PREFERÊNCIA POR GATO

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Adrien rapidamente já estava com as roupas de Chat Noir pulando de telhado em telhado. Parou em um telhado próximo a padaria, analisou a situação. As luzes do quarto estavam ligadas,e a Marinette estava acordada. Pensou em como chegaria lá, ele é o super-herói de Paris, mas ele não fica visitando cidadãos, Ficou um tempo tentando achar uma desculpa aceitável para vê-la.

— Chat Noir, está tudo bem ? — Ele escuta uma voz o chamando em um tom alto, quando ele procura a dona da voz, era a Marinette em sua varanda, que estava acenando para ele com um sorriso no rosto.

Ele reparou que a mestiça já estava usando seu pijama, e estava com um penteado que ele nunca tinha visto antes, um coque alto com alguns fios de seu cabelo fugindo do coque.

— Boa noite princesa, estou melhor agora, e a donzela como está ? — Chegou aterrizando já pegando em sua mão e depositando um beijo na costa, ela deu leve sorrisinho, pois já era acostumada com ele jogando seu charme em cima de seu alter ego.

— Chat só hoje não usa esse apelido, por favor — ela pediu, puxando sua mão das mãos do gatuno, e fazendo carinho em seu pulso enfaixado onde era visível pequenas manchas vermelhas.

Marinette escondia seus machucados muito bem, nem seus pais imaginavam dos graves ferimentos que tinha espalhando em seu corpo, única hora que eles eram visíveis era na hora de ir dormir, assim ela nunca achou que alguém os visse, mas ela nunca imaginou que seu parceiro de luta iria querer ver sua forma cívil.

Marinette ficou um pouco receosa pelo apelido, que no mesmo dia descobriu que Adrien também o usava para seu contato. E ele fugiu dela, ela tinha certeza que ele descobriu que ela era a pessoa do capuz, e deve a odiar como todo o resto. Ela nunca achou que o Adrien era tão lerdo assim, ele havia mandado mensagem perguntando por que ela não estava indo para a escola, o que a rendeu uma risada pela inocência do modelo, ela apenas respondeu "Você tem algum problema Agreste ?", ela não sabia da onde tirou essa coragem, mas não podia perder a oportunidade de caçoa-lo.

— Está bem então e... — Ele colocou a mão no queixo como se estivesse pensando em algo — Brigadeira — Sorriu a inventar um novo apelido, um apelido que não era um dos melhores, mas com um significado que fez os dois rirem.

— Sério isso, não tinha nada melhor — Tentou fingir que estava brava, falhando miseravelmente e voltando a rir.

— Se seu amado é o brigadeiro você é a brigadeira — Ele falou rindo, mas diferente dele ela parou de rir, trazendo em seu rosto uma expressão de tristeza.

Chat Noir notou a mudança de humor da garota e queria se bater ali mesmo, como alguém podia ser tão tolo. Só hoje a deixou decepcionada duas vezes.

— O que aconteceu em seu braço ? — Agradeceu mentalmente por conseguir mudar o assunto rapidamente, e também tinha uma certa curiosidade.

— Fui mordida por um cachorro — falou rápido, e pensou que era uma boa desculpa. Desde do dia que Tikki teve que oferecer mais energia para ela, se tornou uma Ladybug fantástica com mais disposição, agilidade e resistência, seus poderes estavam evoluindo, isso que não achou as pedras mágicas que prometem te dar novos super-poderes, mas com todas as maravilhas que era ser a Ladybug, era desesperador ser Marinette, ela tinha ferimentos de luta que ficavam em seu corpo, às vezes seu corpo tinha uma descarga de energia a deixando fraca e quase inconsciente.

— Por isso que você prefere gato — Mostrou as garras e grunhiu, a fazendo rir, uma risada sincera e gostosa de se ouvir, e ele não deixou de acompanhá-la com um sorriso.

Chat ainda desconfiava das mentiras da azulada, sabia que não era uma mordida de um cachorro , ele viu a profundidade do corte, como se fosse uma espada, os as garras do wolverine, mas ele preferiu não dizer nada além que ela não sabe que ele tinha visto seu braço sem a faixa.

