20. Sufoco

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Eu estava completamente imersa na brincadeira com Charlie e o ursinho bombeiro quando o ambiente tranquilo foi interrompido por um som familiar: o choro de um bebê. A princípio, o choro era suave, mas logo se intensificou, preenchendo o quarto com um lamento agudo. Camila, que estava ao nosso lado, imediatamente levantou-se com um gesto rápido e decidido.

— A monstrinha acordou — disse ela, com um tom de preocupação na voz.

Ela se dirigiu rapidamente ao colchão onde a pequena estava deitada. Ela estava acordada e chorava, seus bracinhos se movendo para cima e para baixo enquanto seus olhos se encharcavam de lágrimas. A latina a pegou com delicadeza, ajustando a menina em seus braços com a mesma suavidade com que se segura um cristal precioso.

— Eu vou preparar a mamadeira dela — anunciou Camila, começando a se mover em direção à cozinha.

Sem hesitar, ela entregou Lily para mim, com um olhar que expressava tanto confiança quanto um pedido implícito de ajuda. Eu me sentei ao lado de Charlie e, com a pequena nos braços, senti a delicadeza e o calor da bebê.

— Você pode me ajudar com ela, por favor? — Camila pediu, enquanto se dirigia para a cozinha — Tente acalmá-la um pouco enquanto eu preparo a mamadeira.

Com um sorriso tranquilizador, acenei para Camila. 

— Claro, pode deixar comigo. 

Olhei para Lily, tentando encontrar uma maneira de confortá-la. Charlie, percebendo que sua irmã mais nova estava chorando, aproximou-se com uma expressão de preocupação no rosto. Ele ficou ao meu lado e, com um gesto carinhoso, estendeu sua pequena mão para a irmã.

— Oi — disse ele, com a voz suave e um tom de encorajamento — Não chola, eu tô aqui também.

Eu balançava a menina de um lado para o outro, tentando encontrar uma posição que a acalmasse. Com uma mão, mantinha-a firme e com a outra tentava acariciar seu pequeno rosto. O choro de Lily diminuía um pouco com o movimento suave e o calor do meu abraço.

— Vamos, pequena, calma — eu dizia, tentando transmitir calma através da minha voz — Olha, o seu irmão está aqui com você.

Charlie, com um gesto cuidadoso, começou a brincar com a irmã. Ele levantou o ursinho bombeiro e o colocou perto dela, como se o ursinho pudesse proporcionar algum tipo de consolo.

— Olha, Lily, é o bombeilo que a tia Lolen deu pra gente — ele falou, com uma voz suave e um sorriso — Ele é um super-helói e pode te ajudar a ficar meior.

Eu via os olhos da pequena se fixando no ursinho, e seu choro começou a diminuir lentamente. A presença reconfortante de Charlie parecia estar ajudando, e eu mantinha o movimento suave, ajustando minha posição para dar a ela o máximo de conforto possível.

— Isso mesmo, Charlie — eu disse, enquanto me inclinava um pouco para olhar o pequeno — Você está fazendo um ótimo trabalho acalmando a sua irmã.

Camila voltou com a mamadeira em mãos, seu rosto demonstrando um alívio visível ao ver que Lily estava um pouco mais calma. Ela se aproximou com cuidado e começou a bater a mamadeira, enquanto eu continuava a segurar a bebê e a fazer o possível para mantê-la confortável.

— Obrigada, Lauren — disse Camila, olhando para mim com um sorriso de gratidão — Não sei o que faria sem sua ajuda.

Eu sorri de volta, sentindo um calor no coração com o gesto dela. 

— Não se preocupe com isso. É um prazer ajudar.

A latina ajeitou a filha no meu colo, e logo a bebê começou a mamar com satisfação. O quarto estava agora envolto em uma atmosfera tranquila, e o choro de Lily tinha dado lugar a um momento pacífico.

Salve a Minha Vida (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora