𝗭𝗢𝗡𝗔 𝗡𝗢𝗥𝗧𝗘 ✘ 𝗰𝗵𝗶𝗰𝗼 𝗺𝗼𝗲𝗱𝗮𝘀

𝐳𝐨𝐧𝐚 𝐧𝐨𝐫𝐭𝐞, 𝟎𝟎𝟏

Point of view 🚬
𝐂𝐇𝐈𝐂𝐎 𝐌𝐎𝐄𝐃𝐀𝐒.

O sol começava a se pôr sobre o Rio de Janeiro, pintando o céu de laranja e rosa. Cheguei na casa do Beltrão com clima de festa no ar. Beltrão sempre mandava bem nesses churrascos. Tinha o mesmo pessoal de sempre, mas logo quando eu cheguei ja me avisaram que o castro ia trazer uma acompanhante.

Castro e um dos nossos amigos low profile, eu também era a um tempo atrás, apesar de ter muitas oportunidades por causa do que aconteceu as vezes eu ainda sinto saudade de sair pra beber em um barzinho dia de semana e não ser reconhecido, sabe? Não é sendo ingrato, jamais. Não acho ruim o quesito fama, quero dizer, as vezes sim, mas o pior e a imagem que fica em cima disso.

— Cara, essa carne tá uma delícia! — Pig disse, enquanto cortava um pedaço generoso da picanha que beltrão tinha acabado de por na mesa.

— Não é à toa que eu sou o mestre da churrasqueira! — respondeu ele, orgulhoso.

Eu tava ali, cerveja na mão, trocando ideia com o Maciel, quando a porta se abriu e  eu avisei Castro.  ele realmente não tava sozinho. Tava com uma garota. Meu olhar bateu nela e, ela era gata tá, bonita pra um caralho, mas esta acompanhada do torne, então, fora de cogitação.

— E aí, galera! — Castro acenou, trazendo a menina com ele. — Essa é minha irmã, Katarina. Espero que não se importem de eu trazer ela.

Irmã? uuii deu bom

— Claro que não! — Beltrão respondeu, já estendendo uma cerveja pra ela. — Seja bem-vinda, qual seu nome?

— eu nem sabia que o castro tinha irmã — Maciel diz olhando pra mim.

—Pois e, como ele esconde um notícia dessa do time — disse ainda encarando a garota.

— Chico, chico...

— a qual e — me viro pra ele

— se controla parceiro, mais uma?

— pra você é fácil né, ja tem namorada.

— não querendo te lembrar, mas você também ja teve. — somos interrompidos pelo beltrao que puxou uma cadeira pra garota do outro lado da mesa.

Ela sorriu e agradeceu. Quando nossos olhares se cruzaram, senti um frio na barriga. Ela tinha um jeito diferente, meio misterioso.

— Quem é essa gata? — cochichou pig no meu ouvido.

— É a irmã do Castro, mano. Se liga! — respondi, sem tirar os olhos dela.

O churrasco rolava solto e, a cada minuto, eu tentava encontrar um jeito de falar com ela. Mas ela tava sempre rodeado, conversando com todo mundo e rindo das piadas. Ela parecia se entrosar com a galera de uma forma natural.

— Chico, tu tá desligado, mano? — Pig me cutucou, rindo. — Ta calado, isso pra vc é anormal.

Mais tarde, quando a noite já tinha caído e as luzes penduradas iluminavam o jardim, vi que ela tava sozinha.

— Bonito, né? — me aproximei devagar, tentando não parecer nervoso.

Ela se virou e sorriu. — Muito bonito. Não sou de sair muito pra ver o rio assim.

— a como não? Sair é tão bom. — confessei, me sentando ao lado dela. — é bom parar e apreciar as coisas simples.

— É verdade. — Ela olhou de volta pras estrelas. — Gosto de momentos assim, meio tranquilos.

— tranquilos? essa bagunça cheio de nego é tranquilo pra você? — ela ri.

— Não exatamente, acho que me expressei mal, desculpa.

— Não tem problema, mas porque você não sai?

— sou uma pessoa mais caseira mesmo, prefiro ir correr na praia com umas amigas, esse tipo de coisa mais " calma "

— você sai pra correr?

— ah sim, umas dua vezes por semana

— por vontade propria?

—sim — ela diz rindo

— impressionante, — digo acendendo um cigarro — quer um trago?

— a eu, eu não fumo. Mas obrigada!

— q isso, desculpa então! Seu irmão vai brigar comigo por tar te oferecendo essas coisas

— a não, ele e de boa.

— ja fumou alguma vez?

—pra ser sincera, eu nunca nem bebi, sabe?

— como? — arregalo os olhos

— E...

— quantos anos você tem?

—24, e você?

— 27

—nossa que velho — ela debocha

Conversamos um pouco sobre nada e tudo ao mesmo tempo. Descobri que ela adorava futevôlei e era super ligada na família. E eu, bem, tava ali, tentando não parecer um idiota.
Observação importante, não tava funcionando.

— Então, Katarina, como é ser a irmã do Castro? — brinquei, tentando deixar o clima mais leve.

Ela riu. — É divertido. Ele é superprotetor as vezes, mas de um jeito bom. E você, Chico? Como é ser o Chico Moedas?

— Ah, é tranquilo. Tento levar a vida numa boa, sabe? Mas, às vezes, é meio... complicado!

O tempo voou, e quando vi, a festa já tava acabando. Na hora de se despedir, trocamos mais um olhar. Eu tava com medo, uma vergonha sei la, apenas nao sabia oque dizer

— Foi um prazer te conhecer, Katarina — disse, tentando soar casual.

— O prazer foi meu, Chico. — Ela sorriu, e aquele sorriso ficou gravado na minha mente.