Capítulo 21

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Precisava de um tempo sozinha para pensar no dia de hoje, não era fácil depois de tudo encontrar Jessy e acabar conversando com ela, como aconteceu. Estava surpresa pela forma como agi. Ainda sentia mágoa, mas era como se na hora tivéssemos voltado ao passado... Disse a Phil que não pretendia contar a eles que estou aqui, mas uma parte de mim queria muito reuni-los e deixar o passado no seu devido lugar, no passado. Mas eu sabia que não era o momento e nem a hora para isso. Com essa investigação em andamento, minha parceria com Alan... E ainda tinha o Jake, querendo ou não eu sentia que o motivo para ele estar me investigando tinha a ver com outra coisa...

Fui até a varanda do meu quarto e fiquei observando as pessoas passarem por um bom tempo. Voltei para o quarto e olhei a caixinha e o álbum de fotos, era hora de pensar no próximo passo.

Hannah... olhei para a foto dela no álbum... Será que Alan conseguiria alguma coisa com a conversa? Ela provavelmente está amedrontada, sabe que no caso dela, não há muitas escolhas... Caramba, me sentia sonolenta, fechei os olhos por um momento e adormeci.

Havia alguma coisa errada, então escutei algo batendo e acordei assustada. Já estava bem escuro o céu e a porta que leva para varanda estava aberta, um vento gélido e forte entrava no quarto me causando calafrios, a porta de vidro bateu com a força do vento... Era isso que me acordou, me levantei e corri fechar a porta, puxei as cortinas e o telefone do quarto começou a tocar.

"Alô?"

Ninguém falou absolutamente nada do outro lado da linha, então um relâmpago cortou o céu e o quarto inteiro, ou melhor a cidade ficou completamente na escuridão. As gotas da chuva começaram a cair e num minuto a tempestade começou.

Coloquei o fone no gancho e peguei meu celular e liguei a lanterna. Três batidas na porta e era Agnes com o rosto pálido me trazendo uma lanterna.

"Fazia tempo que não caía uma chuva assim. Quando a energia acaba, demora para voltar, então é provável que só retorne amanhã."

"Acho que o melhor a se fazer é dormir. Obrigada pela lanterna."

Na manhã seguinte.

Assim como Agnes previu, a energia havia voltado. O centro da cidade estava um caos, e os donos dos comércios estavam limpando a entrada de suas lojas. Agnes passava um pano na porta quando me aproximei entregando a ela a lanterna.

"Que chuva."

"Assustou todo mundo... Hmm, preciso te contar uma coisa, mas por favor não diga que fui eu que falei."

Agnes entrou no hotel e eu a segui.

"O que houve?"

"O delegado de Duskwood, ele ligou ontem à tarde perguntando sobre você."

Até então achei normal e não entendi o motivo de toda aquela afobação para me contar isso. Além do mais, eu acabei não dando o meu número do celular que estava usando.

"Ele quis saber se você estava sozinha ou se estava acompanhada."

Dei um suspiro e me sentei na cadeira que tinha alí próximo.

"Você está com problemas? O namorado da minha irmã é advogado e..."

Acabei sorrindo com o comentário.

"Obrigada, Agnes. Mas não estou com esse tipo de problema com a polícia. Mas me diga uma coisa... É a primeira vez que ele faz esse tipo de ligação?"

"Não, não é a primeira vez. As vezes ele liga perguntando se você saiu, que horas chegou, se estava conversando com alguém, se recebeu alguma visita... Eu não te contei antes, porque ele me pediu e eu acabei ficando com medo de entrar em problemas e... Só que eu acho errado esse tipo de situação e achei melhor falar para você o que está acontecendo."

Agnes olhava para mim esperando eu dizer algumas coisas, mas eu estava tão zangada, tão irritada que tive que respirar várias vezes para não descontar na pessoa errada ali na minha frente.

"Agnes, só te peço para que pare de responder ele, ok?"

"Mas ele vai saber que eu te falei e..."

"De uma forma ou de outra ele vai saber, pois eu pretendo tirar essa história a limpo."

Os olhos da moça se arregalaram de medo.

"Não faça isso, por favor."

"Você não precisa ficar com medo, ele não vai fazer nada com você."

"S/N, por favor."

"... Está bem, Agnes. Não vou falar com ele, mas você precisa parar, minta para ele, mas pare de dizer o que faço ou deixo de fazer. Aquele... que raiva! Você me entendeu?"

"Sim, vou mentir para ele."

"Ótimo e obrigada por me contar."

Resolvi sair do hotel, precisava respirar um pouco de ar gelado para esfriar a minha cabeça, minha vontade era de ligar para aquele idiota e falar um monte. Qual era o problema dele? Tínhamos conversado e entrado em um acordo sobre respeitar a minha privacidade! Qual era a dificuldade de entender? Não invadir meu celular, mas tudo bem ficar ligando para o hotel pedindo um relatório do que faço ou deixo de fazer? Tudo isso era medo de eu me aproximar do pessoal novamente e comprometer a investigação? Será que ele achava que Phil tinha vindo para o hotel comigo ontem? Qual era o maldito problema daquele delegado?

Acabei pisando em uma poça de água molhando todo meu pé, meu tênis estava encharcado. Que raiva, tudo isso era culpa dele! 

Após o Fim - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora