Uma semana.
Estamos a porra de uma semana brigando e a garota ainda não havia aceitado o tratamento. Proibir os seus doces, as visitas e estou quase cogitando tirar tudo do quarto e mesmo assim ela não concordou comigo. Todos os dias eu ia até o quarto e entregava o cronograma querendo que ela analisasse, além disso eu também ia apresentar os médicos que iriam trabalhar no seu caso e a mesma só encarava todos com deboche e desinteresse. Para piorar tudo, a psicóloga que eu contratei para seguir com o caso dela me contou ontem que a Lisa ficou uma hora e meia encarando sem abrir a boca para contar nada durante sete dias, ela ficou em silêncio em todas as sessões desses sete dias.
Eu sou paciente, muito paciente, mas a garota está me tirando do sério com aquela boquinha atrevida. Achei que seria fácil lidar com ela, pelo fato dela ser mais nova e estar em um momento de fragilidade, mas nenhum dos meus métodos estão servindo e a minha equipe ficou desestimulada por causa dela, nenhum deles tem vontade de entrar no quarto.
Como eles vão se estimularem para trabalhar quando ela que é a paciente não está nem aí? É sempre a mesma coisa, eles vão até ela e a garota fica em uma guerra de silêncio, negação e deboche.
Caminho pelos corredores e respiro fundo antes de girar a macena e entrar naquele quarto. Inspirei três vezes e logo depois abri a porta adentrando no pequeno cômodo branco e sem graça. Os olhos pretos buscaram o meu no mesmo instante e logo ela desligou a televisão levantando o queixo e me encarando.
— O que faz aqui Doutor Vamerrer? Achei que já havíamos terminado o assunto e que você já tinha caído na real durante todas as viagens até o meu quarto. — Pergunta logo depois me afrontando com ousadia e perspicácia. — Quantas vezes terei que te dizer que não vou aceitar nenhum tratamento que venha de você? — Questiona bravamente e cerrando os dentes, porém parecia ter algo de errado com a sua expressão hoje. Analiso todo o seu rosto e todas as emoções que são desenhadas nele, é pelo visto alguém não havia dormido bem.
— Resolvi deixar a sua amiga te visitar. — Apontei e dei alguns passos para frente me aproximando dela e entregando um novo cronograma em suas mãos.
— Como é generoso vossa senhoria! — Exclama amargamente. — Se eu pudesse andar até iria me ajoelhar para agradecer pela sua benevolência. — Meu povo de adão desceu e subiu algumas vezes, apertei a minha mão e consequentemente a folha que eu segurava.
— Agente Deivenn estou tentando fazer isso aqui dar certo, porém é uma mão dupla, se você não cooperar não temos como seguir em frente.
— Em que momento? — Pergunta e franzo o rosto não entendendo a sua pergunta.
— Não entendi.
— Em que momento você tentou Vamerrer? — Abro a minha boca, porém ela faz um sinal com a mão. — Deixe eu ver. — Coloca a mão no queixo e sorri bravamente. — Talvez tenha sido quando me insultou, não espera... Acho que foi quando jogou em minha cara que a minha parceira morreu e que eu não merecia estar viva.
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Cuidada Por Você. (Médico/Agente FBI)
RomanceLisa sempre soube que há diversas maneiras de um destino se enlaçar a outro, no entanto ela jamais se preparou para a perda da sua melhor amiga e logo depois a obrigatoriedade de seguir o tratamento com um médico recluso, babaca, mau humorado, fecha...