19. Boletim de Ocorrência

373 28 2
                                    

O carro deslizou suavemente para frente, parando em frente à casa dos pais de Camila. A residência estava iluminada com uma luz acolhedora, emanando um sentimento de conforto e familiaridade que se contrastava com a agitação da cidade lá fora. O clima de tranquilidade estava perfeito para um final de dia como aquele.

Camila respirou profundamente ao lado de mim, e eu senti o peso do dia se dissipando. A atmosfera dentro do carro estava carregada de uma tensão suave e esperançosa, um reflexo do que havíamos compartilhado durante o almoço e a tarde.

— Chegamos — murmurei, olhando para ela.

A latina me olhou com uma expressão suave, quase hesitante, mas seus olhos brilhavam com um calor que eu conhecia bem. Antes que eu pudesse reagir, ela se inclinou para a frente, envolvendo seus braços em torno de mim em um abraço carinhoso.

— Obrigada por tudo, Laur — sussurrou, sua voz cheia de emoção.

O abraço foi breve, mas cheio de ternura. Então, com um sorriso, Camila aproximou seus lábios dos meus e deu um selinho rápido. Aquele toque leve foi inesperado, mas provocou um frisson em meu corpo, uma resposta que me fez sentir que o tempo havia parado por um momento.

Ela, ainda com a respiração suave, me olhou nos olhos e sorriu timidamente. Eu pude sentir o calor dela, o desejo de algo mais, e sem pensar, minha mão encontrou seu rosto, acariciando-o gentilmente. O gesto fez com que os olhos de Camila se fechassem por um momento, e ela se inclinou para mais perto, seus lábios encontrando os meus novamente.

Desta vez, o beijo foi mais profundo. Começou devagar, explorando a suavidade dos lábios um do outro. Era um beijo caloroso, mas repleto de calma, como se cada toque fosse uma promessa silenciosa. Meus lábios se moldaram aos dela com uma intimidade cuidadosa, cada movimento refletindo o carinho que eu sentia por ela.

Ela correspondeu ao beijo com a mesma devoção, seus dedos deslizavam gentilmente pelo meu pescoço enquanto seus lábios se pressionavam mais firmemente contra os meus. A sensação era eletrizante, mas também reconfortante, um contraste encantador entre o calor e a suavidade.

Quando finalmente nos separamos, nossos olhos se encontraram novamente. O silêncio no carro era cheio de significado, o tipo de silêncio que dizia mais do que palavras poderiam expressar. Eu sorri para Camila, e ela me devolveu o sorriso, seu olhar estava cheio de uma mistura de alegria e... não sei (?)

— Boa noite, Lo — disse Camila, sua voz agora cheia de um tom suave e afetuoso.

— Boa noite, Camz — respondi, meu coração ainda batendo rápido.

Ela saiu do carro e caminhou em direção à entrada da casa dos pais, mas antes de entrar, olhou para trás e me deu um último sorriso. Então, virou-se e entrou na casa, a porta se fechando suavemente atrás dela.

Eu fiquei ali por um momento, observando a casa e o calor que parecia irradiar de dentro. A sensação de que algo importante tinha mudado estava presente, e eu me sentia grata por ter tido a oportunidade de compartilhar aquele momento com ela.

Eu virei a chave de ignição, e o motor do carro ronronou suavemente, quebrando o silêncio do ambiente. Com um último olhar para a casa dos pais de Camila, comecei a dirigir de volta para casa. A noite estava calma, e a rua tranquila parecia pacífica, um contraste com a agitação dos eventos do dia.

Enquanto dirigia, o farol do carro iluminava as sombras que se estendiam pela rua. O ar estava fresco, e a brisa leve se infiltrava pelas janelas abertas. Eu estava absorvida em meus pensamentos sobre o dia, o beijo suave de Camila ainda ressoando em minha mente, quando algo chamou minha atenção.

Perto de uma árvore na calçada, um homem estava parado. Ele usava um moletom escuro com capuz, e as sombras da noite tornavam difícil ver seus traços com clareza. Ele parecia alto e magro, e suas roupas eram discretas, em tons de cinza e preto que se misturavam ao ambiente noturno.

Salve a Minha Vida (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora