Adam Gray- O que você vai querer? - O homem atrás do balcão perguntou, me encarando com uma expressão curiosa analisando meu rosto, que estava coberto por uma mistura estranha do meu sangue com o sangue de Jason e mais uma porção de suor e lágrimas.
- Um uísque duplo. - Respondi, ignorando seu olhar.
Ela nunca te amou. A vozinha soava venenosa e repetitiva nas partes sombrias da minha mente. E por mais que doesse, tudo que eu podia fazer era concordar.
- Aqui está. - O homem atrás do balcão disse, empurrando a primeira dose de muitas.
- Você está péssimo, rapaz. Precisa de uma bolsa de gelo?
- Preciso beber, apenas isso.
- Seja lá o que tenha acontecido com você essa noite, parece ter sido bem ruim. - Ele disse, secando um copo.
- E porque foi. - Encarei o copo nas minhas mãos, balançando o líquido.
- Achei que tinha perdido a mulher da minha vida. - Murmurei. - Mas aí eu percebi. Não se pode perder algo que nunca foi seu.- E como sabe que ela nunca foi sua?
- Porque ela escolheu o marido. - Virei o líquido de uma só vez e então o encarei, vendo-o engolir seco.
- Tem certeza?
- Eu estava lá, sei o que vi.
O barman balançou a cabeça compreendendo e então, sem dizer mais nada, ele caminhou para longe, indo atender outro homem.
Fechei os olhos, respirando profundamente. Mas então, como se eu estivesse sendo punido, seu rosto veio à minha mente, invadindo e devastando.
- Mais uma dose. - Acenei para o homem.
Nós dois, parecia tão real...
Mas nem tudo é o que parece. - meu subconsciente me alertou.
Ergui as mãos cobrindo meu rosto. É tudo minha culpa. Eu nunca devia ter me aberto para ela. Baixei a guarda e, na primeira oportunidade, ela me apunhalou.
Era pra ser só um caso, nós havíamos combinado. Mas eu quebrei aquele acordo que fizemos no vestiário, pouco a pouco, dia após dia, até que fosse tarde demais.
Outra dose. Virei o líquido de uma vez só, sentindo a queimação na garganta.
O que foi que Jason disse mesmo?
Apenas um brinquedo útil, mas descartável.
- Mais uma! - Bati o copo contra o balcão.
Eu tenho que esquecê-la.
Eu não posso esquecê-la!
Eu posso, mas não consigo.
Eu posso, mas não quero.
Merda!
Com os cotovelos apoiados no balcão e a cabeça pendendo entre os ombros, escuto a música familiar se infiltrando nos meus nervos, trazendo mais das malditas lembranças.
- Acredita em destino? - Ela perguntou.
- Não sei. - Respondi honestamente. - Mas se o destino é o que trouxe você para este bar, para este exato momento, então talvez eu possa começar a acreditar.
- Isso é uma cantada? - Ela perguntou, com uma das sobrancelhas arqueadas em desafio.
- Talvez. - Dei de ombros, sorrindo. - Funcionou?
Balancei a cabeça tentando afastar aquelas memórias.
Outra dose.
Mais uma.
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Sentimentos Proibidos
RomanceSienna e Adam, dois completos desconhecidos, acabam se cruzando em um bar de qualidade duvidosa. Entre goles e sorrisos, uma conexão inesperada floresce, oferecendo um escape dos problemas que existem do lado de fora. Mas o destino, sempre pronto pa...