Zona de Sobreviventes

13 2 0
                                    

[15:00hr]

SeungHo

"Senhor Convencido está ligando, repito, Senhor Convencido está ligando." 
- Aji, aceitar ligação. - Respondo o sistema. 
- ⁠SeungHo, você está bem?. - A voz do meu irmão Hyunbi no outro lado da linha parecia aflita. 
- ⁠Então, os boatos sobre o fim está certo para receber uma ligação sua. - Zombo, estou feliz por ele estar seguro. 
- ⁠Não temos tempo para farpas, SeungHo. - Repreende. - Não são apenas boatos, as tropas estão resgatando sobreviventes, mas iriam demorar para chegar até a sua casa, está sozinho?
- Não, estou com um grupo grande. - Respondo um pouco ríspido. - São confiáveis. - Concluo. 
Não confiava naquelas pessoas, são desconhecidos, mas confio em Soobin, ela confia nessas pessoas.
- Me encontre no Hyochang Stadium, iremos buscar vocês. - Hyunbi afirma e desliga. 
Encaro os visitantes em minha casa, seus olhos expressam que esperam que eu diga algo. Esfrego a mão em meu cabelo e sinto a mão de Soobin em meu ombro, tentando mostrar apoio. 
- Não temos tempo para formalidades, meu nome é SeungHo, sou criador de jogos, sou um amante por jogos de ação e aventura, uma das minhas principais formas de inspiração é vivenciar a história que estou criando para tentar pôr nos jogos a melhor experiência para os jogadores. - Começo. - Tenho um cômodo com vários equipamentos de sobrevivência, podemos nos equipar para chegar até o Hyochang Stadium, não sabemos o que é isso que está em nossa cidade, mas precisamos atravessar pelo o desconhecido. Alguém discorda?. - Pergunto.
- Nunca tive medo das ruas. – A agressora responde. 
Assenti e guio o grande grupo até o corredor, todos pareciam atentos a cada detalhe da minha casa, tenho orgulho do meu gosto para designer, as paredes cinzas com os pequenos cubos de iluminarias presas as paredes se unem em um contraste perfeito. Não tenho muitos móveis ou objetos pendurados por cada cômodo, sou minimalista e respeito cada espaço livre de cada área do imóvel. Paramos em frente a porta no final do corredor, ponho o meu polegar no painel de controle que destrava com o reconhecimento de biometria. Dou espaço para que as pessoas atrás de mim pudessem dar uma olhada no que eu guardava no cômodo. 
- Como podem ver, há uma arma para cada um e outras que podemos pôr nas mochilas, temos bastantes munições mas usem com consciência, não se enganem pelo o farto, tenho rádios, baterias, cordas, barracas, kit de primeiros socorros, alimentos enlatados, galões de águas, remédios básicos, mas precisamos de um veículo grande para carregar tudo. – Explico e caminho até a mesa em frente as câmeras de segurança. – O morador da casa em frente é motorista de ônibus escolar. – Conto enquanto digitava no teclado, dando zoom na câmera de segurança que focava em frente ao jardim do meu vizinho onde está estacionado o veículo. 
- Você está certo, é importante alguém com experiência para voltar vivo e ir na frente. - Ela responde arrogante.
- Primeiro, você claramente não tem amigos, segundo, você cometeu vários delitos que está expondo e terceiro, quer que alguns de nós vá buscar o ônibus para você?. – Eunyu questiona.
- Quarto, para todos nós, quinto, tenho certeza que não serei o primeiro "delinquente" que deveria prender agora e sexto, não tinha dito que não teme as ruas?. – Retruco.

