12. Promessa

409 30 1
                                    

O som animado das crianças correndo e rindo ecoava pela estação de bombeiros. Após o emocionante passeio nos caminhões, as atividades ainda estavam a todo vapor. As famílias se reuniam em grupos enquanto Miley se preparava para a próxima atividade: uma simulação de primeiros socorros.

— Pessoal, prestem atenção! — Miley chamou, sua voz firme, mas amigável, cortando o barulho — Vamos aprender algumas noções básicas de primeiros socorros. Isso pode ser útil em emergências reais, então prestem bastante atenção.

Eu estava ao lado de Post, o paramédico, e de Lucy. A paramédica nos escolheu como cobaias para a demonstração.

— Certo, tenente Jauregui, deita aqui— Miley apontou para um colchonete que tinha colocado no chão.

Fiz o que ela pediu, sentindo o olhar curioso das crianças e dos adultos. Era engraçado estar no papel de paciente depois de tantas vezes ser a salvadora.

— Primeiro, vamos aprender a avaliar a situação. Vocês sempre devem verificar se o local é seguro antes de se aproximar da vítima — explicou, enquanto olhava para os espectadores. Ela se ajoelhou ao meu lado e começou a demonstrar como verificar a consciência de uma pessoa.

— Senhorita, você pode me ouvir? — perguntou, fingindo ser uma primeira respondente.

— Sim, posso — respondi, tentando não rir.

— Se a pessoa estiver consciente, mantenha a calma e tente descobrir o que aconteceu. Se estiver inconsciente, precisamos verificar a respiração e a pulsação — Miley continuou, explicando cada passo detalhadamente.

Enquanto ela explicava, Post e Lucy ajudavam a mostrar como fazer as manobras em bonecos. Miley demonstrou a posição de recuperação, como realizar compressões torácicas e respiração boca-a-boca. As crianças assistiam, fascinadas, e os adultos prestavam muita atenção.

— Post, venha aqui e demonstre como usar o desfibrilador — pediu Miley. 

Agora era a vez apenas dos manequins, então me levantei. Post pegou o desfibrilador automático externo (DEA) e começou a explicar seu uso, desde ligar o aparelho até seguir as instruções auditivas.

— É muito importante não tocar na vítima enquanto o DEA estiver analisando ou aplicando o choque — alertou, enquanto demonstrava com habilidade.

As crianças ficaram boquiabertas quando o DEA emitiu um som alto, simulando a aplicação de um choque. Lucy e eu rimos das expressões surpresas.

— Agora, quero que vocês pratiquem um pouco — disse Miley, incentivando os presentes a se aproximarem e tentarem por si mesmos.

Os pais se revezaram em tentar as técnicas, enquanto nós, os bombeiros, ajudávamos e corrigíamos quando necessário. As crianças tentavam imitar o que viam, embora com menos precisão, mas com muito entusiasmo.

— Você é uma ótima paciente, tenente — brincou Lucy, enquanto ajudava uma das mães a ajustar a posição das mãos para as compressões torácicas.

— Bom saber que sirvo para algo além de apagar incêndios — respondi, sorrindo.

A manhã estava sendo um sucesso. Ver todos se engajando e aprendendo me enchia de orgulho. Éramos mais do que apenas uma equipe de resgate; éramos uma família e uma comunidade, cuidando uns dos outros.

— Lembrem-se, o mais importante é manter a calma e agir rapidamente. Vocês podem salvar vidas — concluiu Miley, encerrando a simulação com um sorriso.

Enquanto todos aplaudiam, eu me levantava, sentindo uma sensação de realização. Ainda havia muito trabalho pela frente, mas momentos como aquele lembravam por que eu amava tanto minha profissão.

Salve a Minha Vida (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora