Capítulo 20 : Preciso ver você.

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Sienna Cameron

Desci do carro olhando para o jardim da casa que, apesar de familiar, era estranho. O jardim da casa dos meus pais estava cheio de pessoas da alta sociedade do alto mar. Todos empresários, influentes e ricos. Todos hipócritas. Todos fúteis e vazios. Atores infelizes encenando uma cena feliz.

E o que mais me doi é saber que eu era tão hipócrita, rica, fútil e vazia quanto eles. Encenando o papel de esposa e mãe perfeita.

Tão perfeitamente Imperfeita.

Olhei para Jason, que colocava a mão esquerda na minha lombar, me guiando para dentro da casa. Exatamente do mesmo jeito que ele fazia ao guiar suas vadias baratas para dentro do motel.

Ainda olhando para sua expressão altiva, eu sorri internamente.

Como as coisas mudam. Ontem era ele me traindo, hoje sou eu.

— Mãe?

Olhei para o outro lado, levando meu foco para o meu filho que segurava na minha mão enquanto caminhávamos em direção à festa que acontecia a apenas algumas metros.

— O que foi, meu amor?

— Posso comer os docinhos, não posso? — Perguntou com os olhinhos brilhando.

Sorri.

— Pode, mas não exagere.

— Ebaaaaaaaa! — exclamou sorrindo enquanto dava pequenos pulinhos.

Quando finalmente alcançamos a festa, Caleb logo saiu correndo atrás da madame. A cachorrinha de raça da minha mãe. Sorri observando ela correr desesperada do furacão que era Caleb quando estava feliz.

— Sua esposa está cada dia mais bonita, Jason.

Girei a cabeça olhando para um dos amigos babacas de Jason.

Eu conhecia aquela expressão nojenta e aqueles traços. Eu havia estudado com ele. Mas isso não quer dizer que eu sabia seu nome.

— Eu tenho muita sorte, não tenho? — Jason apertou minha cintura em um ato possessivo.

— Muita sorte. — uma mulher de cabelos pretos disse se aproximando.

E eu revirei os olhos internamente enquanto dava tudo de mim para manter o sorriso simpático e gentil no rosto.

— Me lembro de como todos os garotos eram loucos pela Carter mais velha.

Dela eu lembrava, Maxine era uma vadia rica que adorava aventurar suas patas nojentas em qualquer cara que estivesse namorando.

Olhei para os três mantendo um diálogo amigável e nostálgico e suspirei disfarçadamente enquanto virava uma taça de champanhe de um só vez.

Ah, deus, eu precisava de álcool, muito álcool para suportar essa palhaçada.

— Algum problema? — Jason perguntou com um olhar sério e ameaçador.

— Sim, eu só queria falar com meus pais.

— Eu vi eles perto da fonte. — O babaca número dois disse e então eu sorri docemente para ele. — Obrigada.

Olhei para Jason e me inclinei em sua direção, deixando um beijo em sua bochecha.

— Eu já volto.

No caminho, eu peguei duas taças de champanhe da bandeja do garçom e virei de uma vez, devolvendo para ele logo depois, que me olhava com uma expressão divertida.

Alguns passos mais e avistei meus pais cercados de várias pessoas e respirei muito, muito profundamente.

Essa merda de champanhe não estava funcionando. Eu precisava de alguma coisa mais forte. Quem sabe um uísque.

Sentimentos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora