HOSPITAL

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Marinette folheava uma revista do hospital, tentando se distrair enquanto o tempo passava. Ela ouviu batidas suaves na porta e, sem pensar muito, presumiu que fossem seus pais voltando para se despedir. Eles haviam saído para falar com o médico sobre sua alta.

— Podem entrar — disse, mantendo os olhos na revista. — Vieram se despedir? — Finalmente, baixou a revista, e seus olhos se arregalaram de surpresa ao ver quem estava ali.

— Mal cheguei e já quer que eu vá embora? — Adrien estava na porta, com um sorriso que iluminava o ambiente. Ele entrou devagar, quase como se estivesse pisando em ovos, e revelou uma rosa que trazia escondida atrás das costas. — Fiquei sabendo que você estava no hospital e... bem, achei que você pudesse gostar de companhia. — Adrien entregou a rosa com um gesto tímido. — Nos filmes, as pessoas sempre trazem flores para quem está no hospital. Achei que seria uma boa ideia.

Marinette sentiu seu coração bater mais forte, e um calor se espalhou por seu rosto. Ela sempre se encantava com a maneira desajeitada e sincera de Adrien, como ele, apesar de ser o modelo mais famoso de Paris, ainda ficava nervoso em situações simples. Era um lado dele que poucas pessoas conheciam, e isso o tornava ainda mais especial aos seus olhos.

— Obrigada, Adrien. Eu adorei! — Marinette sorriu, movendo-se para dar espaço a ele na maca. — Senta aqui. — Ela mal conseguia esconder sua felicidade. — Já sabe quando vou poder sair daqui?

Adrien se acomodou ao lado dela, seus olhos cheios de preocupação. — Não... os médicos ainda estão tentando entender o que causou o desmaio. É por isso que ainda estou aqui. Eles não querem me liberar até saberem o que aconteceu, mas os exames não mostram nada... — A voz de Marinette foi diminuindo, e ela abaixou a cabeça, a frustração evidente em cada movimento.

Adrien sentiu uma pontada no peito ao vê-la tão abatida. Ele não suportava vê-la assim, presa em um lugar que claramente não era onde ela queria estar. — Marinette... então, o desmaio não teve um motivo?

Ela suspirou, tentando manter a calma. — Não. O desmaio não é exatamente o foco dos exames... São os machucados. — Marinette ergueu o punho enfaixado para que ele pudesse ver. — Você viu, né? Naquele dia perto dos armários...

Adrien assentiu, seus olhos escurecendo com a lembrança. — Sim, eu vi. Fiquei preocupado, mas... não quis te pressionar.

Marinette ergueu os olhos para ele, sentindo uma onda de carinho. — Adrien, você é meu amigo. Eu teria te explicado, sabe? — disse, sua voz carregada de sinceridade.

— Eu encontrei seus pais lá embaixo. Eles me disseram que você não estava em casa... então, quem te trouxe aqui? — Adrien perguntou, sua curiosidade e preocupação misturadas em cada palavra.

Marinette piscou, o coração acelerando. Ela ainda não tinha pensado nisso. As memórias voltaram rapidamente: o livro, a pedra, Su-Han... Ele deve ter sido quem a trouxe. Mas... e Tikki? Onde estava Tikki?

— TEMPLO! — A palavra escapou de seus lábios antes que pudesse se conter, seu tom mais alto do que pretendia.

— Templo...? — Adrien a olhou confuso, a preocupação em seus olhos ficando ainda mais evidente.

Marinette sentiu o pânico subir por dentro dela, mas tentou disfarçar. — Eu quis dizer... quanto templo vai ficar aqui? — Ela tentou sorrir, mas o nervosismo transpareceu. — E-eu quis dizer quanto tempo você vai ficar aqui?

Adrien sorriu de volta, mas não parecia totalmente convencido. — Não muito. Daqui a pouco preciso voltar para casa, mas amanhã eu volto, prometo. — Ele a observou por um momento, então perguntou de novo, com a voz suave: — Mas Marinette, você ainda não respondeu à minha pergunta... quem te trouxe aqui?

Miraculous: Além do HeroísmoOnde histórias criam vida. Descubra agora