Beijo

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Um tumulto de pessoas começou a se formar em volta da briga. Tentei ver o que estava acontecendo, mas não consegui.

Me levantei com o apoio da parede e caminhei até o grupo de pessoas.

Arregalei os olhos ao ver que era o Dani que estava recebendo socos agora. Ele estava se defendendo, tentando segurar as mãos do Mike e estava chutando as costas dele, mas ainda estava recebendo murros fortes.

Corri esforçadamente lá.

- Mike! Solta ele! - empurrei-o no chão e ele parou com os seus movimentos, me olhando com a respiração acelerada.

Dani se levantou e quando ele foi para cima dele novamente, um garoto segurou-o e arrastou-o para longe.

- Vai embora. Sai daqui - digo. Ele se levanta e sai da casa, acompanhado por alguém.

Vejo o Dani fitando-o e olhando-o seriamente. Dani retorna o seu olhar para mim e corre na minha direção.

- Você está bem? Ele te machucou? - Dani perguntou. O seu rosto estava vermelho, nariz e boca sangrando e machucados nas bochechas. Neguei com a cabeça - Não minta pra mim - ele rosnou. Senti os pelos da minha pele se levantar.

Ele nunca falou assim comigo. Mas eu gostei.

De alguma forma, o jeito protetor e agressivo do Dani, me atrai. E eu, particularmente, acho isso muito sexy.

- Eu... - tentei falar, mas fui interrompida por causa do gemido de dor que escapou da minha boca.

- Vamos voltar pra casa.

Daniel me ajudou a ir para o carro. Ele me deixou sozinha e foi atrás dos nossos amigos.

Suspirei pesadamente, enquanto sentia a dor aumentar.

- Para de se mexer! - resmunguei quando Dani se mexeu mais uma vez.

Eu estou tentando limpar a cara do Dani, mas essa tarefa não tá sendo muito fácil.

- Isso dói! - Daniel resmungou de volta.

- E vai doer mais se você não parar de se mexer! - retruquei. Ele bufou e olhou para a parede.

Molhei o algodão no álcool e passei cuidadosamente no seu nariz, que tinha sangue. Ele nao podia simplesmente chegar no Mike e dar um simples soco?

Não reclama, que você fez o mesmo.

É.

Dane-se.

Assim que o seu nariz ficou limpo, comecei a limpar o canto da sua boca com outro algodão. A sua boca começou a se curvar, formando um sorriso pequeno. Olhei para os seus olhos. Os mesmos estvam me fitando e com um brilho nestes.

- O que? - perguntei - A retardíce tomou conta da raiva? - digo. Dani ri.

- Como você consegue ser tão bruta, mas ao mesmo tempo, tão delicada? - perguntou. Sorri.

- Só tomo cuidado pra não te ferir ainda mais.

- Fico lisonjeado por receber esse carinho - Dani disse.

- Carinho nada - rio e o Dani acompanha.

Após uns trinta segundos de eterno silêncio, resolvo falar.

Once Again - (Angell)Onde histórias criam vida. Descubra agora