04' flarinthians

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A sala se encontrava em total silêncio, Jotapê encarava Maria Luiza preocupado, a garota tinha um pacote de gelo na boca e prestava atenção no desenho que passava na televisão.

Jade estava deitada no ombro da amiga, e Guri estava ao lado dela, em uma distância respeitosa.

— Caralho! — a morena se levantou em um pulo.

— Que foi doida? — Guri questionou, com a mão no peito.

— Logo esqueci de avisar o Breno que tava aqui e tava bem, essas horas ele e o Doprê já devem ter me dado como morta! — a amiga caminhou até a cozinha, pegando seu celular em cima da mesa e voltando pra sala.

Logo Jade ligou para Pedro, vendo que tinha mais chamadas perdidas dele.

— Oi lindo. — sorriu inocente, quando ele atendeu a chamada de vídeo.

— Oh sua maluca, onde é que você tá? Você tá bem?

— Mano, a Malu levou um soco na boca, o Jota achou ela, e agora nois' tá aqui. — mostrou o local.

— Quem foi que bateu na sua amiga?

Quando Jade estava prestes a responder, o celular foi tomado de sua mão.

— Doprê, relaxa irmão! Já resolvemos tudo, até a amanhã! — Jotapê disse, desligando a ligação.

— Seu cuzão, nem deixou eu dar tchau. — a tatuada resmungou, pegando seu celular de volta.

— Você e o Doprê tem que parar com essa viadagem' mano.

— Que viadagem menino? Eu e o Pedro somos bffs! — Jade sorriu.

— Osh, eu logo achei que vocês tavam quase namorando. — Guri se pronunciou.

— A Jade? Namorar? — Jota riu. — Esse evento só aconteceu uma vez pra nunca mais.

— Gente... — Malu quis interromper, com medo da amiga ficar desconfortável.

— Caralho, tô me vendo aqui no reflexo. — apontou pra tv. – Da pra perceber que é a primeira vez que eu uso boné? — questionou, se observando e ajeitando o boné na cabeça.

— Mano. — Jota gargalhou alto.

— Vai se foder! A gente falando da vida amorosa da mina e ela pensando em boné! — Guri se contorceu no sofá gargalhando.

Maria Luiza a olhava sorrindo, enquanto Jade olhava os amigos confusa.

— Uai, eu quero saber de verdade, da pra perceber? — questionou, apontando para o boné.

— Não Jade, não dá. — Malu respondeu soltando a risada que prendia.

Após todos se acalmarem da crise de riso, Jade e Malu colocaram um dos filmes da Barbie para ver.

No meio do filme, Jade saiu da sala e foi para a sacada do apartamento fumar, Guri levantou e a seguiu, deixando apenas Malu e Jotape na sala.

— Porra, minha boca já tá dormente e não para de sangrar. — resmungou.

— Vem cá, vamo' dar um jeito nesse bagulho. — Jotapê disse se levantando do sofá e indo em direção ao banheiro.

— Vai arrancar minha boca fora? — perguntou o seguindo.

— Larga de ser besta. — soltou uma risada e começou a procurar algumas coisas no armário do banheiro.

Maria sentou na tampa do vaso e ficou apenas aguardando.

— Ah não. — resmungou quando viu ele pegar uma caixa de merthiolate.

— Beleza, sua boca vai cair e você nunca mais vai poder beijar alguém. — ele disse e colocou a mão na cintura, ela soltou uma risada.

— Eu já não beijo mesmo! — disse e ele franziu o cenho.

— Vou fingir que acredito, agora cala a boquinha aí. — ele disse e colocou uma gaze no machucado para limpar o sangue.

— Quem você pensa que é pra me mandar calar a boca? — disse assim que ele tirou a gaze da sua boca.

— Procura algo pra apertar aí, vai arder. — avisou.

— Anda logo.

E como ela pediu, Jotape espirrou o remédio bem aonde tava aberto. Na hora que Malu sentiu a ardência, cravou suas unhas nas coxas no garoto, que foi a primeira coisa que sentiu.

— Filha da puta, mano!

— Você que falou pra eu apertar alguma coisa, a culpa é sua. — deu de ombros.

— Agora tem que esperar esse negócio secar pra passar pomada. — disse chegando mais perto.

Malu permaneceu em silêncio, intercalando seu olhar entre a boca e os olhos do garoto rapidamente.

Ele quebrou o clima assoprando na direção da sua boca levemente.

— Garoto? — franziu o cenho e soltou uma risada.

— Tô agilizando o processo! — disse e finalmente passou a pomada nos lábios da garota.

— Valeu, Jota. — sorriu fechado.

— Mas e aí, vai ficar acordada? — ele perguntou saindo do banheiro.

— Na verdade eu tô caindo de sono. — seguiu ele.

— Deixa o Guri e a Jade aí na sala e vamo' lá pro quarto. — sugeriu e ela franziu o cenho. — Tô te chamando pra dormir, idiota.

— Pode pá, vamo'.

— Olha, meu cobertor do Corinthians tá no armário, quer que eu pegue pra você?

— Que nojo! — disse e fez careta.

— Vish neguinha, tá tirando? — cruzou os braços.

— Credo, Jotape, vou dormir com bagulho desse time não.

— Calma lá, cê tá falando mal do Corinthians na minha casa? Posso saber pra qual time cê torce?

— Flamengo.

— Do meu lado você não dorme, credo. — brincou.

— Engraçado que hoje você disse que era Flamengo...

— É tudo rima, bebê! — sorriu. — Fica com esse que tá na cama memo', eu uso o do Corinthians. — disse abrindo o armário.

Então eles terminaram de ajeitar o que precisavam, e deitaram normalmente um de costas pro outro.

O que claramente não duraria muito tempo após eles pegarem no sono e se virassem de madrugada.

𝐂𝐎𝐑𝐍𝐄𝐋𝐈𝐀 𝐒𝐓𝐑𝐄𝐄𝐓, Jotape McOnde histórias criam vida. Descubra agora