Conversando

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Pronto. Era só o que me faltava.

- Parece que sim - do fundo da minha garganta, soltei uma risada falsa, forçada e irônica.

Guardei a toalha e peguei a minha mochila.

- Eu confesso que senti uma atração por ele na primeira troca de olhares, mas vi que seria difícil de conquistá-lo, visto que tinha um carrapato chamado Angell e que estava colado nele - Isadora disse com cara de nojo. Ri dela.

- Você é uma puta - rio mais uma vez e saio do banheiro, sem deixar de dar uma ombrada nela. Sinto ela me seguindo e decido apenas ignorar.

- Angell, será que ele te amava mesmo? Olha, porque não se passou nem um mês desde que vocês terminaram e ele já pegou a primeira que viu pela frente - ouço os passos do salto da Isadora andando atrás de mim e sorrio.

- Eu não sabia que você era uma cadela pra correr atrás da dona. E é assim que você fala da sua amiga? - falo sarcasticamente.

- Não fuja do assunto, Green - ela disse.

- E não me persiga - revirei os olhos.

- Você só está querendo desviar da conversa para não pensar no que o Daniel pode estar fazendo com a Katie. Enquanto você morre por ele, eles estão lá, um gemendo o nome do outro.

Parei de andar, como se estivesse congelado. Me virei lentamente e caminhei até a Isadora.

- O que você disse? - os meus lábios tremeram, só de pensar na cena que ela havia me falado.

- Você ouviu muito bem. A Katie pode fazer o que você não fez para o Daniel, pode dar um prazer que você nunca o ofereceu, pode beijá-lo como você nunca o beijou e pode amá-lo como você nunca o amou - ela atirou as suas palavras e o ódio rapidamente tomou conta do meu corpo.

Peguei nos cabelos da Isadora e puxei a sua cabeça para baixo, levantando o meu joelho e fazendo com que ambos impactasse um no outro. Isadora gritou e eu agarrei no topo da sua cabeça, arrastando-a para fora da faculdade, enquanto ela gritava e tentava me desgrudar de si.

Nós passamos pelo campus e alguns jovens que estavam presentes lá, se levantaram e caminharam junto conosco, para ver o que ia acontecer. Assim que chegamos lá fora, eu levantei a cabeça dela e vi sangue jorrando do seu nariz.

- Eu só vim pra cá porque poderia ser expulsa caso te batesse dentro da faculdade. Mas olha, eu posso te bater livremente agora - murmuro bem perto dele e Isadora ri.

- Bater em mim resolve a sua situação, não é? - perguntou agarrada na minha mão.

- Não. Mas pelo menos faz eu descontar toda a minha raiva em você - levantei a minha mão e dei um tapa na cara da Isadora, em seguida outro e mais outro. Desisti de estapear ela e dei um murro na sua cara, e larguei o seu cabelo, fazendo-a cair no chão.

Comecei a chutar a barriga da Isadora, ela gemia e tentava sair dali, porém, eu não deixava. Peguei na gola da sua blusa e fiz ela fixar o seu olhar no meu.

- Ouve isso... - falei com a respiração acelerada - Se você tentar me provocar mais uma vez.. eu juro que te mato, Isadora - murmuro.

- Eu sei que o Daniel é o seu ponto fraco, Angell. Mas eu também sei que você não é nada pra ele, além de uma vadiazinha mimada - ela gritou e os meus olhos transbordaram.

- Isso não é verdade! - gritei dando três socos em uma só bochecha da Isadora. Soltei ela e me levantei, vendo-a se contorcer no chão.

Coloquei as minhas mãos no meu rosto e deixei as lágrimas caírem. Deixei o meu corpo cair no chão e comecei a soluçar, ainda com o rosto coberto.

Once Again - (Angell)Onde histórias criam vida. Descubra agora