Agápe

Capítulo 21 - Mentira

Hellou! Voltei a pedidos (ameaças) pois tenho amor a minha vida!

Obs: estaremos entrando na reta final.

Obs²: menção a sangue e a tortura!

Eleonor Webber

A primeira sensação de morte, vem como um sonho.

As carícias preenchiam todo o comprimento do meu cabelo, me fazendo franzir o cenho ainda desacordada. A textura das mãos que me tocam é familiar, e isso me faz despertar.

O abrir de olhos é confuso. As imagens todas em borrões abstratos, com uma pequena silhueta; conforme a vertigem é passada, vejo olhos tão azuis que não poderiam ser reais.

Não.

Não pode ser...

— Elle... – ouço a voz doce ecoar, esse timbre... depois de tanto tempo me faz ficar atordoada.

— Não... – digo, fraca. — Você morreu. – engulo o bolo preso na minha garganta.

Nego com a cabeça, mas o fantasma de Zoe parece achar graça e sorri lindamente.

— Como poderia estar morta? – sinto-a beliscar minha pele. — Estou aqui, na sua frente. – ela levanta, e se aproxima de mim; ao ponto de que eu posso sentir sua respiração.

Parece tão real.

— Não me torture, por favor... – os sentimentos são tantos que não saberia nomeá-los. Lágrimas grossas escapam dos meus olhos antes que eu pudesse evitar.

— Melhor deixar essas coisas pra hora da cama, gatinha. – ela movimenta sua mão graciosamente para me dar um tapinha no ombro.

Sei que a intenção era me fazer rir, porém estou tão perturbada com sua presença que fecho os olhos ao sentir seu toque mais uma vez, deixando lágrimas caírem pelo meio do caminho.

Impossível, ainda estou em choque.

— Oh, meu deus! Você está mesmo aqui... – toco seu lindo rosto com a ponta de meus dedos, quase como se fosse perigoso tocá-la, pois, a qualquer momento, ela desapareceria.

Zoe pega minha mão por inteiro e coloca minha palma sobre suas bochechas quentes e cheias de vida.

Sorrio, grande.

Não perco tempo e puxo-a para um abraço caloroso e ressentido de tanta dor que somente a saudade poderia ser capaz de causar. Sinto que todo sentimento que já prendi na vida, sai agora, por meio de um choro agoniado e saudoso. Zoe, emocionada tanto quanto eu, se aperta ainda mais contra mim, quase nos fundindo em uma só; me vejo em uma posição em que jamais reclamaria disto.

— Estava com saudades, Ellie... – ronrona enquanto me beija com selinhos quentes, toda a extensão do meu maxilar.

Gemo em desejo.

Assim que tento me mover para beijá-la dignamente, sinto uma dor acima do ombro. A de olhos azuis me para, tocando a curvatura em meu pescoço. Gemo, agora de dor.

— Você foi atingida. – pontua, e mesmo que pareça óbvio, não me lembro desse fato. — De raspão, mas foi atingida.

Me encosto no divã novamente, pensando em tudo que aconteceu.

Minha mente demora um pouco para processar, contudo as memórias vem como um raio. Arregalo os olhos e me agarro em Zoe novamente, segurando seu pulso.