𝒕𝗿𝗶𝗻𝘁𝗮 𝗲 𝒅𝗼𝗶𝘀. pétala

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❛ ó meu amor, viver é todo sacrifício feito em seu nome

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❛ ó meu amor, viver é todo sacrifício feito em seu nome. quanto mais desejo um beijo, um beijo seu, muito mais eu vejo gosto em viver, viver. por ser exato, o amor não cabe em si. por ser encantado, o amor revela-se. por ser amor, invade e fim. ❜
pétala, djavan











Nosso voo de Madrid foi o primeiro a chegar no Brasil. Um carro nos esperava na porta, a comando de meu irmão, e nos dirigiu até a casa de veraneio, me deixando observar a vista do Rio de Janeiro. Eu estava com saudade de casa, pelo menos a vista, o calor, as pessoas. Tudo aqui era melhor do que poderia se buscar em qualquer outra país do mundo. É o "borogodó" brasileiro que ninguém pode tirar daqui.

Durante a viagem até a casa, observo tudo que senti saudade de observar. Como se essa sensação fosse suprir o buraco que meu coração sentia ultimamente. Como se uma felicidade nublasse a confusão que a minha mente insistia em me martirizar, como um erro maluco que ninguém saberia como concertar. Prefiro essa alegria momentânea a qualquer insistência em algo que não posso resolver agora.

Chegamos na casa de veraneio - que felizmente já estava totalmente organizada para bagunçarmos em poucos dias - e nos estabelecemos no quarto. Deixo minha mala em um canto e corro para tomar um banho, colocar um biquíni e short jeans, como um dia de calor brasileiro pedia. Quando finalizo minha organização, me sento no exterior da casa para observar o mar logo abaixo. Nos fundos da casa, uma escada levava diretamente a areia e aquele mar reluzente.

Era incrível como o inverno no Brasil as vezes não parecia inverno.

Vini me envia uma mensagem, dizendo que eles chegaram no país e já estavam seguindo para cá. De repente minha barriga fica estranha e meu coração acelera, como se fosse a primeira vez que eu fosse ver Jude. Na verdade, o clima entre nós está estranho desde a última manhã na Alemanha. Eu sabia que algo estava acontecendo e esse momento foi a prova disso. Nos sabíamos. Não necessariamente de ruim, só fora do comum, ou fora do que esperei que acontecesse.

Como uma boa anfitriã - e alguém que usa de atividades para esquecer dos problemas - decido fazer um drink para todos. Caipirinha, é claro, porque logo logo arrastaria todos os meus amigos para assistir o pôr do sol na areia da praia. Eu senti saudade de estar tão perto do mar. Em Madrid, é sempre 1 hora de distância, e aqui é menos de um minuto.

Finalizo todos os drinks e esse é o tempo que as meninas descem as escadas. Dora e Lu correram até a varanda da casa, que tinha a vista para o mar. Isa me ajudou a decorar os copos e Alanis tirava algumas fotos legais de todos os momentos. Minutos depois, a campainha toca e ando cuidadosamente com a bandeja de bebidas até a porta, abrindo-a e revelando jogadores completamente suados porque não estavam preparados para o calor.

— Minha nossa, Isabella! É assim que eu vou ser recebido todos os dias? — Tchouameni pega um dos drinks, deixa um beijo em minha cabeça e segue o caminho em direção as minhas amigas.

— Drink todos os dias! — Camavinga quase pula a fila de jogadores para pegar o copo e seguir o amigo.

— Sonhem com isso. — Eu sorri para eles.

— Caipirinha feita por você? Complicado. Acho que vou passar mal com um gole. — Vini pegou um copo experimentando a bebida, abrindo um sorriso depois.

— Até parece, você é pinguço. E tá docinha.

— Seu mal é esse. Tu só me oferece bebida doce, e quando tu vê, já to deitado na cama com minha ex. — Rodrygo comenta, experimentando da bebida e deixando um beijo na minha cabeça.

— Prometo não deixar isso acontecer.

— Pode deixar. — Ele da risada, seguindo caminho com sua mala para o segundo andar.

Jobe aparece no meu campo de visão porque ele é o penúltimo a pegar sua mala no carro. Ele vem sorrindo até mim, até meio envergonhado, e eu sugiro um drink na minha mão.

— Você tá no Brasil. Basta ter dezoito anos.

— Não, valeu mesmo. Talvez depois. — Ele está rindo.

— Bom que sobra!

— Cachaceira. — Ele bagunça meu cabelo e passa por mim, subindo as escadas assim como Rodrygo.

E como se o universo tivesse planejado esse encontro perfeitamente, um Jude usando uma calça de moletom e uma camisa branca, brilhando de suor com um moletom jogado em seu ombro, arrastando sua mala em minha direção e abrindo um sorriso quando encontra o meu olhar.

Arrepios, toda maldita vez.

— Oi. — Ele abre seu braço pra me abraçar, deixando um beijo na minha cabeça.

— Oi. — Respondo com um sorriso e o som de um beijo por consideração.

— O que é isso? — Ele olha para a bandeja em minhas mãos, curioso.

— Limão, cachaça e açúcar. Caipirinha. — Eu estou ansiosa para saber se ele vai gostar. — Prova, é gostoso.

Ele está duvidoso, cruzando os malditos braços como se me analisasse para saber que estou falando a verdade. Ele pega um dos copos e tira o canudo, experimentando a bebida do copo mesmo e me olhando surpreso em seguida, abrindo um sorriso.

— Caceta.

— Eu falei que era bom. — Adentro novamente na casa, seguida por ele que fecha a porta atrás de si.

— E esse que tá sobrando?

— Seu irmão não quis.

— Ele tá com vergonha, eu acho. Daqui a pouco ele se solta. Se bem que Jobe não é muito das bebidas alcoólicas...

— Eu também acho que sim... Aliás, cadê Trent? — O olho curiosa.

— Só chega a noite.

— Entendi... Bom, seu quarto é o último à esquerda do corredor, subindo as escadas. — Aponto para a direção.

— Meu, do Trent e Jobe, não é? — Seu cenho está franzido e as mãos na cintura, me analisando, buscando por alguma resposta.

— É... — Respondo sem entender sua expressão.

Ele me analisa um pouco mais em silêncio antes de concordar com a cabeça e seguir seus passos em direção ao segundo andar, me deixando ainda mais confusa do que eu já estava há alguns dias. Jude parecia querer me dizer alguma coisa se falar nada, mas estou desacostumada com esse tipo de atitude vindo dele. Normalmente ele é tão comunicativo que não preciso desbrava-lo como ele tenta me desbravar. Talvez estivesse cansado e tentasse responder na mesma moeda, é o que penso.

As vezes ser complicada não é tão engraçado e divertido com as músicas dizem. As vezes só é complicado de verdade. Uma hora o complicado cansa.

Me junto às garotas no exterior da casa. Lu e Dora já estavam na água da piscina, bebericando seus drinks. Isa e Alanis tiravam fotos do lado de fora. Me sentei na cadeira de sol e olhei para a vista, deixando meu drink de lado, depois de beber um grande gole dele de vez para distrair a cabeça.

— Vem, Bella. — Alanis me toca para me tirar do transe que entrei observando o céu azulado. Sorri e concordei, ajudando nas fotos, usando a câmera que compramos.

TROPICANA   |   JUDE BELLINGHAMOnde histórias criam vida. Descubra agora