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Sinto sua boca passar próxima a minha intimidade e fecho os olhos suspirando. Ele beija minha barriga e logo desce para virilha.

- Por favor. - Falo segurando seu cabelo fazendo ele olhar nos meus - Por favor. - Falo dessa vez sussurrando.

Ele me olha uma última vez e afasta minha calcinha pro lado e deposita um beijo na minha intimidade. Sinto seu toque em movimento lentos e circulares o que me faz gemer e agarrar seu cabelo com mais força.
Logo em seguida sinto sua língua quente explorar cada cantinho da minha intimidade. Ele me olha e começa a chupar mais rápido apertando com força minha coxa, sinto o meu corpo inteiro se esquentar assim que sinto seus dois dedos dentro de mim.

- Roberto, eu vou... - Paro de falar assim que sinto seus dedos entrarem e sairem mais rápido. - Roberto..... que barulho é esse?

Ouço um barulho próximo ao meu ouvido e olho para o lado e não encontro nada, ainda sentindo os movimentos de Roberto fecho os olhos mais uma vez mas o barulho fica cada vez mais alto.

- Acorda Clara, vamos nos atrasar. - Ouço a voz da Alice e volto para a vida real. - O despertador já tocou duas vezes.

Passo as mãos no rosto e percebo que estou suando mesmo com o ar condicionado ligado, respiro fundo e pego a água do lado da cama.

Desde o ocorrido no elevador minhas noites de sono tem sido assim, eu sonho todos os dias com aquele homem e todos são sempre assim. Ele me chupando ou me comendo loucamente.
Não sei como evitar, não consigo evitar. Não pensava nele durante o dia mas quando eu colocava a cabeça no travesseiro ele automaticamente aparecia em minha mente.

Respiro fundo antes de levantar e procuro o meu celular no meio das cobertas, hoje tenho aula mais palestra na faculdade.
Respiro fundo pela milésima vez e me levanto entrando no banheiro, um banho com certeza me acalmaria.
Sinto a água bater contra meu corpo e automaticamente lembro do sonho mais uma vez, o toque, a boca, a língua...

- Cala boca. - Falo dando um leve tapa em minha testa.

...

- Sério Dona Celina foi muito apavorante. - Ouço a voz da Alice vindo da sala de jantar.
- Minha queria você está mais que convidada a morar comigo se quiser, o apartamento é muito grande e você seria uma companhia para a Clarinha - Ouço a voz meiga do minha vó e solto um sorriso silencioso.

Minha vó adorava a Alice como se fosse uma neta, ela ficava muito preocupada quando Alice ficava em casa sozinha e sempre me pedia para ligar para saber se estava tudo bem.
Entro na sala de jantar em silêncio e pego uma  xícara enquanto elas conversavam.

- Já tem xícara para você aqui meu amor. - Minha vó fala olhando em minha direção.
- Ah, obrigada vó. - Falo andando em direção à mesa e me junto a elas.
- Dormiu bem Clarinha? - Minha vó fala enquanto coloca um pão em minha frente.
- Dormi sim vó, nem sonhei. - Falo colocando um pedaço gigantesco de pão na boca

Não queria falar sobre dormir, sobre sonhos...
Uma semana sonhando com a mesma pessoa. Depois daquele dia no elevador eu não vi mais ele. Ainda bem. Não quero encontrar ele nunca mais, nem em sonhos e muito menos pessoalmente.

- Parabéns? - Alice me responde pausadamente com um tom irônico.

Dou um sorriso sínico e termino de tomar o meu café da manhã enquanto converso com minha avó e Alice.

...

- Amiga vai descendo então que eu te encontro na portaria. - Alice me responde colocando o tênis.
- Não demora amiga, sério estamos atrasadas. - Falo e vou na direção da minha vó beijando o topo de sua cabeça. - Voltamos para o almoço vó, bença.
- Deus te abençoe minha filha, cuidado na rua.

Entro no elevador e me olho no espelho, estava cansada e a noite passada não me ajudou a descansar. O elevador para no terceiro andar e prendo a respiração assim que vejo Roberto do outro lado da porta. Estava fardado como da primeira vez, ele me olha nos olhos, sério como sempre e fica em pé ao meu lado.
Eu queria morrer, ali mesmo. Ele deve me achar uma piranha, quem agarra um desconhecido no elevador meu deus?
Olho para a tela do meu celular na intenção de disfarçar um pouco a vergonha que eu estava de está com ele no mesmo elevador que quase praticamente transei com ele.

O tempo nunca demorou a passar quanto hoje, parecia uma infinidade de segundos e minutos. Quando finalmente chega no térreo antes de as portas se abrirem, sinto uma mão no meu bolso esquerdo da calça e um beijo na nuca.

- Bom dia Clara. - Ouço sua voz grossa próximo ao meu ouvido e observo ele me dá as costas e atravessar a portaria sem olhar para trás.

Também sem dizer uma palavra saio do elevador e coloco a mão no meu bolso esquerdo tirando um papel do mesmo.

(021) 999******
Beto :)

Olho para o papel e volto o olhar novamente para portaria não o encontrando em lugar nenhum. Sorrio discretamente e guardo o papel na bolsa.

Que louco

Com amor, Capitão Nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora