Perigosa liberdade

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Jieun

- "Jieun, se alimente bem", "Jieun, faça as suas tarefas", "Jieun, comporte-se", "Jieun, deveria praticar os estudos". - Resmungo imitando o tom calmo disfarçando o timbre julgador de meu irmão. - O mundo pode estar acabando e ele ainda acha que sou uma criança. - Murmuro.
Caminhava pelo o corredor da casa, encarando o chão sobre os meus pés com tédio, o fim é irritante.
- "Eu não sou mais virgem!". - Escuto Jennie exclamar um pouco alto em frente a porta de seu quarto para sua irmã Areum, que trava em um estado de choque com a notícia.
- Como?. - Eunyu pergunta também surpresa parada ao meu lado, não tinha percebido sua aproximação, deve ser habilidade de policial.
- Para o quarto. Agora. - Areum diz firme pela a primeira vez, empurrando a sua irmã para dentro do quarto.
Minha futura cunhada me encarou e inclinou sua cabeça para o lado em direção ao quarto, indicando que eu entre no cômodo para participar da conversa, normalmente não teria aceitado participar desse assunto, mas não havia atividades para executar na rotina, então, adentro o quarto com as três irmãs.
- Não acho que meu irmão gostaria que eu participasse dessa conversa. - Comento com Eunyu.
- Não precisamos fazer tudo que seu irmão quer. - Ela diz e da de ombros.
A policial está certa, não preciso seguir todas as regras ditadas por meu irmão, ele é mais velho e devo respeito, mas também mereço. O restante do diálogo das três irmãs apenas assenti em concordância, todavia, não havia dado meu primeiro beijo, não saberia oque acrescentar sobre o primeiro sexo. Durante o percorrer do dia trajei um plano, a noite quando todos estivessem dormindo iria fugir e percorrer para fora, fazer apenas oque sentir vontade por uma noite, me sentir livre e irresponsável como alguém normal.
Não pude pregar os olhos em alerta para poder fugir, mas precisei fingir para Soobin não acordar ao meu lado ou suspeitar de algo. Pontualmente às 01:00hr da manhã, levanto da cama com cautela, traçando movimentos leves e curtos para não despertar minha colega adormecida, sorrio vitoriosa quando piso meus pés no chão concluindo a primeira parte da missão. Ajeito meu casaco preto, seguro no gancho do zíper e logo fechando, observo meu shorts jeans preto e a meia calça da mesma cor, não é uma noite tão fria, não precisaria cobrir tanto meu corpo. Assenti em concordância com os meus próprios pensamentos e sigo meu caminho saindo do quarto, seguro na maçaneta da porta e a fecho devagar, caminho pelo o corredor com um desconforto com a sensação de estar sendo observada, desvio o olhar procurando no meu campo de visão pelo o culpado ou a culpada pelo meu desconforto mas, não havia ninguém, dou de ombros e sigo meu caminho pelo o corredor até ouvir sons do quarto da minha cunhada.
- Aigoo... Não esteja acordada... - Peço baixinho.
- "Humm". - Ela murmura, SPLASH o som de tapa ecoa um pouco alto. - "Hummmmm", "Ahhhhhhhhh". - Demoro alguns segundos para perceber que são sons de gemidos, meu irmão não notaria a minha ausência por agora.
Respiro fundo tentando forçadamente esquecer os gemidos de meu irmão e minha cunhada, sigo caminhando em direção a porta principal da casa, apoio meu peso nas pontas dos pés e me inclino erguendo o braço direito, apanhando a chave reserva escondida em cima da porta, fecho a porta atrás de mim e continuo o caminho até o cercado, aperto no botão do chaveiro da chave e abro o portão, passo para o lado de fora e fecho o portão para que nenhum estranho adentre.
- Por onde começamos, Jieun?. - Pergunto para eu mesma.
Assenti e puxo o ar, respirando profundamente os ventos gélidos soprando do lado de fora. Caminho em direção as árvores, pisando com cuidado para não atrair nenhum doente, mas aparentemente estava apenas nós dois, eu e a sensação de desconforto de estar sendo observada.
- Devo estar enlouquecendo... Será que foi a salsicha enlatada?. - Resmungo falando sozinha. - Aigoo... - Murmuro batendo fraco com as palmas das mãos em cada lado das minhas bochechas.
Balanço a cabeça negativamente e fito uma casa a poucos metros de distância, ela havia apenas um andar mas a sua altura é bastante cumprida para apenas um andar, o imóvel se destaca em comparação as outras casas do campo, as paredes de concreto da cor verde erva, as telhas marrom escuro e as grandes janelas do mesmo tom.
