A primeira vez que venho ao Rio de Janeiro, assim que saio do aeroporto sinto o cheiro da natureza, o ar mais puro do que de São Paulo.
Eu acabei arrumando um quarto de hotel em Copacabana, um dos melhores bairros para se viver, e me senti em uma novela, uma vida totalmente diferente da que eu levo. Assim que deixei minhas coisas no quarto, me arrumei para passar a tarde com uns amigos que já moram aqui, iria comemorar meus 23 anos que seria daqui dois dias.
•••
- Eu já disse Ju, lá no morro é mais barato!
Me aproximo pegando minha canga me secando pois estava voltando de um mergulho no mar, pego a conversa no meio.
- O que é mais barato Pedro?
Pergunto para meu amigo que estava falando a pouco.
- A Júlia quer comprar mais erva, mas aqui na praia os cara metem a faca, preços altíssimos.
Dou uma leve risada, eu não estava acostumada com esse tipo de situação e não sabia que eles fumavam, me sento na cadeira ao lado de Bruna, estávamos em 5 pessoas. Eu, Júlia, Bruna, Pedro e Mateus. Como eu os conhecia?
Um carnaval em São Paulo há 2 anos nos aproximou, desde então sempre viajando e saindo juntos, até todos voltarem a morar no Rio. As vezes eu me sentia deslocada, eles moravam juntos e passavam mais tempo juntos e eu parecia uma desconhecida tentando se enturmar.
- É fácil meu parceiro, vamos lá na Dona Marta, tenho amigos que facilitam.
Mateus sugere e Bruna nega com a cabeça.
- Você tá louco? Sabe que não pode andar por aí assim a toa, moscando.
Eu apenas analisava, não era meu momento de fala, e também só sabia pensar no término do meu namoro que foi há 2 semanas, acreditem, nunca tenham nenhum tipo de relação com caras que levam o nome Lucas.
- Ei! Sarah, vamos logo!
Júlia estala os dedos em frente ao meu rosto me chamando a atenção me ajeito na cadeira e vejo que todos haviam levantado e recolhido as coisas, faço o mesmo rapidamente.
- Onde vamos?
Pergunto seguindo eles pela areia até a calçadão.
- Vamos comprar uma coisa rapidinho, e depois ir para algum bar, quer ir?
Pedro explica e eu me pego indecisa.
- Mas a Bruna disse que não é seguro.
- Ah para de ser medrosa, aliás tenho amigos lá nada vai acontecer.
Reviro os olhos e ele ri de mim.
- Tudo bem.
Eu e Pedro estávamos mais para colegas do que amigos, ele sempre adorou debochar de mim e zoar, e eu não gostava nem um pouco, sempre tínhamos atrito.
No carro de Mateus subimos o morro, fomos até uma parte em que homens armados claramente criminosos analisavam o carro com olhar de ódio, ou buscando algo fora de suas regras, naquele momento eu senti medo. Eu não deveria estar ali.
- Gente, não estou com um bom pressentimento.
Confesso respirando fundo, eu estava do lado esquerdo do banco traseiro de passageiro, Pedro é primeiro a rir.
- Ah bebezinha está com medinho.
Mateus estaciona e Pedro desce, o sol estava se pondo, em pouco tempo iria anoitecer e eu só conseguia pensar no problema em que me meti.
- Já que está com tanto medo vem comigo.
Pedro da a volta no carro e abre a porta ao meu lado, nego com a cabeça.
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