— Você está errado, eu prefiro cachorros, eles são mais carinhosos — Debocha da cara do gatinho em sua frente, e por fim dá um peteleco em guizo

— Você está duvidando do carinho que esse gato aqui pode conceder — Falou se aproximando do rosto dela, a fazendo corar — Eu sou o cara mais carinhoso dessa cidade, venha vou te mostrar — Subiu em cima da grade da varanda, com uma de suas mão em seu bastão e a outra sendo oferecida a Marinette.

Marinette não disse nada, apenas aceitou, e se segurou no pescoço de Chat, e deixou ele a levá-la.

Chat não fazia ideia da onde ia a levar, enquanto ele pulava de prédio em prédio ele viu o André Sorveteiro e acabou tendo uma ideia.

A levou para cima da Torre Eiffel, pediu para ela esperar um pouquinho, foi até o André, pegou um sorvetes, onde a bola de baixo era verde e a de cima era rosa, e voltou para a Torre Eiffel, a Marinette estava de costa para ele, ela estava sentada na beira e cantarolando, uma música bem baixinha, mas com sua audição ampliada pelo seu miraculous o fez escutar.

— Um gatinho no telhado está sozinho sem sua gata - Marinette Cantava baixinho

Chat Noir não deixou de sorrir ao escutar a música que sua mãe cantava para ele ir dormir, ele até pensou em perguntar onde que ela sabia essa letra, decidiu só se sentar ao seu lado.

— Ele me recusou a me dar dois sorvetes — Disse ele sorrindo, colocando a colher em sua boca

— Está bem — Ela pegou a outra colherzinha e conduziu até sua boca — Aqui tem uma vista linda, ainda mais com essa lua.

O super-herói olhava para a garota e conseguia ver o reflexo da lua em seus olhos, os olhos dela brilhavam com tanta admiração que ela tinha pelo satélite natural que ilumina a noite parisiense.

— Falei que gatos são mais carinhosos — comentou e ela riu — Mas você tem razão, a vista melhorou nosso passeio.

Assim ele passaram por algumas horas, até ele perceber que estava ficando tarde e levou ela para casa, ele nunca havia passado tanto tempo ao lado da mestiça somente os dois, já achava a Marinette alguém legal de conversar, mas agora tendo conversado com ela, parecia mais solta, mais a vontade e fazia tempo que ele não ria tanto em uma noite, seus olhos lacrimejaram de tanto rir das histórias e piadas da Marinette.

— Hoje foi muito divertido, boa noite princesa — Percebeu o que tinha falado — Me desculpe é a força do hábito. — Coçou a nuca pelo nervosismo.

— Relaxa, você pode me chamar assim, prefiro princesa do que brigadeira — fala rindo — Boa noite gatinho — Se aproximou dele e deu um beijo em sua bochecha.

— Boa noite princesa — Disse com um sorriso sem mostrar os dentes, e saiu da varanda da mestiça.

Adrien deitou-se na cama com um sorriso bobo nos lábios, mas por dentro ele estava lutando com uma confusão de emoções. Ele se sentia feliz por ter passado um tempo tão agradável com Marinette como Chat Noir, mas ao mesmo tempo estava frustrado consigo mesmo por não ter tido coragem de enfrentar a situação como Adrien.

Enquanto fechava os olhos, a imagem de Marinette cantarolando na beira da Torre Eiffel ecoava em sua mente, junto com o brilho de admiração em seus olhos. Ele se perguntava se ela já havia cantado aquela música para alguém antes, se alguém já havia prestado tanta atenção em cada palavra que ela cantava.

No fundo, Adrien sabia que precisava resolver a confusão em sua vida. Ele não podia continuar se escondendo atrás de máscaras, tanto literalmente como figurativamente. Era hora de enfrentar a verdade e ser honesto consigo mesmo e com aqueles ao seu redor.

Miraculous: Além do HeroísmoOnde histórias criam vida. Descubra agora