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Euntak
Pessoas tem como hobby fazer exercícios, estudar, praticar alguma arte, mas o meu... É observar o meu amor, Areum. Posso ser um bobo apaixonado, mas os meus sentimentos me motivam durante o caos familiar, escolhi estudar medicina para estar com ela, mas descobri uma paixão por ajudar as pessoas, além de uma aventura ao lado dela enquanto atendemos pessoas que não tem condições de pagar uma consulta, durante nosso horário de trabalho na farmácia. A minha paixão me faz levantar todos os dias, ela só ainda não aceita.
- Areum. - Chamo. - Aceita um café? Vou buscar na cozinha. - Ofereço.
- Como eles são informais um com o outro. Devem ser um casal. - Murmura um cliente.
- Euntak.. - Areum resmunga envergonhada, provavelmente ouviu também. Ela assente aceitando o café.
Sorrio com a minha pequena vitória e caminho em direção a nossa pequena sala de estar da farmácia. Não precisava perguntar para saber qual seria a sua escolha de café.
- EUNTAK!. - Gritou ela.
Arregalo os olhos ao ouvir o grito. Corro de volta até o interior da farmácia, procurando no meu campo de visão, tentando localizá-la. Escuto os gritos dela de desespero vindo na direção das grandes prateleiras, corro apressado e vejo que o cliente estava por cima dela. Me agacho e passo o braço ao redor de seu pescoço, o imobilizando.
- Ele estava tentando me morder, não deixe ele te morder, pode ser algo contagioso como a raiva. - Areum explica. Ele se mexia descontroladamente tentando se desvencilhar, aperto com mais firmeza o meu braço em seu pescoço enquanto ela procurava algo para o prendermos. Agradeço mentalmente quando Areum aparece com uma cadeira e uma corda, coloco ele sentado, segurando seu corpo enquanto ela passava a corda ao redor do corpo dele, finalmente mantendo ele amarrado e preso no móvel.
- Você está bem?. - Pergunto me aproximando dela.
- Estou, mas e você? Ele não te mordeu?. - Ela pergunta, preocupada.
- Única pessoa que eu deixaria me morder, é você. - Respondo.
- Tsc.. Como consegue brincar em uma hor... - Ela é interrompida com sua irmã entrando gritando na farmácia. - O que houve?. - Areum encara a sua irmã com a roupa coberta de sangue.
- Não é meu, é da mamãe. - Jennie fala com o tom de dor em sua voz. - As pessoas enlouqueceram nas ruas, estão mordendo e devorando uma a outra. - Ela conta.
Não conseguimos ter um tempo para raciocinar, pessoas claramente doentes, começam a se aproximar da farmácia.
- Venham comigo. - Chamo.
Caminho apressado até a sala de estar, segurando a porta para as duas entrarem. Me afasto e tiro a geladeira da tomada, empurro com força até ficar em frente a porta, não tínhamos a chave, nunca precisamos nos preocupar em trancar a sala de estar antes.
- Vocês saíam pela a janela. - Peço e aponto para a pequena janela, ela fica acima do sofá no qual poderiam usar como apoio para subir.
- Você também. - Areum afirma.
Nego com a cabeça e apoio as costas na geladeira. Poderia ouvir uns grunhidos se aproximando da porta.
- Se a sua irmã estiver certa, essa geladeira não vai segurar sozinha a porta e essas pessoas vão entrar, vou ganhar tempo para vocês correrem e procurar ajuda. - Falo.
- Não, Euntak, não. Eu não vou te deixar para trás. - Ela se aproxima com a voz trêmula.
- Lembra oque eu te disse quando começamos aqui? "Eu sempre te encontro, onde você estiver". - Lembro. - Não tenha medo, eu vou logo depois de você. - Afirmo e sorrio de canto.
Meu corpo é levemente empurrado com os doentes forçando entrada, tentando abrir a porta. Firmo meus pés no chão e olho para a irmã dela, pedindo com o olhar para que a levasse, mesmo sem palavras específicas, Jennie me entende e puxa a sua irmã, forçando ela sair pela a janela. Em meu interior, eu estava com medo de ficar sozinho, mas não iria demonstrar a ela. Seu olhar encontra o meu, enquanto ela está agachada pela a janela me encarando com os olhos lacrimejando.
- Eu me lembro daquela noite. - Confesso.
- Eu também. - Areum responde com a voz falha.
Sorrio ao ouvir que eu não era o único que lembrava da nossa primeira noite juntos. Apoio todo o meu corpo para trás, contra a geladeira, seguraria os agressores para que meu amor pudesse fugir a salvo.