Eunyu

Aquele maldito burguês está me estressando, riqueza não lhe dá direito de zombar ou passar por cima das pessoas. Ele parecia estar se sentindo ser o líder de nós por ter a casa que estamos abrigados temporariamente, querendo dar ordens, mas o surpreendente foi Jinyoung obedecendo suas ordens e ficando em um grupo separado do meu, "Não é justo dois policiais ágeis para se defenderem juntos enquanto outras mulheres indefesas não sabem correr rápido o suficiente". Verme maldito. 
Paro diante ao espelho enorme que havia no corredor, minhas olheiras pareciam um pouco evidentes, ou talvez meu cabelo escuro as realce. Retiro minha blusa de uniforme, utilizando apenas minha blusa branca de mandas cumpridas por baixo. Caminho até a porta e de repente uma garota se aproxima de mim, uma menina de cabelos escuros curtos, olhos bem arredondados, vestia um vestido branco simples de alças finas, completando a aparência inocente de Jieun.
- Eu vou com você. - Ela diz. 
- ⁠Não, não vai. - Respondo de imediato. 
Abro a porta da casa com a senha de insegurança que o filho do Tony Stark me informou. Caminho para fora e dou passos lentos, agachada entre latas de lixos, arbustos e carros. 
- Meu irmão morreria se algo acontecesse com você. - Jieun diz atrás de mim.
Caio para trás com o susto com a aparição repentina dela. Como ela apareceu ali? 
- Ele vai me matar quando descobrir que você está aqui. - Respondo um pouco alto. - Fique quieta e atrás de mim. - Mando. 
A rua parecia estranhamente quieta, mas nenhum doente visivelmente ao redor, seguro em sua mão e corro atravessando a rua, seguindo até o ônibus, retiro a minha arma e percebo que a porta estava entreaberta, provavelmente alguém tentou entrar, antes que eu pudesse tentar, um homem de porte grande sai do veículo, tentando pular em mim, Jieun grita e alerta os doentes que começam a correr de dentro das casas.
- Droga.. - Resmungo. 
Apoio meu corpo na lata de lixo e dou um chute no abdômen do doente, empurrando seu corpo para trás, puxo Jieun pelo pulso direito e corro tentando retornar de volta até a casa de SeungHo, eles eram rápidos e começam a se aproximar rapidamente, paro no meio da rua e começo a disparar tiros nos doentes. 
- Corre, Jieun! Agora!. - Grito. 
A porta da casa de SeungHo abre e Jinyoung aparece disparando com duas armas, uma em cada mão nos doentes, Jieun corre até ele e faço o mesmo, abraço o seu tronco, empurrando ele para dentro da casa, fechando a porta atrás de mim. Sinto sua mão acariciar o meu cabelo e a outra apertar meu corpo com firmeza contra o seu. Respiro ofegante em seu ombro, por alguns minutos me fazendo esquecer que estávamos sendo observados.
- Caramba.. você foi incrível. - SeungHo elogia. 
Jinyoung me solta, fecha o punho direita e acerta um soco no rosto do dono da casa.
- Nunca mais coloque elas em perigo!. - Afirma irritado. 
Olho impressionada ele caminhar bravo pelo o final do corredor, encaro minhas irmãs que faziam gestos com as mãos dizendo "Vai, vai". Respiro fundo e caminho atrás dele que está parado em frente um borboletário enorme no interior da casa. Ele fitava sério mas sereno, um contraste perfeito, senti inveja daquele olhar estar direcionado para as borboletas. 
- Você está bem?. - Pergunto. 
- ⁠Não foi eu que corri para a morte. - Ele responde.
- Desculpa por levar a Jieun.. Eu prometo que irei tomar mais cuidado com ela e.. - Ele me interrompe. 
- ⁠Acha que estou bravo por isso? Eu conheço a minha irmã, sei que ela te seguiu, porque ela sabe mais do que você, o quanto me doeria se algo acontecer com você. - Jinyoung afirma.
Escutar aquelas palavras, me fez tomar pela a primeira vez uma atitude, seguro em seu queixo e viro seu rosto para mim, juntando nossos lábios em um beijo. Sinto sua mão em minha nuca e a outra em minha cintura, seu corpo me guia até a parede de vidro do borboletário, pressionando minhas costas no vidro, escutando bater de asas de borboletas. Entrelaço os dedos nos fios de seus cabelos, intensificando o beijo, inserindo a língua em sua boca. Finalizo o beijo com um sorriso tímido contra os seus lábios.
- Também me dói quando você se machuca, principalmente quando sou eu que te machuco. - Confesso. Jinyoung balança a cabeça negativamente e junta os nossos lábios novamente, iniciando outro beijo.

