Pintando o quarto

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Abri os olhos com facilidade, visto que o quarto estava escuro. Eu tinha fechado as cortinas quando eu acordei, devido à insônia. O negócio tá foda.

Olhei para o lado e encontrei a coisa mais perfeita do mundo, dormindo profundamente. Os nossos lábios estavam num espaço mínimo de distância.

Queria beijá-la agora, mas qual é a graça de poder beijar alguém dormindo, sendo que essa pessoa nem vai sentir o meu toque?

Fiquei fazendo carinho na sua bochecha, e sorrindo a cada murmúrio que ela dava. Sua boca entre-aberta, bochechas rosadas e respiração calma, me fazia lembrar de quando ela estava naquela cama de hospital. Mas antes, ela estava totalmente sem vida.

Afastei esse pensamento quando uma ideia surgiu na minha cabeça.

Me levantei calmamente, para não acordar a Angell, e vesti a minha calça. Saí do quarto e corri até a cozinha, começando a preparar o café preferido dela. Torradas, bacon, ovos, suco de laranja, panquecas e biscoitos sem recheio.

Coloquei tudo em cima da bandeja, que ficou apertada, e subi as escadas cuidadosamente.

Fico aliviado por ser o primeiro a acordar quase sempre e não ter ninguém que encha o meu saco, perguntando-me a onde eu vou com essa bandeja. Eu, com certeza, ficaria constrangido com uma pergunta dessa, ainda mais se um dos meus amigos desconfiasse ou até imaginasse que rolou alguma coisa entre eu e a Angell.

Abri a porta e coloquei a bandeja em cima da cama.

Comecei a fazer carícias no cabelo da Angell e beijar lentamente o seu pescoço, ombro e clavícula.

Ela se mexeu um pouco e abriu os olhos devagar. Sorri levemente e observei os seus olhos azuis, abrindo-se com calma.

- Bom dia, princesa - murmurei, ainda mexendo no seu cabelo.

- Bom dia, idiota - ela se despreguiçou - Princesa o caralho - murmurou. Revirei os olhos.

- Já vi que tem alguém de ressaca. Pra melhorar esse bom humor aí, olha o café que eu preparei pra você - digo acenando com a cabeça, para o café da manhã dela.

Angell olhou para a bandeja e bocejou.

- Não tô com fome - disse.

- Você tem que comer alguma coisa. Ontem você não comeu quase nada, só bebeu aquelas porcarias - minha expressão mudou para séria - Você tinha prometido que não ia beber - cruzo os braços.

- Nunca acredite nas promessas de Angell Green - ela se sentou. Revirei os olhos - Vamos lá. Dá um sorrisinho, pelo menos - Angell sorriu, fazendo-me sorrir também.

Como ela consegue fazer isso?!

- Vamos comer - ignoro isso e pego na bandeja, colocando por cima dela.

- Cadê o meu celular? - perguntou.

Gargalhei.

- Eu encontrei ele quebrado. Parece que um ser muito inteligente, arremessou ele contra a parede - pego num biscoito. Ela arregala os olhos e faz um barulho estranho com a garganta.

Once Again - (Angell)Onde histórias criam vida. Descubra agora