- A primeira aventura. - Digo em voz alta. Corro em direção a casa, pisando em alguns galhos, focando animadamente apenas na casa.
Tchibum! As bolhas de águas invadem as minhas narinas, não entendia oque estava acontecendo, mas as roupas em meu corpo pareciam pesar em meu corpo, me puxando para o fundo da água, causando ardência em minhas vias respiratórias, me debato tentando sair d'água que não entendia como entrei nela. O ar começa a faltar, sentindo a ardência torna-se suportável e meu corpo relaxar.
- Jieun, respira!. - Woo Tak chamava.
Me viro rapidamente e cuspo a água para fora, sentindo uma ardência mais forte em meu nariz, meus olhos lacrimejavam, ponho a mão direita no meu peito e começo a tossir.
- Você está bem?. - Woo Tak pergunta ao meu lado.
Ergo o rosto e vejo o rapaz completamente molhado a minha frente, a sua camisa preta e a calça moletom da mesma cor marcando o seu corpo pelo o mergulho. Desvio o olhar para a piscina a minha frente que anteriormente não enxerguei enquanto corria e cai.
- Então, era você me seguindo... - Murmuro ofegante.
- É isso que você me diz após fugir irresponsavelmente de madrugada e quase morrer afogada?. - O bombeiro pergunta com um tom repreendedor.
- E agir como Stalker é ser responsável?. - Devolvo a pergunta. Desvio o olhar e me levanto do chão, irritada. - Obrigada por me tirar da água, agora pode voltar. - Digo caminhando em direção a entrada da casa.
- Você vai comigo. - Ele diz mas ignoro e seguro na maçaneta da porta, abro e adentro a casa.
Escuto os passos dele apressado atrás de mim, noto uma escultura pequena de um formato estranho mais cumprido, seguro nas mãos e caminho devagar por dentro da sala de estar em alerta. Woo Tak segura no meu pulso direito e me vira de frente para ele ou quase, ele é bastante alto, meu peito fica na altura de seu definido abdômen. Meus batimentos cardíacos aceleram com tamanha proximidade, o silêncio permanece por irônico longos segundos enquanto nos fitamos até que alguém diga uma palavra.
- Eu não vou voltar, não agora... - Começo. - Só queria sair um pouco, voltaria antes do amanhecer. - Digo.
- Se algum infectado não te encontrasse antes disso. - Ele diz impaciente. - Não pensou em sua segurança? Poderia ter me pedido que viria com você se quisesse tanto sair. - Woo Tak sugere me fazendo demonstrar um leve sorriso. - O quê foi? Porque está está sorrindo agora?. - Questionou desconfortável.
- Você está preocupado comigo. - Respondo e pela a primeira vez, vejo o rapaz impaciente ficar com o rosto ruborizado.
- Tsc... prefiro a garota atrevida de antes. - Ele provoca e começa a vasculhar a casa, procurando em cada cômodo se há moradores.
Não tenho contenho a risada com a desculpa dele para fugir de uma confissão. Caminho pela a sala de estar até que um ponto específico me chamou a atenção: uma vitrola marrom envernizada em ótimo estado, me aproximo da cômoda  branca que está abaixo do objeto vintage e percebo que havia um disco, ergo a agulha e coloco no centro novamente, logo começando a tocar uma música familiar.
- Eu peguei o meu amor e o destruí, eu escalei uma montanha e voltei, e vi meu reflexo nas colinas cobertas de neve, até que a avalanche me derrubou, Oh, espelho no céu, o que é o amor? Será que a criança no meu coração pode se erguer? Será que posso navegar pelas ondas mutáveis do oceano? Será que posso lidar com as estações da minha vida? Hmm, hmm, eu não sei, hmm, hmm, hmm, hmm, bem, eu tenho medo das mudanças, porque eu construí minha vida ao seu redor, mas o tempo te deixa mais corajoso, as crianças envelhecem, eu estou envelhecendo também, então. - Cantava a música Landslide de Fleetwood Mac, envolvida com a letra familiar e sensível até ser interrompida por Woo Tak retirando a agulha do disco.
- Não podemos chamar a atenção. - Repreendeu.
- Eu vim para me sentir livre!. - Exclamo. - Se eu quisesse me sentir presa e apenas seguindo regras teria ficado na casa. - Falo alterando o tom de voz.
Grunhidos se aproximam da sala de estar, desvio o olhar para um homem grande adentrando a porta principal da casa, ele aparenta pesar 120kg, as suas pupilas estão brancas assim como a sua pele com contrastes arroxados com suas veias visíveis. Engulo em seco e seguro na mão direita de Woo Tak que apertou sutilmente, me puxando para mais perto de suas costas.
- Não se mova... - Woo Tak sussurra e o homem mexe a cabeça para o lado, aperto com força a mão do bombeiro, assustada. 
O infectado começa a caminhar pela a sala de estar, ele não enxerga e bate no sofá, caindo no chão aos nossos pés me fazendo gritar. O doente grunhe alto como um rugido e levantou rapidamente começando a correr nos perseguindo, Woo Tak segura na minha mão e começa a guiar o caminho pelo o corredor, seguimos até a cozinha, ele segura na maçaneta e abre a porta mas uma mulher doente grunhe tentando pular em nossa direção para dentro da casa.
- Para o banheiro!. - Woo Tak grita.
O infectado grande se aproxima enquanto corremos dando a volta pela a mesa com os dois infectados nos perseguindo, fizemos o retorno pelo o corredor e encontramos o banheiro, adentramos e Woo Tak fecha a porta, virando a chave no anti-horário para trancar, escutamos os doentes grunhindo do lado de fora. Ponho a mão direita sobre o meu peito sentindo meus batimentos cardíacos acelerados.
- Woo Tak, me desculpe... Eu te coloquei nisso... - Lamento ofegante e sinto as lágrimas começarem a escorrer pelo o meu rosto.
- Shh... prefiro quando está me irritando fazendo coisas idiotas. - Ele diz e se aproxima, limpando com o seu polegar as minhas lágrimas.
- E você me segue nessas coisas idiotas. - Retruco com a voz manhosa pelo o choro.
- Porque eu não quero que se machuque. - Afirmou.
Meu rosto ruboriza de imediato com a confissão de Woo Tak. Apoio meu peso na ponta dos pés e me inclino com bastante dificuldade para chegar na altura 1,86 dele, ergo meu rosto e beijo o seu lábio superior, encostando nossos narizes, sinto a mão dele em minha nuca e os seus dedos alcançarem atrás da minha cabeça, ele movimenta minha cabeça inclinando para a lateral, encaixando melhor os nossos lábios. Woo Tak acariciou a minha bochecha com o seu polegar, entreabrindo a boca, inserindo a sua língua, movimentando junto com a minha, sinto o seu braço passar ao redor de minhas costas, ele puxa meu tronco para si e erguendo um pouco para a cima. Seguro as mãos em seus braços fortes, o acompanhando com a língua enquanto ele me ensinava na prática a beijar, finalizando o beijo com um selinho. O silêncio permanece enquanto nos encaramos fixamente após o beijo, mas batidas na porta me fazem apertar com força as mãos em seus braços, o grunhido do doente avisa que estão por perto mas não poderiam entrar com a porta trancada.
- Braços fortes... - Digo envergonhada ao perceber que estava apertando ainda os seus braços. - Você treina muito?. - Pergunto o óbvio, arrependida da desculpa boba.
- Eu sou bombeiro. - Ele recorda.
- Você podia colaborar com a minha vergonha... - Múrmuro.
- Desculpe. - Ele pede com a voz firme mas seu olhar demonstra arrependimento. - Não sou bom com expressões. - Confessou.
- Droga, Jieun... - Resmungo ao perceber o meu erro e bato com a mão esquerda em minha testa.
Woo Tak segura o meu pulso esquerdo e me encara com a expressão de sério, me fazendo sentir formigamentos que ainda não conhecia ou pudesse sentir em certas partes do corpo. Ele põe o meu braço esquerdo para trás de meu corpo, agachou-se e aproximou o seu rosto, unindo os nossos lábios novamente, diferente do primeiro, ele entreabre os lábios de imediato e insere a sua língua em minha boca, movimentando com agilidade em cada canto de minha boca, inclinando o seu corpo sobre o meu. Começo a sentir o formigamento que escutei mais cedo, recordando a colocação que havia sido dada como "Excitação". Woo Tak mordisca meu lábio inferior e retoma ao beijo, pressionando os nossos corpos um contra o outro. Ele caminha empurrando meu corpo até a parede, descendo os seus lábios até o meu pescoço que me causa arrepios pelo o meu corpo. Paft-crash! O som do vidro da janela ao nosso lado quebrando em estilhaços, um doente do lado de fora que percebeu a nossa movimentação estica o tronco entre os vidros quebrados para tentar passar para entrar no banheiro.
- Estamos cercados. - Digo assustada.

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