Capítulo 3: Velhos Amigos

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O jardim exuberante era um refúgio em meio ao tumulto político que cercava Josephine. Flores de todas as cores desabrocham ao redor, e o som de uma fonte próxima proporciona um pano de fundo sereno. Caminhando lentamente, dirigiu-se a uma pequena residência no centro do jardim, um lugar onde costumava encontrar paz, e anos atrás, passava na companhia de sua família.

Ela sentou-se em um banco de madeira escura, o olhar perdido por um momento na beleza ao redor. Em suas mãos uma carta de uma amiga de longa data, Elisabeth. Com um suspiro, Josephine abriu a carta e começou a ler.

"Querida Josephine

Espero que esta carta te encontre bem. Tenho ouvido rumores preocupantes sobre os acontecimentos recentes no reino, e minha preocupação por você só aumenta. Seus esforços para navegar pelas traiçoeiras águas políticas é admirado por todos que a conhecem, mas isso também trás grande peso sobre seus ombros.

Marta e Lucas sentem sua falta e perguntam constantemente por você. O pequeno Lucas principalmente, sempre fala sobre suas histórias e está empolgado para ouvi-las novamente. Seria uma alegria imensa para todos nós se pudessem nos visitar em breve.

Com carinho, Elisabeth."

Levantando-se, Josephine começou a caminhar novamente pelo jardim, seus pensamentos ocupados pelas palavras de Elisabeth. O tratado havia criado divisões, semeado desconfiança, e deixando cicatrizes profundas em muitos. Ao chegar no centro do jardim, Josephine encontrou uma pequena mesa de pedra com dois bancos. Sentou-se novamente, permitindo que a tranquilidade ajudasse a refletir. Sua governanta se aproximou silenciosamente, oferecendo uma xícara de chá, que ela aceitou com um aceno de agradecimento.

- Madame - começou ela, com um tom respeitoso - Parece que a carta trouxe notícias importantes.

- Sim, é uma carta de Elisabeth. Ela está preocupada com o futuro, assim como todos nós. E também, os pequenos sentem minha falta.

- Eles são apegados a você, minha senhora. Uma visita talvez seja uma boa ideia, para reviver os antigos laços, e também, discutir sobre algo do seu interesse - disse ela, sorrindo levemente.

- Sim, talvez - respondeu, considerando isso por um momento - Mas, precisamos pensar no que está acontecendo aqui. O príncipe veio até mim ontem, pedindo apoio contra seu pai. Há muitas variáveis a considerar.

- Compreendo - disse ela, arrumando pequenas mechas em Josephine - Mas as vezes é importante reconectar-se com velhos conhecidos pode trazer clareza e novas perspectivas.

Josephine tomou um gole de chá, permitindo que o calor reconfortante a ajudasse a pensar com mais clareza.

- Você está certa, Elisabeth e eu sempre fomos próximas. Talvez seja hora de relembrar os velhos tempos.

Enquanto ponderava sobre a visita, começou a traçar um mentalmente um plano mental. Visitar Elisabeth significaria mais do que matar a saudade; seria uma oportunidade de discutir novas estratégias e recentes informações.

- Há algo mais, madame? - perguntou a governanta, percebendo a intensidade de seus pensamentos.

- Sim - respondeu, voltando sua atenção à governanta - Precisamos estar cientes dos movimentos do príncipe. Ele quer derrubar seu pai, mas precisamos garantir que qualquer aliança que formemos esteja de acordo com nossos interesses.

- Vou começar a fazer os preparativos para sua viagem e buscar mais informações. Enquanto isso, espero que possa aproveitar sua estadia com Elisabeth - disse ela, com um sorriso gentil.

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