SENTIMENTOS

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Adrien saiu da sala de esgrima ainda pensando nos sentimentos que haviam crescido dentro dele, cada vez mais difíceis de ignorar. Era algo estranho, uma mistura de afeto e medo, algo que ele não conseguia nomear. Na aula de hoje, ele havia ignorado Marinette, evitado até olhar para ela, com medo de dizer algo que revelasse demais. O problema era que, quanto mais ele tentava fugir, mais sua mente o levava de volta para a mesma pessoa: Marinette.

No vestiário, enquanto tirava as roupas de esgrima, Plagg, que sempre surgia nos momentos mais inesperados, apareceu flutuando preguiçosamente ao redor dele.

— Sabe, se você não tivesse nenhum sentimento pela Marinette, não estaria com tanto medo de admitir, — disse Plagg com a típica despretensão, bocejando enquanto observava Adrien.

Aquilo acertou Adrien como um golpe de espada. Ele ficou estático por um momento, encarando o vazio, enquanto as palavras de Plagg ecoavam em sua mente. O que o estava impedindo de admitir isso? Por que tanto medo? Ele sempre tinha sido sincero com seus sentimentos como Chat Noir, mas agora... tudo parecia diferente com Marinette. Havia algo mais profundo ali, algo que ele estava relutante em explorar.

— Talvez você esteja certo, Plagg... — Adrien murmurou, ainda meio perdido em seus pensamentos. — Acho que está na hora de eu fazer alguma coisa sobre isso.

Decidido, ele se arrumou rapidamente, sem nem pensar duas vezes. Precisava tirar aquilo do peito. Não esperava um namoro, nem mesmo um retorno imediato de Marinette. Só precisava confessar, tirar o peso de dentro de si, para que seus sentimentos não ficassem mais em conflito.

Assim que terminou, Adrien se dirigiu à padaria dos Dupain-Cheng. O coração batia acelerado enquanto ele atravessava as ruas de Paris, uma mistura de nervosismo e expectativa dominando cada passo. Ao chegar, foi recebido por Tom, que o cumprimentou com um sorriso caloroso.

— Adrien! — Tom exclamou, limpando as mãos na toalha. — Veio ver a Marinette?

— Sim, senhor. Eu... posso subir? — Adrien pediu educadamente.

Tom acenou com a cabeça, mas antes de deixar Adrien subir, fez um pedido casual.

— Claro, claro. Mas, se puder, avise Sabine para voltar aqui na padaria quando terminar. Estou precisando de ajuda com um pedido grande.

Adrien acenou em concordância, subindo as escadas até a casa da família. À medida que se aproximava do quarto de Marinette, sentia uma estranha agitação, algo que ele não conseguia explicar. Ao chegar à porta entreaberta, ele bateu levemente três vezes, esperando ser atendido. A cena tranquila que ele esperava encontrar, no entanto, estava prestes a se transformar em caos.

De repente, o grito de Sabine ecoou pela casa.

— O QUE ACONTECEU AQUI?!

O coração de Adrien disparou, e ele correu para o andar de cima, subindo as escadas de dois em dois degraus, movido pela preocupação. Ao chegar ao corredor que levava ao quarto de Marinette, ficou paralisado ao lado de Sabine. O quarto estava um completo caos.

A cena diante de seus olhos parecia surreal. Marinette estava de joelhos no meio do quarto, cacos de vidro espalhados pelo chão. Ela segurava Mullo em suas mãos, e sua expressão era de puro choque e exaustão. Tudo ao redor estava destruído, como se uma tempestade tivesse passado ali. O peito de Adrien apertou ao ver a garota naquele estado. Ele mal conseguia entender o que estava acontecendo, mas sabia que algo muito errado havia ocorrido.

— Marinette... — ele murmurou, quase sem fôlego, enquanto dava um passo à frente, mas parou abruptamente ao perceber que Sabine ainda não havia notado sua presença.

Miraculous: Além do HeroísmoOnde histórias criam vida. Descubra agora