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Alan chegou mais tarde do que o habitual naquela noite, estava de pouca conversa. Fechou a porta e disse um boa noite e logo subiu em direção ao quarto. Teria sido somente um dia ruim no trabalho ou alguma outra coisa aconteceu? Decidi ir atrás e o encontrei tirando a camisa.
"O que houve, Alan?"
"Nada."
"Ok, se você não quiser falar, não vou obrigá-lo." Disse me afastando e saindo do quarto, porém ele segurou meu braço. O delegado tinha um olhar intenso e ao mesmo tempo perdido. "Alan, qual é o problema?"
Ele me puxou e beijou repentinamente, suas mãos me seguraram com firmeza o suficiente para eu ficar imóvel enquanto o delegado supria sua necessidade. Não conseguia entender a motivação de tudo aquilo, minha mente estava ao mesmo tempo intrigada e perdida na forma lasciva e sedutora como sua língua me provocava. Senti sua mão descer pela minha cintura e logo o delegado me virou e começou a guiar em direção a cama, senti o macio do colchão e o olhei.
"Alan, o que..."
"Só me deixa ter você..."
Ele disse me interrompendo, alguma coisa havia acontecido, Alan estava estranho demais. Ele começou a se despir e veio na minha direção não dando tempo sequer de pensar.
***
Era cedo ou melhor dizendo, era de madrugada quando acordei e senti uma respiração pesada no meu pescoço, o delegado devia estar no vigésimo sono. Não conversamos na noite passada, ele chegou calado demais e soturno, e então me vi presa nas teias da gigante aranha, quando me dei conta já estava sendo devorada. Algo me dizia que ele sabia sobre meu encontro com Jake na casa de Lilly. Isso explicaria muita coisa... Tirei seu braço de cima de mim e me levantei, peguei meu celular e fui para sala. Aproveitei a escuridão e o silêncio para pensar um pouco, era inegável que toda vez que eu via o Jake, eu não conseguia agir normalmente, o termo correto seria agir indiferente... Isso me incomodava... Mesmo depois de tudo que aconteceu, não era justo eu me sentir abalada da forma como estava, Jake era passado... Sim, uma página da minha vida que eu virei... Será que se eu dissesse isso em voz alta, iria transparecer verdade? A verdade que quero acreditar? ...
Negar o que está acontecendo é um erro, eu posso dizer em voz alta, posso gritar em plenos pulmões, mas ainda vou me sentir da mesma forma, mentindo para mim... Pensando de forma racional, isso poderia ser apenas uma curiosidade de conhecer quem ele realmente é... Quem é o JAKE? O verdadeiro Jake... Eu conhecia apenas fragmentos e o resto minha imaginação fértil criou, formando um homem pelo qual me apaixonei no passado. Dei um longo suspiro e deitei no sofá, isso era errado, não era justo com Alan, não era justo eu ficar com ele, enquanto outro habita meus pensamentos...
"Vem para cama." Levei um susto com a voz rouca vindo da escada. Alan acendeu a luz e veio para sala. "O que está fazendo deitada no sofá? " Ele estava com sono e falava de maneira meio embolada, o que achei engraçado e fofo.
"Perdi o sono."
Alan se aproximou e sentou no cantinho do sofá que havia.
"Se você for um pouquinho para o lado, posso me aconchegar aqui com você."
"Não precisa, delegado. Vai para cama, está bem tarde e você precisa acordar cedo... Depois eu vou me deitar."
Ele tocou meu rosto de maneira carinhosa.
"Não vou conseguir dormir sem você."
Os olhos dele estavam cansados e as pálpebras piscavam de maneira lenta e preguiçosa.
"Ok, Alan."
Assim que me deitei na cama, ele veio logo atrás me abraçando como se eu fosse um urso de pelúcia, tentei me afastar um pouco mas não consegui, estava presa.
***
Alguns dias se passaram e Darkness e eu conversávamos com frequência. Ele acreditava fielmente que Richy estava vivo, o que inicialmente nos levou a discutir, mas como o trevoso tinha um temperamento difícil e era cabeça dura, resolvi tirar esse tópico das nossas conversas, claro que havia comentado com Alan sobre isso, e assim como eu, ele achou um absurdo mais pessoas além do Darkness acreditar que o homem sem rosto ainda estava entre nós. Fiquei imaginando se isso chegasse aos ouvidos de Jessy, ela ficará transtornada. Darkness para minha surpresa revelou que conhecia os demais membros do grupo e inclusive chegou a conversar com Dan e Thomas mais de uma vez. Isso atiçou minha curiosidade para descobrir quem é ele por trás do pseudônimo, mas até o momento ainda se mantinha um mistério.
"É bem provável que já tenhamos nos esbarrado por aí."
Digitei. Por alguns segundos não houve nenhuma resposta, por fim vi que ele começou a digitar.
"... Eu não duvido que isso tenha acontecido... A verdade é que eu sei quem é você."
"Como assim?"
"Você tem razão, já me esbarrei por você pelas ruas de Duskwood."
"E como você tem tanta certeza que sou eu?"
"Eu posso te dizer isso de duas maneiras diferentes. Dizendo seu nome ou falando suas características."
"Você está blefando."
"Não, isso não faz o meu estilo."
"Isso não é justo."
"A vida não é justa com ninguém, S/N."
Isso só poderia ser brincadeira.
"Darkness, como você..."
"Duskwood, é uma cidade pequena, forasteiros sempre são alvos de fofocas e com você não foi diferente."
"Desde de quando você sabe? Quando nos esbarramos? Você vai revelar quem realmente é você?"
"Muitas perguntas, e não responderei nenhuma por ora."
"Isso não é justo, Darkness." Respondi emburrada.
"Conversamos depois, BlackRose. Ou melhor, S/N."
Mas que folgado, pensei.
""Até o próximo capítulo;) Não se esqueçam do voto. ""
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Após o Fim - Duskwood
FanfictionApós a resolução do desaparecimento de Hannah Donfort, a relação com o grupo parece estranha e ninguém mais responde as mensagens ou demonstra querer manter contato. S/N resolve enfim voltar para sua própria realidade que até então foi deixada de l...