Soobin
Concluímos a primeira semana com certa dificuldade na casa dos Kim, a horta não estava sendo cuidada desde a última vez que o chefe da família havia passado por aqui, a terra não estava mais fértil, os legumes e verduras crescidos foram perdidos, a água está em bom estado, assim como o painel solar. A casa é enorme, mas para acomodar todas as pessoas tivemos que dividir com apertos. Nosso maior problema e dúvida agora é: O que houve com o mundo? Estão todos infectados?
- SeungHo, conseguiu se comunicar com o seu irmão?.- Pergunto me sentando ao seu lado. Ele está sentado de baixo de uma figueira.
- Não, já tentei todos os canais de comunicação. – Respondeu. – Mas eu acredito que ele não nos avisou daquela Zona propositalmente. – Comenta.
"SEUNGHO! RESPONDA! SEUNGHO! NÃO VÃO PARA A ZONA DE SOBREVIENTES! REPITO, NÃO VÁ PARA A ZONA DE SOBREVIVENTES! O ESTÁDIO CAIU, VOU ENTRAR EM CONTATO PARA TE BUSCAR, FIQUE VIVO" Hyunbi informa entre chiados e interferências pelo o rádio, infelizmente, acompanhado de tiros, grunhidos e gritos.
- SeungHo.. – Chamo e toco em seu ombro. – Ele disse que viria não é? Vamos esperar por ele. – Digo convincente. A relação de irmãos dos dois é problemática, mas é evidente que se importam um com o outro.
Pela a primeira vez, senti falta das tagarelices arrogantes que esse bobo não consegue segurar. Estico a mão oferecendo para que segure, quando sinto o toque de sua mão contra a minha, a sensação de borboletas lutando com suas asas em meu estômago aparece de imediato. Ajudo o rapaz a levantar e assenti sorrindo. Caminho o guiando até a casa novamente, agora em dia claro, é evidente a sua beleza, suas paredes são todas de madeira envernizada em um timbre perfeito com o verde do gramado e das árvores, não havia nenhum móvel da casa que não fosse de madeira, exceto pelo os sofás de couro e fogão a lenha, o gosto particular do pesquisador veio a calhar para o apocalipse, era como se o senhor já soubesse que um dia precisaria de um refúgio com esses recursos naturais e próprios. Eu conhecia o Sr. Kim de vista, estava sempre a implicar com meu irmão por Cecilia, mal sabia ele que o coração de meu irmão pertence a sua filha mais nova.
- Estou orgulhoso de você. – Euntak diz em meu ouvido, dou um pulo com a chegada repentina dele. – Qual é a minha tarefa, senhorita Park?. – Meu irmão brinca.
- A sua namorada que é a dona da casa. – Retruco. – Mas ela me deu passe livre para compartilhar as tarefas, etiquetar os cômodos e dividir igualmente para todos. – Digo orgulhosa enquanto caminho até a cômoda ao lado do sofá, pego a planilha que havia escrito e feito as divisões de tarefas após entrevistar cada sobrevivente para analisar a tarefa adequada para cada um de acordo com suas habilidades.
- Ela não é minha namorada. – Ele diz e pude notar um tom aborrecido em sua voz. – Ainda. – Conclui convicto. – Mas e você, mocinha?. – Euntak zomba imitando a postura de SeungHo e encenando estar colocando um óculos no rosto.
- Tsc..- Resmungo e balanço a cabeça negativamente, revirando os olhos.
Somos interrompidos com Areum adentrar a casa correndo acompanhada de meu irmão Jongin carregando uma menina em seus braços, aparentemente de doze anos, seus cabelos na altura média em tons escuros estão bastante bagunçados, ela vestia uma blusa branca de mangas cumpridas com bastante furos e manchas de sangue seco, uma calça preta desbotada e suja de lama que é evidente ser uma numeração maior, mas não calçava nada nos pés. Meu irmão deita a menina no sofá e rapidamente minha "cunhada" começa a tratar a menina, ela apertava com cuidado cada corpo da menina procurando alguma lesão interna, mas o surpreendente foi presenciar ela controlar o batimento cardíaco da menina com um relógio de punho. Areum aproximou o indicador e o dedo médio da região próxima ao punho, parecia procurar sentir os impulsos, aproximou os mesmos dedos da artéria carótida, logo pressionando suavemente, provavelmente para não comprometer o fluxo de sangue que chega ao cérebro, ergueu seu pulso livre que usa o relógio, ela contava o número de batimentos sentidos em 15 segundos, até notar se eles mantêm a mesma intensidade ou se há um nível variável, ora forte, ora fraco. Ela começa a murmurar multiplicando o número de batimentos que obteve por 4, tendo o total deles em um minuto. A médica suspira aliviada antes de erguer o rosto para repassar o diagnóstico final.
- Ela não apresenta fraturas, apenas superficialmente, devemos preparar algo para ela comer e servir água, ela caminhou bastante pelo os ferimentos aparentes em seus pés e o cansaço, Jennie pegue um spray no armário do banheiro antibacteriano e cicatrizante, a composição dele vai ajudar. – Areum diz. – Vamos esperar ela acordar para se banhar e trocar suas roupas, ela precisa descansar. – Conclui.
- Entendi porque você gosta dela. – Sussurro no ouvido de Euntak, deixando ele visivelmente tímido.
Me afasto do cenário caseiro hospitalar que havia sido formado e sigo até o quarto que estou hospedada, dividia o quarto de hóspedes com Jieun, SeungHo e Jinyoung dividiam o outro quarto de visitas e meus irmãos o quarto que costumava ser dos Sr. e Sra. Kim, Woo Tak com o sofá e as irmãs com os seus quartos. Deito na cama e encaro o teto, todos ali pareciam ainda não ter tido um momento parar chorar pelo os seus entes ou se questionar o que está acontecendo com o mundo, quase um mês de infecção de uma doença desconhecida e algumas pessoas começam atacar, outras aparecem feridas batendo na porta ou talvez em uma casa desconhecida de pessoas que nunca conversou antes. Estamos matando pessoas doentes ou elas já estão mortas? Existe uma cura para essa doença? Algum dia irá existir? Ainda há pessoas para serem vacinadas?