Capítulo 17

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Na manhã seguinte.

Minha cabeça estava explodindo de dor, por que eu insistia em beber tanto? Percebi que estava deitada, eu estava no hotel? Minha última lembrança era eu dentro do carro... Me esforcei para abrir os olhos e me deparei em um quarto, numa cama de casal... O que estava acontecendo? Onde eu estava? Me sentei rapidamente olhando para os lados, ignorando a dor nos olhos e cabeça. Me levantei e então a porta se abriu e Alan Bloomgate apareceu trazendo uma bandeja de café da manhã.

Não, isso não fazia sentido. Eu tinha ido embora e depois fui para o bar... O que eu estava fazendo ali na casa do delegado?

"Você não deveria estar de pé, sente-se e coma um pouco. Você passou muito mal à noite, deve estar fraca."

Eu estava estática e não conseguia falar absolutamente nada... Ele colocou a bandeja na cama e guiou para que me sentasse.

"O que estou fazendo aqui?"

Perguntei por fim.

"Eu disse que quero proteger você. Não estava mentindo."

"... Isso não responde a minha pergunta."

"Eu segui você e quando saiu do bar e entrou no carro, eu me aproximei e a vi desacordada dentro do carro. Te trouxe para casa, você acordou e começou a passar muito mal. Te ajudei a se limpar e depois coloquei você para dormir."

Fechei os olhos me arrependendo da merda que tinha feito, eu não queria ver o Alan nem pintado de ouro por um bom tempo e acordo da casa dele, parabéns para mim, pela burrice. Estava zangada com ele e não sabia onde enfiar a cara depois do vexame e ainda ter que agradecer por ele ter me ajudado...

"Coma um pouco, vai se sentir melhor."

"Eu... estou sem fome."

"Precisa comer, S/N."

"Preciso ficar sozinha, posso?"

Disse olhando nos olhos dele, havia arrependimento neles, o delegado assentiu e saiu do quarto fechando a porta. Audaciosa? Sim, expulsei o dono do próprio quarto, mas eu só não conseguia olhar para ele e nem conversar com ele agora, precisava colocar meus pensamentos em ordem, para poder pensar com clareza.

Eu devia estar péssima, levantei novamente e fui até ao banheiro e quando me olhei no espelho só comprovei o bagaço que eu estava. Era a segunda vez que o delegado me via naquela situação deplorável e seria a última. Após ficar um pouco mais apresentável, voltei para o quarto e tomei o café da manhã. Eu teria que engolir meu orgulho ferido e ter uma conversa franca com ele, precisa impor limites ou as coisas ficariam insustentáveis de lidar. Respirei fundo, acalmando meus sentidos, peguei a bandeja e saí do quarto.

O delegado estava sentado no sofá olhando para a janela, parecia alheio e sequer percebeu que eu havia saído do quarto. Pigarreei chamando sua atenção e o homem virou.

"Precisamos conversar."

"Claro."

Me sentei no sofá ao seu lado e olhei para ele que me observava.

"Primeiramente, gostaria de agradecer pela ajuda. Sou uma mulher adulta e sei das consequência dos meus atos. Você não precisava ter me ajudado... Então, obrigada. Segundo, para isso dar certo, delegado... Precisamos estabelecer alguns limites. Quero que seja sincero comigo, que essa parceria seja construída na base da verdade... Não quero que você interfira nos meus assuntos pessoais, não quero em hipótese alguma que ouse invadir minha privacidade novamente."

Alan assentiu.

"Então, estamos entendidos?"

"Sim, claro. Só quero que saiba que eu não menti para você sobre o que te falei... Fui sincero em cada palavra."

"Vamos apenas esquecer e focar em resolver o caso. Ok? Bom, eu pretendo voltar para Colville. Preciso tomar um banho, trocar essa roupa, depois eu te ligo e conversamos sobre o que aconteceu na casa da Amy, pode ser?"

"Seria mais fácil se você estivesse hospedada aqui em Duskwood."

"Já conversamos sobre isso e você já sabe a minha resposta. Conversamos mais tarde."

Após o Fim - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora