Andando sem rumo

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No mesmo dia

Alguém tocou a campainha. Olhei para o Dani que estava olhando para mim. Ergui uma sobrancelha, lançando um olhar de "vai atender", mas ele balançou a cabeça como um não. Fiz um bico e serrei os olhos.

- Calma! Não precisa me agredir mentalmente - ele disse se levantando. Abanei a cabeça e vi-o caminhando até a porta.

Ouvi falas de uma voz conhecida e inclinei a cabeça para o lado, para tentar ver quem é que estava na porta.

- Os irmãos metralha estão aí? - ouço a voz familiar e me levanto.

- Ah... Você de novo - reviro os olhos e me concentro no Thomas.

- Quem é? É o meu boy magia? - Giovanni perguntou descendo as escadas e olhando para a porta.

- Não, gay infeliz. Sai daqui - abanei a mão e ele bufou que nem o demônio, voltando a subir.

Olhei para o Thomas outra vez, que estava me olhando com uma cara esquisita.

Acho que eu nunca descrevi como ele é, né? Bom, aqui vamos nós.

Thomas tem o cabelo preto comprido, mas não passa dos ombros e é ligeiramente inclinado para cima, como um topete, é alto, olhos verdes claros, lábios num tom de rosa natural, é forte, mas nada de exagerado, usa alargador e... É, acho que é isso. O estilo dele é um pouco de skatista misturado com rockeiro, não sei ao certo, mas ele sempre usa um casaco de couro marrom ou preto e uma calça justa, com aquelas correntes em volta dos bolsos e que quando ele anda, faz um barulho irritante, blusas extremamente largas e um tênis de cano médio.

Eu considero-o estiloso. Deve ser gay.

GIOVANNI!

- Eu vim entregar o que eu tinha que entregar - Thomas murmurou num tom de raiva.

- Você está bravo por eu ter te expulsado daqui? - cruzei os braços e sorri.

- Eu? Que isso. Nem sou de ficar bravo. Agora pega essa porra e não mostra pra ninguém - meu primo murmurou e me entregou uma caixa um pouco grande, fina e preta. É uma arma.

- Que marca que é?

- Abra e veja você mesma. Vai se surpreender - ele cruzou os braços e se encostou na porta.

Dei de ombros e quando eu ia abrir a caixa, Thomas segura a minha mão firmemente, fazendo-me engolir em seco.

- Faça isso lá em baixo - ele me olhou seriamente. Soltei a sua mão do meu pulso e fiz cara de nojo - Boa noite.

Dito isso, ele se "desgrudou" da porta e caminhou até o seu carro. Fechei a porta de madeira e dei um longo suspiro.

- Dani - chamei ele.

- Hm?

- Me leva no hospital? Não aguento mais essa luva do demônio - cocei o meu pulso.

- O que eu ganho com isso? - fitou os meus olhos.

- Um tapa na cara se você não me levar agora - coloquei as mãos na cintura. Ele arregalou um pouco os olhos e suspirou.

- Vamos.

- Você não deveria ter vindo hoje, Angell - o médico alto, com barbicha e loiro disse retirando a luva cuidadosamente do meu pulso.

- Nem está mais doendo. E só falta mais um dia pra tirar, então, não faz diferença nenhuma - digo. Ele suspira e balança a cabeça em forma negativa. O doutor vai na sua pequena mesa e tira de lá uma agulha e um frasco pequeno.

Once Again - (Angell)Onde histórias criam vida. Descubra agora