Twenty six | Jealousy is a curse

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Todo esse amor é tóxico
Todo esse amor é tóxico
Todos esses beijos e abraços são uma merda (revezamos em estar errados)
Você é uma droga, você é tóxico

Toxic - Kehlani

19 de Outubro, 2024Tijuana, México

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19 de Outubro, 2024
Tijuana, México

Acordei com o calor suave do sol tocando meu rosto o que me fez soltar um suspiro lento, sentindo a preguiça invadir meu corpo enquanto me virava, buscando o conforto do outro lado da cama. Pisquei, ajustando a visão, e o encontrei.

Benjamín estava ali, deitado, em um sono tão profundo que parecia um sonho preso à realidade. A expressão em seu rosto era pacífica, algo raro de se ver em alguém como ele. Sua testa estava relaxada, e os traços que normalmente carregavam a intensidade de suas emoções agora estavam suaves. A boca entreaberta revelava um pouco de sua respiração lenta, e seus cabelos estavam bagunçados, a mecha branca caindo sobre a testa, até dormindo esse homem era gostoso, como pode?

Observei cada detalhe, como se aquele momento fosse precioso demais para ser esquecido. Seus cílios lançavam sombras leves sobre suas maçãs do rosto, e o contraste entre a serenidade do sono e a intensidade com que ele vivia cada segundo de sua vida me atingiu. Era como ver um lado dele que poucos tinham o privilégio de conhecer. Um lado que ele deixava exposto apenas quando acreditava que ninguém estava olhando, mas ali estava eu, observando cada centímetro daquela calmaria que raramente ele exibia.

Minha mente viajou por nossas memórias, brigas, momentos de tensão e paixão... Tudo parecia distante agora, quase insignificante perto dessa visão. Me aproximei um pouco mais, sentindo o cheiro dele, uma mistura de menta e algo intensamente dele, um aroma que se tornava familiar a cada dia, mas que sempre me fazia perder o fôlego.

E então, num impulso, passei a ponta dos dedos por sua bochecha, levemente, com medo de despertá-lo. Queria preservar aquele instante, aquela calmaria, mas o toque suave o fez se mover ligeiramente. Ele respirou fundo, ainda preso entre o sono e a realidade, e um murmúrio escapou de seus lábios.

— Ángel… — ele sussurrou, de olhos ainda fechados, mas com o rosto virado na minha direção. Havia algo naquela voz rouca de sono, algo que me prendia, e por um segundo senti uma vontade irracional de me aproximar ainda mais, de ceder àquele desejo que nunca parecia nos deixar em paz.

— Benjamín… — meu sussurro foi quase um sopro. Ele não respondeu, ainda preso na leveza do sono, mas seu rosto se inclinou um pouco mais na minha direção, como se pudesse me sentir mesmo na inconsciência.

Me aproximando mais um pouco, estudei cada detalhe do seu rosto. O jeito como a barba por fazer estava crescendo um pouquinho, tracei a linha de sua mandíbula; a curva de seus lábios, que em outras ocasiões sorriram de forma arrogante, mas que agora pareciam tão vulneráveis. Benjamín, o homem que conseguia ser tudo: abrigo e tempestade, amante e carrasco.

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