Capítulo 34 : Fique

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Adam Grey

O baile de inverno havia chegado e enquanto todos estavam felizes, eu estava longe de estar feliz. A música suave preenchia o salão, enquanto eu observava os casais dançando ao meu redor. Helisa estava com o braço enganchado no meu enquanto conversava animadamente com sua amiga e o acompanhante dela. Mas eu tinha minha atenção totalmente voltada para a entrada do salão procurando por uma pessoa específica.

Não importava o quanto Helisa era bonita. Ela não era Sienna e nem nunca seria, e isso era o suficiente para que não fosse o bastante.

Suspirei audivelmente me sentindo estranhamente inquieto e ansioso.

— Tudo bem? — Helisa perguntou com a testa franzida.

Olhei para os três que agora tinham os olhos em mim.

— Sim. — forcei um sorriso.

Mas quando meus olhos se voltaram para a entrada do salão eu não precisei forçar um sorriso e sim conter um.

Eu estava sem fôlego e meu mundo parecia ter parado única e exclusivamente para Sienna Cameron. Ela estava deslumbrante em um vestido azul claro que realçava seus olhos e a fazia parecer a porra de uma miragem. Seus cabelos estavam soltos emoldurando seu rosto e minhas mãos coçaram com a vontade de passar os dedos entre aqueles fios dourados.

Seus olhos encontraram os meus e permaneceram ali como se eu realmente fosse importante pra ela. Tudo ao nosso redor parecia ter desaparecido, restando apenas nós dois e todos os sentimentos não ditos naquele vasto salão.

— Olha! — A amiga de Helisa exclamou. — E a Sra. Cameron.

— Nossa... ela está tão linda. — Helisa comentou olhando admirada para Sienna.

Então eu apenas sorri, tentando esconder a tempestade que se formava dentro de mim.

—Sim, ela está. — concordei, mas minha voz carregava uma melancolia que nem mesmo eu fui capaz de decifrar. — Preciso pegar uma bebida. — disse tirando o braço de Helisa do meu e me afastando o mais rápido possível.

Droga eu precisava mesmo de uma bebida.

Uma não, de muitas.

Talvez algumas garrafas...

[...]

Sienna Cameron

Adam estava lá dançando com sua acompanhante e eu estava aqui próxima à mesa de bebidas, tentando descobrir quanto desse ponche com álcool era necessário para me fazer esquecer do quão fodida eu sou.

Ele estava tornando tudo mais difícil pois apesar de estar com as mãos no corpo de outra mulher seus olhos ainda permaneciam em mim, como se ele fosse incapaz de abandonar meus olhos. Como se eu fosse a única pessoa nesse lugar.

Mas eu preferia que ele estivesse se divertindo. Preferia que seus olhos na verdade estivessem na garota que ele convidou. Preferia que ele sequer se lembrasse da minha presença. Porque talvez assim fosse mais fácil deixá-lo.

Mas a cada segundo ficava pior. Meu coração batia forte e segurar as lágrimas estava ficando cada vez mais difícil.

A tristeza havia me atingido e agora estava alojada no meu peito como uma bala disparada à queima-roupa. E apesar de ninguém ser capaz de ver, eu estava sangrando. Sangrando por dentro, lenta e silenciosamente.

[...]

As horas se passaram lentamente, quase como uma tortura. Então eu tentei me manter ocupada conversando com todos que podia, enquanto rezava internamente para que aquela noite acabasse o mais rápido possível.

Sentimentos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora