Doce vingança.

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Já não falava nem com Catarina nem com Isaac. Tentava falar com ele mas, ele não dava bola. O ignorava, sempre. Acreditou na mentira de Catarina facilmente e não importa quantas vezes Lucas dissesse que é mentiea, ele nunca acreditava.
- Temos uma coisa especial para esse final de semana, alunos.- Disse o coordenador que entrou na sala de Lucas para dar um aviso.- Sábado vamos sair em um acampamento, todos. Quer dizer, quem quiser é claro. É só falar para os pais assinarem este documento.- Mostrou um papel.- Vamos recolhe-los até sexta.- Falou mais algumas coisas e saiu da sala.
" Será que vou? " Pensou Lucas suspirando.
- Mãe!- Chamou por ela entrando em casa.
- Sim, meu filho.- Respondeu Luiza vindo da cozinha para a sala.
- Olha.- Tirou o papel do acampamento da bolsa e entrgou nas mãos da mãe.
- Hmm. Você quer ir?- Perguntou ela.
- Eu não sei... talvez.- Baixou a cabeça.- Mas assine. Se eu quiser ir, entrego para eles lá e aviso pra você, é claro.
- Muito bem.- Tirou da gaveta uma caneta preta e assinou o papel.
- Obrigado...- Subiu para o quarto e pegou seu celular.
" Ei. Vc vai pra esse tal de acampamento?" Mandou uma mensagem para Ed que logo respondeu.
" Não sei. Pq? Vc vai?" Perguntou ele.
" Eu tbm não sei... mas acho que vou " Respondeu Lucas.
" Nesse caso eu vou então ". Sentiu uma coisa estranha dentro de si.
" Só vai pq eu vou? " Perguntou desconfiado.
" Sim, claro. Eu te amo sabia? Por vc eu vou ". Arrepiou-se.
" Outra pessoa dizendo que me ama? " Pensou ele.
" Muito bem. Vamos então " E desligou o wifi.
No dia seguinte entregou o documento assinado para o coordenado e agora era só esperar até sábado. Queria saber se Isaac iria também mas não queria falar com ele pelo fato de estar sendo chamado de mentiroso, uma coisa que não gostava mesmo.

O sábado finalmente chegou e Lucas estava arrumando suas coisas pronto para esperar o ônibus que levaria os alunos ao local do acampamento.
Beep Beep. " É o ônibus! "
- Mãe. Tó indo.- Deu um beijo na bochecha de Luiza que respondeu:
- Tchau e cuidado, meu anjo.
Bateu a porta e saiu. Já haviam muitos alunos dentro do ônibus e no último banco, sozinho, estava Ed ouvindo música.
- Boa dia, Anti-social.- Disse Lucas se sentendo ao lado dele.
- Bom dia, descabelado.- Passou a mão nos cabelos arrumando-os.
- Melhor agora?- Reparou que mais uns bancos a sua frente, estavam sentados um do lado do outro, Isaac e Luís. Seu sangue ferveu.
- O que você tem? Ta estressado?- Perguntou Ed olhando para Lucas.
- Não, não. Estou bem.- Ficaram conversando o caminho inteiro até chegar no local.
Era uma colina. Não muito alta, nem muito baixa, mas o suficiente pra fazer muito frio. Fizeram uma fogueria longe das árvores em uma superficie plana. Já estava anoiteçendo e todos já tinham seus pares para dormir, apesar de que só era permitido dois meninos ou duas meninas em cada barraca. Para a surpresa de Lucas, Isaac iria dormir na barraca de seu amiguinho Luís e ele decifiu ficar com Ed.
- Pessoal.- Luís disse em voz alta. Já não havia muitas pessoas lá, a maioria já estavam dormindo.- Eu temho uma declaração pra fazer.- Lucas se arrepiou.- Eu quero dizer que... eu te amo. E eu vou falar aqui na frente de todo mundo, porque não tenho vergonha de você e tampouco ligo pro pensamento dos outros. Eu te amo... Isaac.- Os olhos de Lucas se arregalaram e todas as ppucas meninas que estavam lá gritaram após o abraço dos dois.
Uma lágrima correu o rosto de Lucas e ele se levantou indo para a barraca.
" Como ele pôde fazer isso? Espero que a mãe dele mate esse infeliz... se ela não matar... eu mato!" Estava transtornado, furioso e magoado. Ed entrou na barraca e o viu chorando.
- O que você tem?- Disse ele se abaixando e o abraçando forte.
- Esses idiotas aí fora. Se por acaso um deles morrer, saiba que fui eu.- Respondeu ele enchugando as lágrimas.
- Pare de falar besteira.- Passou a mão em seu rosto.- Ignore eles. Deixe esse dois pra lá e... fiquei comigo.- Beijou a bochecha de Lucas que o abraçou de volta.
- Vamos dormir.- Deu um selinho em Lucas e foram dormir abraçados.
No dia seguinte todos foram levados pra um lago pra pescar ou nadar, coisa aue niguém fez naquele frio. Dessa vez Isaac e Luís estavam mais próximos do que nunca e isso já estava tirando Lucas do sério.
O final de semana passou mais rápido do que o normal, bom para Lucas que não aguentava olhar mais prara os dois pombinhos apaixonados.
" Se ele simplesmente desapareçesse..." Estava decido a dar um fim em um dos dois e já sabia como, e com quem, faria.

