Parece que ela voltou

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Depois de quase uma hora limpando tudo, retirando os corpos dos mortos e levando lá pro porão, eu finalmente pude me sentar novamente no sofá.

Ainda bem que os meus amigos não estão aqui. Mas vai ser difícil explicar o desaparecimento da Naomi.

Preciso contar a verdade pra todo mundo.

O Dani ainda não tinha descido e eu não me preocupo. Eu sei que ele precisa de um tempo pra pensar, até pode ficar bravo comigo por ter escondido uma coisa que envolvia ele. Eu entendo e não reclamo. Porém, preciso falar com ele.

Subi as escadas e cheguei na porta do quarto dele. Bati na porta e sem esperar, abri a mesma.

Ele estava do outro lado da cama, tampando o seu rosto e curvado.

- Posso falar com você? - perguntei.

Dani olhou para mim e assentiu. Caminhei até a cama e me sentei do lado oposto dele.

- Eu sei que deveria ter contado sobre o assunto 'Hanna', mas... fiquei com receio. Ela.. ela tinha apontado uma arma pra mim e quase atirou. Só que o Ethan chegou a tempo e... aconteceu. A Hanna tinha contado partes do meu passado e eu não consegui me controlar, Dani. Quando falam da minha mãe... - engoli em seco - é como se estivessem ferindo cada parte do meu corpo. Eu não consigo falar dela sem sentir um remorso - olhei para baixo e brinquei com os meus polegares - Eu também não entendi porque a Naomi queria nos matar. O que fizemos pra ela? E agora? O que vai ser do Ethan? Ele a amava e depois de descobrir isso, tão rápido... A minha cabeça está completamente embaraçada. Espero que ele fique bem.

- Eu sei como você se sente - disse após alguns segundos de silêncio. Lembrei das últimas palavras da Naomi - Também não estou bravo por você não me contar aquilo da Hanna, mas eu nunca imaginei que você tivesse a coragem de matar. Mas agora eu sei - pude imaginar Dani olhando para trás. Senti que o colchão ficou mais leve. Talvez ele tivesse se levantado. Ele caminhou até aonde eu estava - Você é muito corajosa - Dani ficou abaixado na minha frente.

- Não tenho certeza sobre isso. Acho que eu sou corajosa fisicamente, mas psicologicamente não - dei um sorriso fraco.

- Os dois. Não é só porque você se acha fraca no seu inferior, que é porque você é fraca mesmo. Eu já disse pra você esquecer todo o passado e viver o presente. Quem vive de passado é museu.

- Pff. Se for assim, sou um museu da época medieval - revirei os olhos e Dani riu.

- É isso que eu gosto em você, Ange. Consegue fazer o clima mudar rápido. Mas agora sou eu que vou fazer isso - e dito isso, Dani agarrou a minha nuca e beijou os meus lábios.

Rapidamente a sua língua entrou na minha boca, e ambas começaram a embrulhar, entrelaçar e tocar uma na outra de uma forma bem suave. Dani se levantou um pouco e me fez deitar na cama, enquanto ainda me beijava. A sua língua explorava todos os cantos da minha boca, fazendo com que um arrepio subisse a minha coluna. Ele beijou o meu pescoço e subiu para a minha orelha, beijando e mordendo levemente a mesma. Arfei e sorri.

- Sacanagem - murmurei e Dani riu contra o meu pescoço. Ele deixou mais um beijo plantado lá e voltou a beijar os meus lábios. Ele puxou o meu quadril para si, enquanto as minhas mãos viajavam para os seus cabelos lisos e sedosos.

Finalizamos com um simples beijo e Dani mordeu o meu lábio inferior. Ri e dei mais um beijinho nele.

Olhei para os seus olhos que eu resolvi chamar de bipolares. Hoje eles estavam com cores misturadas, um azul forte e profundo e o seu verde mais perfeito. Notei que havia um pouco de violeta em volta do seu azul, mas bem pouco mesmo. Tão lindos que dá vontade de arrancar e colar no lugar dos meus olhos.

Once Again - (Angell)Onde histórias criam vida. Descubra agora