Jennie

Duas angustiantes horas haviam se passado e estávamos no mesmo lugar, sem ideias, planejamento, apenas parados quase como se estivéssemos esperando a morte chegar, minutos depois minha irmã e seu "amigo" se aproximam de nós com uma sugestão, como há bastantes bolsas e o ônibus está lotado de doentes, cada um de nós encheria as bolsas que pudessem carregar com apenas o básico e o suficiente para sobrevivência, um grupo carregava alimentos, o segundo medicação e o terceiro armamento. Os doentes parecem agir sensíveis aos sons, em teoria, seria fácil caminhar pela as ruas com cautela, pois como ratos, eles ficam escondidos no escuro, em silêncio. 
- Estão todos prontos?. – Jinyoung pergunta. 
Ergo o rosto e encaro minhas irmãs, Areum como sempre, ela sorri independente do momento, sempre verá ela sorrir, é o jeitinho dela de ser forte por nós, sua aparência combina com sua personalidade, ela é bem pequena, cabelo curto e franja, ela ainda estava usando o jaleco da farmácia. Minha irmã Eunyu é o oposto, apesar do cabelo curto também, dificilmente você verá ela sorrir, mas é a pessoa mais forte que conheço e leal, além da sua coragem incrivelmente notável, quanto a mim? Meu cabelo não é curto como o corte de ambas, adorava sorrir mas não com frequência, apenas para as pessoas importantes, me assusto com facilidade e tenho o péssimo hábito como diria minha mãe de esconder meus sentimentos, como o que sinto toda vez que vejo esse lindo moreno a minha frente, Jongin tem traços únicos, como seus lábios carnudos, tom de pele mais escuro, a blusa branca que vestia realçava, um pescoço largo maravilhoso, devo reconhecer que entendo a obsessão de Cecilia por ele. 
- Jennie?. – Jongin pergunta estalando os dedos na minha frente. – Você está bem?. – Ele parecia genuinamente preocupado. 
- Estou, hormônios a flor da pele.. – Respondo sem pesar e de imediato coro. – Quer dizer.. É muito para processar. – Desconverso. 
Ele parecia estar sorrindo e assente. SeungHo pergunta se estamos todos prontos, em sincronia todos concordam, sinto um arrepio percorrer por todo o meu corpo ao escutar o som da trava da porta, avisando estar aberta. Nas posições da frente está Jinyoung, minha irmã Eunyu ao seu lado e Woo Tak, na segunda fileira SeungHo, Soobin e Jieun, atrás eu, Jongin, Areum e Euntak, última fileira Krystal, a garota chata do restaurante e sua irmã Amber, ela se ofereceu para ficar na retaguarda de trás por saber se defender. Caminhamos em passos lentos e todos curvados, em alerta entre qualquer arbusto, carro, lixeiras, tudo que pudéssemos nos esconder pelo o caminho, até Hyochang Stadium é um percurso de trinta minutos. Bato com o rosto nas costas de SeungHo, antes que eu questionasse, Jongin põe a mão sobre a minha boca, um doente caminhava a nossa frente, cambaleando e batendo em alguns carros, atraindo outros doentes com o seu barulho, ele parecia estar farejando algo como um cão. 
- Ele não pode nos ver. – Areum diz baixinho. – Mas está sentindo o cheiro de algo, pode ser de nós, fiquem em alerta. – Ela avisa. 
O infectado se aproxima com a distância de um metro de nós, ele grita quase que um rugido, corremos em sua direção, Woo Tak acerta com um bastão em sua cabeça, apressamos a nossa corrida pela as ruas, a cada segundo o número de doentes aumenta, alguns saíam de dentro de suas casas, outros levantavam do chão, eles começam a se jogar para cima de nós enquanto desviamos correndo, não podíamos parar.
- AMBER!. – Krystal grita. 
Viro o rosto devagar e vejo Amber de joelhos no chão, haviam diversos infectados, cada um mordia uma parte diferente de seu corpo enquanto ela nos encarava sem expressão alguma, mas podíamos ver que ainda estava viva, por pouco tempo. Sinto lágrimas em meu rosto e paro para tentar ajudar ela, sinto alguém me puxar pela a cintura e correr para longe dali, Krystal nos segue aos prantos até ouvirmos o som de um disparo atrás de nós, avisando o fim do sofrimento de Amber. 
- ABAIXEM!. – Um grupo de soldados grita. 
Eles apontam as armas e todos deitamos apressadamente no chão, ouvindo os disparos passarem sobre nossas cabeças, atingindo os infectados atrás de nós. Durante vinte minutos continuamos deitados no chão, até que o grupo se aproxima e para a nossa frente, levantamos e os encaramos, atrás deles haviam um cercado grande, uma base militar.
- Bem vindo a zona de sobreviventes. – Soldado diz.

DespertosOnde histórias criam vida. Descubra agora