PÂNICO

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Marinette ainda pensava sobre o confronto com Su-Han. Ele veio até sua casa apenas porque ela havia invadido a biblioteca. Isso parecia estúpido da parte dele; poderia ter dado uma simples bronca nela, e tudo teria ficado suave. Desde aquele dia, sua mãe não perguntou nada. Será que ela havia percebido que Marinette era a Multimouse?

Sua mãe não era burra, mas talvez não estivesse tão antenada aos heróis de Paris. Depois de alguns dias faltando à escola, Marinette decidiu que, pelo bem (ou não) de sua saúde mental, era hora de voltar. Ela já estava de pé, pois sequer conseguia dormir com os acontecimentos recentes. Duas pessoas descobriram sua identidade secreta, pelo menos a identidade secundária; um Grão-Mestre estava atrás dela e poderia aparecer a qualquer momento. O Monarch tinha quase todos os Miraculous e ainda era um perigo para ela e para a cidade. E, por cima de tudo, Lila continuava espalhando mentiras na escola.

Ela vivia com três grandes problemas, todos causados por três pessoas: um era dono de toda a magia do mundo e a conhecia como ninguém; outro tinha toda a magia do mundo e queria sua cabeça, custe o que custar; e a terceira era uma psicopata, sociopata, que mentia descontroladamente para ferrar com sua vida e conquistar o que quisesse. Uma única pessoa lidando com três malucos.

Com esses pensamentos, Marinette se arrumava para a escola. Seu semblante estava sério e cansado; se não fosse por sua disciplina e moral, facilmente poderia se tornar uma supervilã. Ela soltou uma risada ao pensar nessa possibilidade inexistente.

Chegando na porta da escola, um suspiro alto saiu de sua boca, mostrando que estava pronta para enfrentar tudo que o mundo reservava para ela. Ao adentrar, os olhares nada discretos já se manifestavam sobre ela. Estava acostumada, achava necessário todos olharam assim; não, claro que não..

Nos últimos dois anos, Marinette teve que normalizar coisas que não deveria, como ser uma super-heroína, ser responsável pelo bem-estar da cidade, ser guardiã, ter sofrido bullying na infância, e ainda lidar com toda a escola a odiando por algo que nem fez.

Saindo de seus pensamentos sobre sua atual situação, percebeu que estava em frente a um lugar novo e antigo ao mesmo tempo. Sentou-se, colocou os fones de ouvido e se concentrou apenas na música. Não queria fazer nada, nem mesmo ouvir seus pensamentos; precisava de algo para relaxar, mas, ultimamente, nada a relaxava.

Com os olhos fechados e a cabeça deitada sobre os braços, Marinette sentiu alguém tocar seu ombro. Ao abrir os olhos, viu um loiro com um lindo sorriso voltado para ela e com o rosto inchado, como se tivesse acordado agora.

— Você voltou. Posso fazer companhia? — perguntou, mantendo seu sorriso de modelo.

— Por que não? Vem — respondeu, sem empolgação, dando espaço para ele se sentar ao seu lado.

— Você não parece tão alegre. Tem alguma coisa te incomodando? — Ele manteve os olhos fixos nos dela.

— Nesse lugar, eu não tenho ânimo algum — Marinette percebeu que estava sendo seca demais. Esse não era seu objetivo, afinal, ele era o único que se mantinha ao seu lado, mas seu humor não estava compatível com a simpatia cotidiana.

— Eu entendo — disse Adrien, com uma expressão compreensiva. — Às vezes, tudo pode parecer um grande peso.

Ela deu um pequeno sorriso, reconhecendo a verdade na afirmação dele.

— Você não tem ideia. Ultimamente, tudo parece um grande caos. Às vezes, eu só queria poder ter um dia normal, sabe? Sem brigas, sem segredos.

— Eu sei o que você quer dizer. Mas, ei, sempre que precisar de alguém para conversar ou apenas ficar em silêncio, estou aqui — disse ele, com um tom encorajador.

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⏰ Última atualização: Oct 14 ⏰

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