A noite estava fria quando a carruagem parou em frente à casa de Eleanor. Josephine subiu com a ajuda de Frederic.
- Obrigada pelo convite, alteza - disse Josephine, seus olhos escuros brilhando sob a luz das estrelas.
- Eu que agradeço, Josephine. Sua orientação é inestimável - respondeu Frederic, segurando a mão dela por um momento a mais do que o necessário - Descanse bem. Vamos precisar de toda a nossa força nos próximos dias. E também, pode me chamar pelo nome.
Frederic beijou a mão de Josephine como sinal de despedida. O príncipe evitou levantar seus olhos para ver a reação dela, apenas ouvi a porta fechar e a cartilagem partir. Sentia seu rosto aquecer por um instante, mas logo, notou a presença do Sir Alistair aproximando-se.
Sir Alistair era um homem meia-idade, marcado pelas batalhas que enfrentou. Cicatrizes discretas cruzavam seu rosto, dando-lhe uma aparência ainda mais imponente. Seu corpo era robusto e forte, evidência de sua vida dedicada à guerra e ao serviço.
- Alteza, podemos conversar? - perguntou Alistair, o fitando com seus olhos azuis, profundos e acinzentados.
- Claro, sobre o que seria? - perguntou Frederic, gesticulando para ele o acompanhar para dentro da casa.
- Sobre a Josephine. Não imaginei que conhecia a dama vermelha.
- Dama vermelha? - disse Frederic, arqueando uma sobrancelha com curiosidade - Poderia me contar sobre isso?
- Antes, como a conheceu, alteza?
- Fui informado dela por boatos, rumores de uma mulher com uma mente brilhante. Foi através de um nobre chamado Victor que pude saber seu nome e onde poderia a encontrar.
- Compreendo. Sendo assim, é um apelido que foi dado por alguns nobres. Pois ela surgiu entre eles como uma figura implacável, ela tomou posse de várias terras, principalmente aquelas que foram tomadas pelo tratado.
Ambos caminharam pelos corredores silenciosos, até chegarem à sala de reuniões onde se sentaram e Alistair continuou, suas palavras pintando uma vívida imagem do passado.
- Ela surgiu nos salões de baile, principalmente os organizados por nobres de renome. Vestida de vermelho, chamava a atenção por sua cor escarlate. Sua inteligência e beleza a tornaram uma figura enigmática e respeitada. Nobres, que a princípio a subestimaram, aprenderam a temê-la e a respeitá-la.
Frederic absorveu as palavras de Alistair, sentindo uma nova admiração por Josephine. Entretanto, ponderando em sua mente a cena e principalmente imaginando Josephine trajando o vestido escarlate.
- Ela é realmente notável. Mas por que você está me contando isso agora? - disse ele, fugindo secretamente de sua imaginação.
- Porque, alteza - disse Alistair, cruzando os braços - Você precisa entender completamente quem está ao seu lado. Josephine não é apenas uma aliada; Ela é quase como uma força da natureza. E, enquanto for leal a você, será sua maior arma. Mas nunca se esqueça do que ela é capaz. A Dama Vermelha nunca deixa de lutar pelos seus objetivos.
Alistair levantou-se, antes de sair cumprimentou o príncipe e retirou-se da sala. Frederic refletia sobre as palavras do Sir, um questionamento veio à sua mente: Estou vendo ela como uma mulher ou apenas como imagem arma?
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A Morte veste Vermelho
FantasyUm reino dividido entre neve e intrigas políticas, liderados por uma mão de ferro. Uma figura enigmática surgiu, moldado pela guerra. Uma mulher, em que adormecia em seu interior, um desejo de justiça e vingança. O príncipe, movido pelo sofrimento d...