Depois de duas semanas, finalmente o ano acabou. Sem escola, sem provas, sem trabalho. Sem responssabilidades e agora seu caminho estava livre pra fazer o pretendia. Era uma tarde de quinta-feira, o tempo estava ruim, o céu e encontrava escuro com muitas nuvens pesadas que cairiam em água a qualquer momento. Faltavam cinco minutos para às quatro horas, a hora em que Isaac ficava sozinho em casa. Luiza estava na sala fechando as janelas para que a água da chuva não molhasse nada lá dentro, e então Lucas foi até seu quarto, abriu a gaveta e pegou seu revólver calibre trinta e oito cheio de balas.
- Mãe.- Desceu as escadas.- Vou ali no mercafo rapidinho comprar refrigerante.
- Muito bem. Mas vá e volta rápido, vai chover.- Disse ela.
Lucas saiu de casa e foi direto para a casa de Isaac, com o revólver escondido entre o short e o corpo. Como ele esperava, a garagem estava vazia. Pulou o muro e entrou na casa indo para o quarto de Isaac. Abriu a porta com força e o garoto que estava no computador virou para ele assustado.
- Ah. Lucas, é você. O que você v-
- Cala boca e senta aí. Eu estava muito feliz com você, estava tudo dando certo. Aí vem a Catarina, lhe mostra um cueca e você já me larga. Como pode saber se era minha ou não?- Gritou ele.
- Eu nã-
- Cala a boca. Estavamos tomando banho de piscina, começou a chover e fui tomar um banho. Quamdo voltei minha cueca havia sumído. Ela disse que foi a empregada com suas manias estranhas e então ela me trouxe outra do irmão dela ou sei lá de quem. Eu sofri muito por você nesse últimos três anos da minha vida. E sabe por que? Porque eu te amo e você nunca se quer me deu uma única chançe de verdade. Quamdo pensei que havia conseguido, você vem e faz isso comigo. CARAMBA!- Chorou.
- Então você veio aqui dizer a verdade, provar que estou errado e esfregar na minha cara, é isso?- Os olhos de Isaac estavam vermelhos.
- Não. Eu vim...- Tirou o revólver.- Acabar com meu sofrimento.
- Meu deus. Lucas. Calma. Podemos conversar e... mudar as coisas.- Disse Isaac assusstado.
- Não tem como mudar. Não mais. Vem.- Chamou-o com um gesto.- Vamos tomar banho de piscina.
- Mas... vai chover.
- Vamos!
Isaac o obedeceu e os dois foram para a beira da piscina. Um trovão anúciou que a chuva estava por vir.
- É aqui.- Disse Lucas segurando firme a arma.
- Vai me matar aqui? Muito bem, vejo que não vou poder mudar isso. Mas antes.
Do seu bolso tirou o cordão de Lucas.
- Pegue. Acho que agora é a hora certa pra devolver isso.- Entregou a mão esquerda dele.
- Isaac...- Chorou.- Eu te amo.
As mão de Isaac foram ao rosto de Lucas e logo em seguida um beijo, longo e calmo. E então veio o som do tiro. Forte e alto como de um trovão.
- Eu... também te amo.- Isaac estava ofegante como se tivesse voltado de uma maratona.
Virou-se, deu o último suspiro e caiu de braços abertos na piscina. Mas um trovão veio seguido da chuva.
- Adeus...- Caiu de joelhos.- Isaac.
A piscina ficou manchada de vermelho e as pequenas gotas da chuva pareciam limpa-la deixando-a azul novamente. O corpo de Isaac boiava e Lucas saiu de lá correndo antes que sua mãe voltasse e encontrasse seu filho... morto.

In My Vains.Onde histórias criam vida. Descubra agora