2. Calmaria

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Acordei com a luz suave do sol da tarde filtrando pelas persianas do quarto do hospital. Meus músculos protestavam levemente enquanto eu me mexia, com a lembrança do esforço físico da madrugada ainda presente.

Olhei ao redor e percebi que estava sozinha no quarto, com um frasco de soro pendurado ao meu lado, gotejando lentamente. Levantei-me com cuidado. 

Minhas roupas de chamado haviam sido trocadas por uma blusa da estação e uma calça de moletom. Os cortes e arranhões nos meus braços estavam limpos e enfaixados. Respirei fundo, tentando clarear minha mente, e me preparei para chamar a enfermeira.

 Respirei fundo, tentando clarear minha mente, e me preparei para chamar a enfermeira

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Quando saí do quarto, fui recebida por um rosto familiar e acolhedor. O tenente Balvín, ou 'J', como todos o chamavam, estava parado na porta, segurando um envelope em uma mão e com um sorriso caloroso no rosto. Sempre ele.

— Bom dia, dorminhoca. Meio-dia  — ele brincou, em tom gentil, mas autoritário — Como você está se sentindo?

— Estou bem, J  — sorri — Só um pouco cansada, mas nada demais.

— Ordens do capitão  — ele balançou a cabeça, entregando-me o envelope — Dois dias de descanso. Sem discussões.

— Dois dias, hein? Eu poderia usar isso  — suspirei levemente encarando o atestado.

— Você fez um excelente trabalho hoje, Lauren. Agora, vá descansar. Isso é uma ordem  — J sorriu. Assenti, guardando o atestado no bolso da calça.

— Obrigada, tenente.

 — De nada — ele colocou a mão no meu ombro — Agora, vá ver seus resgatados. Eles estão na ala pediátrica, quarto 214. Acho que eles vão gostar de te ver.

— Vou lá agora. Obrigada, papai  — zoei, sorrindo.

Enquanto me dirigia até lá, os corredores do hospital estavam movimentados, mas havia uma sensação de calmaria que contrastava com as horas anteriores. Eu já estava no corredor 200, e quando cheguei à porta, respirei fundo antes de entrar.

Karla estava sentada em uma poltrona ao lado da cama, segurando a bebê no colo. Charlie, ainda tímido, estava sentado na cama, brincando com um pequeno carro de brinquedo. 

— Tenente Jauregui!  — ela exclamou, aliviada — Que bom ver você.

— Olá, Karla. Pode me chamar de Lauren, ok?  — sorri, entrando no quarto e fechando a porta atrás de mim.

— Oh, então me chame de Camila — riu quando fiz cara de interrogação — Karla Camila, mas eu prefiro Camila.

— Ok! Camila, como vocês estão?

 — Estamos bem, graças a vocês — olhou para os filhos, sorrindo — Lily está ótima, e Charlie está se recuperando. Ele ainda está um pouco assustado, mas vai ficar bem.

Salve a Minha Vida (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora