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- Vamos amiga, só um pouquinho. - Alice fala me puxando pelo pé.
- Quem vai? - Falo me soltando e sentando na cama.
- Amiga vai algumas amigas minha lá do morro e o meu primo. - Alice fala e eu olho séria para a mesma.
- Que primo? - Pergunto ainda séria.
- O Pedro. - Alice fala e eu me jogo na cama novamente.
- Não vou. - Falo me afundando na cama
- Amiga, por favor...

Pedro ou melhor meu primeiro quase namorado. Nos conhecemos na escola e desde quando eu tinha 16 anos ele me assombra.
Ele é o tipo de cara que hoje se declara pra você e no dia seguinte assume outra no instagram. E o pior é que eu já aceitei e perdoei isso 3 vezes.

- Não, não vou. - Falo pegando o celular.
- Amiga eu faço ele ficar longe de você, prometo. - Alice fala e eu recuso com a cabeça.
- Até parece que ele vai ficar, não quero contato nenhum com seu primo.
- Amiga você vai permitir ele atrapalhar sua vida até quando? - Alice fala se sentando ao meu lado. - Vamos comemorar meu aniversário adiantado porque amanhã eu não vou estar no rio.

Eu estava bem resolvida em não querer mais nada com o Pedro e não estava recusando a ir por sentir algo por ele. Pelo contrário, hoje em dia eu percebo o babaca que ele é e não consigo ficar no mesmo ambiente. Ele era um idiota que só sabe falar idiotice.

- Chata. - Falo me levantando. - Eu vou por você.
- Te amo amiga, obrigada por isso. - Alice fala se levantando e logo em seguida me abraçando. - Sem você não seria a mesma coisa.

...

Chegamos no barzinho e por sorte Pedro ainda não estava lá, agradeci mentalmente por isso.

- Vem amiga, te ajudo a subir. - Guilherme fala segurando minha mão e colocando sua mão esquerda na minha cintura.
- Que cavalheiro. - Falo segurando o riso.
- Me respeita mana. - Guilherme fala com um olhar de deboche.

Guilherme era o típico amigo gay que toda garota deveria ter. Conheci ele através da Alice e desde então não desgrudamos mais.

....

- Juro por tudo nesse mundo, o traficante perguntou se eu queria transar com ele no beco. - Guilherme fala fazendo todo mundo naquela mesa soltar uma gargalhada alta - Vê se isso combina comigo gente.
- E você foi? - Pergunto me virando para ele.
- Eu fui. - Ele fala e eu não controlo minha risada. - Era muito gatinho.
- Era? - Pergunto curiosa.
- Morreu tadinho, vítima do sistema. - Guilherme fala sério mas logo em seguida solta uma gargalhada alta. - Que deus o tenha.
- Eu vou no banheiro porque se o Guilherme abrir a boca mais uma vez, vou fazer xixi na calça. - Falo me levantando. - Já volto.

Passo o olho no local assim que me levanto mas não reconheço ninguém, vou em direção ao banheiro e faço minhas necessidades, me olho no espelho ajeitando meu cabelo e logo em seguida lavo as mãos.
Abro a porta e dou de cara com a segunda pessoa que eu não queria ver essa noite.
O que ele estava fazendo aqui?

- Oi. - Ouço sua voz grossa e me arrepio dos pés a cabeça.
- Licença. - Falo tentando sair mas as mãos de Beto me empurram para dentro do banheiro e o mesmo tranca a porta se encostando logo em seguida. - Você tá maluco, abre a porta!
- Tá com pressa de voltar pro seu namoradinho? - Beto fala me encarando. - Tá fazendo isso pra me provocar ou você é piranha mesmo?
- O que? - Falo ainda sem acreditar no que estava ouvindo. - Não te devo satisfação da minha vida, nunca tive nada com você!
- Você chama aquilo de nada? - Beto fala cruzando os braços.
- Olha aqui, eu não sei como é a relação com a sua mulher. - Falo me aproximando. - Mas comigo você vai medir as palavras e sim, aquilo não passou de um erro que quero esquecer.
- Caralho, eu não tenho mulher porra. - Beto fala se alterando. - Ao contrário de você que já está de papinho mole com outro.
- Por que se importa? - Falo colocando o cabelo atrás da orelha, fazia isso sempre que ficava nervosa. - Não deixei claro que não quero mais nada com você?
- Mas eu quero você! - Beto fala se aproximando. - Eu quero você Clara.
- Assim como quer sua mulher né. - Falo me afastando mais uma vez. - Ela não é louca, se ela mandou aquela mensagem foi porque teve um motivo. Não teve?
- Clara....
- Não teve um motivo? - Dessa vez falo me aproximando. - Sem mentir.
- Teve mas...
- Tá vendo. - Falo me afastando novamente. - Se tem algum babaca aqui, é você!
- Você não deixa eu terminar de falar Clara, quero te explicar o que aconteceu...
- Eu não quero saber porra. - Falo com um tom irônico. - Se eu quisesse saber com certeza eu perguntaria, eu te perguntei alguma coisa?
- Caralho você é impossível de conversar, parece uma criança. - Beto fala passando a mão no rosto.
- Pois é né, abre a porta ou eu começo a gritar igual uma criança. - Falo me aproximando. - Quer pagar pra ver?
- Não vou desistir de você Clara, por trás desse doce que você faz. - Beto fala colando o corpo no meu. - Sei que você também me quer do mesmo jeito que eu quero você.
- Você está muito enganado Capitão. - Falo umedecendo os lábios fazendo o mesmo olhar e logo em seguida pego a chave da porta em seu bolso. - Ah, se você já está assim com o Guilherme que é gay, imagina quando o meu ex chegar.

Falo e abro a porta do banheiro, Pedro não era meu ex mas o Beto não precisava saber disso.

Com amor, Capitão Nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora