Capítulo 24 : Rosas vermelhas

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Sienna Cameron

Após transferir todas as informações da escola que estavam guardadas nas gavetas para o computador, minha mesa se encontrava em um verdadeiro caos.

Olhando assim, parecia muito com a minha vida.

Deprimente, eu sei.

Suspirei e comecei a juntar os papéis em pilhas, jogando tudo na lixeira que ficava no canto da sala.

Ao voltar para o computador, cliquei para atualizar as informações do sistema da Blue School. E como eu queria, tudo estava organizado. Mas meus olhos correram para um aviso em vermelho. Cliquei e fui redirecionada para a página do arquivo de Adam.

Franzi a testa, mas ao ler, meus olhos se arregalaram. O pai de Adam havia cancelado o pagamento.

Merda

Encarei a foto no arquivo por longos minutos até que alguém bateu à porta. Tirei a página da ficha de Adam e caminhei até a entrada. Ao abrir, encontrei uma das coordenadoras segurando um buquê de rosas vermelhas.

— O entregador da floricultura deixou isso na recepção. Tem seu nome no cartão. — Disse ela.

Engoli em seco e puxei o buquê de rosas para mim.

— Obrigada, foi muita gentileza sua. — Forcei um sorriso.

— Não foi nada. — respondeu ela, sorrindo de volta.

Depois que ela se foi, voltei para minha sala e fechei a porta atrás de mim. Puxei o cartão que estava entre as flores. Na sua frente, havia meu nome gravado com uma caligrafia famíliar.

Abri o cartão hesitante.

"Sei que errei, mas posso compensar. Depois do trabalho, arrume-se e fique o mais bonita possível, para sairmos e nós divertimos como nós velhos tempos."

Com todo o meu amor,
Jeson Cameron.

P.S.: Espero que tenha gostado das flores!

Aquelas palavras me deixaram enjoada, e ao olhar para as rosas vermelhas, tudo o que eu conseguia era lembrar de todas as vezes que ele me bateu até que eu sangrasse.

Eu odiava quando Jeson me dava flores, tanto que eu já cheguei a preferir que ele me batesse em vez de me presentear com um lindo buquê.

Receber flores me lembrava de uma outra época. Uma época em que eu era feliz e tinha um bom marido que me presenteava com flores todos os dias ao chegar do trabalho. Agora, receber flores de Jeson significava apenas um pedido de desculpas.

Era como se ele dissesse: "Eu sei que te agredi e magoei, mas olhe só! Eu lhe trouxe flores!" E aquilo me deixava enjoada pra caramba.

Mas eu não podia fazer nada, nada além de  aceitar.

[...]

De frente ao espelho, eu estava me olhando e  tudo que eu consegui era sentir raiva de mim mesma pelas minhas escolhas.

— Está pronta? — Jeson apareceu na porta do quarto.

— Sim, vou só pegar minha bolsa. — Saí da frente do espelho e fui até a cama.

— Onde você deixou Caleb?

— Na casa dos Parker.

— É por isso que ele anda tão mal educado. Já disse para você não deixá-lo junto com essa gente.

— São pessoas como nós, a única diferença é que eles não têm tanto dinheiro.

Virei-me para ele, que passava as mãos no cabelo, parecendo estar perdendo a paciência.

Sentimentos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora