Visitas

2.9K 203 55
                                    

Me adicionem no snap: lessdb

Ainda estamos aqui no hotel. Eu não consegui dormir hoje, pensando naquele SMS.

Eu vou destruir a sua vida.

Aquela frase não saiu da minha cabeça. Depois de ler e reler a mensagem que eu havia tirado screenshot, ainda não sei o porquê do Bryan querer fazer isso com o Daniel. Por que?

Eu não comentei nada com ele também, mas sinto que eu devo contar, porém, não quero que o Dani se preocupe demais, visto que ele disse que o Bryan é perigoso. E já deu pra notar.

Devo fazer alguma coisa pra deter o Bryan. Mesmo que eu não saiba o que ele quer, isso não pode ficar assim. Aquela ameaça não pode deixar a gente com medo.

- Pensando em que? - ouvi aquela voz que eu tanto amo.

Dani se sentou ao meu lado e bateu os pés dentro da água da piscina.

Só de ouvir isso e de ver o seu sorriso delicado e sincero, eu já sinto vontade de chorar.

Não quero contar o que houve nessa noite, não quero que esse sorriso alegre se desfaça só por causa de uma mensagem. Mas eu preciso.

O Dani já sofreu demais pra receber uma notícia dessa e acabar com toda a sua paz.

- Nada não - dei um sorriso apertado e Dani levantou a mão, acariciou a minha bochecha como sempre faz e sorriu.

- Você se afastou um pouco hoje. O que houve, Ange?

Suspirei.

- Não é nada, Dani. Eu só... preciso conversar com alguém - balancei a cabeça e olhei para os meus polegares.

- E esse alguém pode ser eu? - perguntou levantando o meu queixo delicadamente. Assenti.

Pensei em alguma coisa que eu queira soltar e achei. Minha mãe.

- Olha... talvez eu não tenha contado isso pra ninguém, mas poucas pessoas devem saber. Eu cansei de guardar isso pra mim, cansei de ter medo do meu eu, mas... - olhei para os seus olhos, que me fitavam - com você, Dani... eu sinto como se o mundo inteiro sumisse e só estivéssemos nós dois - suspirei mais uma vez - Eu quero falar da minha mãe.

Dani pareceu surpreso.

- Victória? - perguntou.

- Não... a que morreu - digo e ele assente - Ela... era uma louca - ri fracamente e já senti a água se acumular dentro dos meus olhos - O nome dela era Clara... ela tentou me matar diversas vezes, mas nunca conseguiu. Desde quando eu era bebê, já sofria por causa dela. Me diz uma coisa, Dani.. - olhei para ele novamente. Dani tinha a famosa expressão de pena - O nome Clara não significa "iluminosa", "brilhante" e "claridade"? - perguntei. Ele apenas assentiu - Então... ela era a escuridão - as lágrimas escaparam sem a minha permissão, e um soluço também - Eu nunca entendi por que ela quis fazer isso. Entendo que ela era louca, mas... eu era uma criança - solucei mais uma vez. Engoli o choro e continuei - Então... depois de anos convivendo com uma psicopata, ela finalmente foi levada para uma clínica ou um hospício. Mas logo faleceu... meu pai me disse que ela foi eletrocutada - mais lágrimas escaparam, mas eu já nem me preocupava em limpá-las - Fomos no enterro dela que não durou nem meia hora e quando eu a vi naquele caixão... eu só me perguntei: "Por que, mãe? Por que você fez isso tudo?". Nem tive tempo de me despedir - coloquei as mãos no meu rosto e comecei a soluçar mais.

Dani não respondeu por alguns segundos. Senti as suas mãos quentes nas minhas costas e senti-o se aproximando, envolvendo-me nos seus braços aconchegantes.

Isso é tão bom. Como alguém consegue confortar uma pessoa com apenas um abraço?

- Eu só queria saber o porquê - murmurei ainda soluçando - Eu..

Once Again - (Angell)Onde histórias criam vida. Descubra agora