Adam GrayEscuro. Ao meu redor, tudo estava mergulhado no mais completo escuro. Eu não conseguia ver um palmo à minha frente, nem sequer saber onde eu estava, mas era frio e sombrio. Era como se houvesse algo além da escuridão que eu não pudesse ver, mas eu sabia que estava lá, algo assustador.
Dou um passo à frente e o som da água alcança meus ouvidos. Só então percebo que sob o chão há uma fina camada de água, quase imperceptível. Mas antes que eu possa pensar qualquer coisa sobre isso, o som me faz erguer os olhos, encarando a escuridão densa.
Caminho em direção ao ruído e o som vai ficando cada vez mais alto e perceptível, até que finalmente noto. É um choro, um choro feminino. Meus passos se tornam mais rápidos e minha respiração começa a intensificar em um ritmo descompassado.
— Não! — A mulher diz, e então meu coração errou uma batida.
É a voz de Sienna.
Um segundo se passa e agora eu não estou mais andando rápido, estou correndo em direção ao som. A água espirra nas minhas pernas e eu não vejo nada à minha frente, mas isso não me impede de continuar tentando alcançá-la desesperadamente.
Sienna.
Sienna.
Sienna.
É a única coisa que se passa pela minha mente, como se seu nome fosse a única coisa que conheço. Como se fosse a única coisa que eu precisasse. Como se fosse minha salvação. Como se fosse uma oração. Como se fosse a única coisa que existe em meio àquela escuridão. E de repente, Sienna é tudo que há na escuridão, porque eu a vejo a alguns passos de mim, deitada no chão de bruços, chorando baixo, seus cabelos jogados sobre a água e uma luz vinda de um lugar que desconheço a ilumina, como se ela fosse uma atriz em um palco escuro.
Um, dois, três passos e estou prestes a tocá-la. Ela se sobressalta, erguendo a cabeça, finalmente notando minha presença. Seus lábios se entreabrem, mas antes que qualquer sílaba seja dita, ela é arrastada para longe de mim, como se algo a estivesse puxando pelos pés. Ela grita e implora, tentando achar algo em meio àquele chão liso e molhado para se agarrar. Eu tento alcançá-la desesperado, correndo em sua direção, e então ela some e...
Abro os olhos de uma só vez e me sento na cama, assustado, olhando ao redor ainda ofegante e com o coração acelerado.
— Adam? — Olho para o lado, vendo Érika se erguendo com uma expressão confusa e preocupada, analisando meu rosto. — Outro pesadelo? — Então percebo, estou no meu quarto, em meu apartamento. Aquela droga nada mais foi do que um maldito pesadelo.
Balanço a cabeça negativamente e passo as mãos nos cabelos, percebendo que eles estão molhados de suor.
— Não foi nada, volte a dormir.
— Como não, Adam? — Ela perguntou, puxando meu rosto para encará-la com suas mãos gentis. — Esses pesadelos que você anda tendo estão ficando cada vez mais frequentes. Só ontem foram dois.
— Eu... eu não consigo evitar.
— Eu sei — ela disse em um tom compreensivo. — Mas talvez conversar sobre eles te faça bem.
Toquei sua mão que estava no meu rosto, entrelaçando nossos dedos e trazendo-a ao meu colo, então encarei a aliança em seu dedo, brilhando em meio à penumbra do quarto.
Fazer bem? Como falar com minha noiva sobre meu antigo caso iria fazer bem?
— Deve ser estresse.
Mentiroso.
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Sentimentos Proibidos
RomanceSienna e Adam, dois completos desconhecidos, acabam se cruzando em um bar de qualidade duvidosa. Entre goles e sorrisos, uma conexão inesperada floresce, oferecendo um escape dos problemas que existem do lado de fora. Mas o destino, sempre pronto pa...