendo o seu olhar azul no meu. Respirei com dificuldade e fechei os olhos.

- É só um pesadelo. - Disse Jace. - Está tudo bem.

Assenti e senti o príncipe soltando o meu rosto. Respirei fundo e abri os olhos, vendo que ele se mantinha ali, na escuridão do quarto.

- Desculpa. - Falei, vendo sua figura pela luz que entrava pela janela, ao fundo.

Jace soltou um riso abafado. - Já tou acostumado. Quem foi dessa vez?

Passei a mão pelo cabelo. - Você.

Jace assentiu. - Bom, estou aqui, vivo. Então...

Ergui as mãos, querendo tirar importância ao assunto. - Tá, mas e você?

Jace deu de ombros e percebi ele mordendo a lingua. - Estou bem.

Inclinei a cabeça, quando Jace abaixou a dele, esperando, mas como o príncipe se mantinha de cabeça baixa, toquei no seu queixo e fiz ele me olhar.

- Impossível.

Ele suspirou. - Saber que o meu pai morreu enquanto eu estava nas Provas, me impedindo de... travar a sua morte, é.... - Ele fechou os olhos. - Ele podia estar vivo.

- Não foi culpa sua, Jace.

Ele abriu os olhos. - Meu pai foi assassinado, Nyra. Talvez... Talvez houvesse alguma coisa que eu pudesse ter feito.

- Ou talvez não. - Respondi.

Ele me olhou e depois passou a mão pelo rosto.

- Não sei. Meu irmão continua fechado no quarto e minha mãe...

Segurei o seu rosto, como ele fazia comigo, e fiz o príncipe me olhar.

- Não foi culpa sua.

Ele assentiu, derrotado, e depois eu respirei fundo.

- Á quanto tempo você não dorme, principe? - Perguntei.

Jace riu, um som fraco e triste.

- Desde que achei você, nas Provas.

Franzi o cenho. - O quê? Você precisa dormir, Jace.

Ele negou. - Não consigo.

Revirei os olhos.

Ignorando todos os alarmes que tocavam dentro de mim, me dizendo para não fazer aquilo, deitei na cama e puxei um Jace confuso para junto de mim.

Jace deitou do meu lado, de cenho franzido.

Eu ri e toquei no meio dos seus olhos, na pequena ruga que ali se formara.

- Dorme. - Pedi.

Jace não disse nada, apenas fechou os olhos, colocando um dos seus braços em redor da minha cintura, me pegando de surpresa.

Eu sabia que ele não estava bem, não poderia, e seria mais fácil aguentar a noite se não estivesse sozinho, além disso, eu própria precisava disso, e me sentia melhor com ele ali, pois de cada vez que fechava os olhos, via Benji morrendo nas minhas mãos.

Blood ProofsOnde histórias criam vida. Descubra agora