Capítulo 20 - Escuro

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Eleonor batia o pé incessantemente no chão do jatinho, a ansiedade lhe afligia o coração. Robert conversava com o piloto da aeronave, pois precisavam chegar o mais rápido possível no Havaí. 

— Aterrissaremos em meia hora, senhor! Sente-se. – a aeromoça informa fazendo a mulher levantar a cabeça e colocar uma expressão nervosa em seu rosto. 

Robert, assente e se senta no assento para afivelar o cinto. Sentindo a pressão da altitude, ambos engoliram seco e se entreolharam, temendo o que aconteceria a seguir.

— E agora, Robert? – Eleonor olhava para o empresário através das lentes escuras, para esconder seus olhos da claridade calorosa do Havaí. O homem desviou o olhar e seguiu seu caminho, na verdade, ele parecia nostálgico. — Robert! Robert, me responda! – a latina exaspera, nervosa. 

 — Eles não atenderam. – o senhor Dellavita diz, ainda olhando para a paisagem verde da ilha. 

— Eles? 

— Meus antigos parceiros. – Robert diz, com a voz trêmula. 

A morena fechou os olhos, como se temesse ouvir exatamente isso. Lágrimas desesperadas escapam de seus olhos, seu lábio inferior tremia em temor por Zoe. O aumento dos batimentos cardiacos doía-lhe o peito, fazendo colocar a mão e apertar o lugar.  

E agora, Robert? – a resposta em um tom veio fraco, dolorido.

— Agora nós vamos encontrar ela. – depois de um pigarro, ele diz. 

— Quem? 

Umbra.  

[...]

— Como você sabe para onde ir? – Webber disse, enquanto pisava em chão terrenoso.

— A mensagem que ela enviou dizia para seguir para além das árvores de madressilva. – o homem pisava em galhos secos, partindo-os ao meio. 

O fim da floresta Pygoya dava de frente para o maior vulcão do mundo, o Mauna Loa. O matagal é escuro, Eleonor não compreendia o porquê de Umbra estar em um lugar como esse.

Chegando perto do vulcão ambos encontram uma torre. A construção parecia não ser cabível em um lugar tão repleto de paisagens naturais, apenas não ornava. De modo que foram caminhando, o lugar, uma vez florestoso; agora apenas tem algumas nuances de árvores e terra, transformando o espaço quase em uma entrada de uma empresa multinacional. 

O edifício é enorme, poderia arriscar dizer que era do tamanho do vulcão. Umbra com certeza, seria tão ambiciosa.

Sem dúvidas. 

— O que ela fez com esse lugar? – perguntava-se Robert, com uma ruga de preocupação em sua testa. 

— Então… Devemos entrar? – Eleonor questiona, checando o lugar com o olhar. Não se lembrava que Umbra fosse tão rica. 

— Acredito que sim. Porém não entendo o porquê dela querer revisitar esse lugar. – ele diz, seguindo o caminho até o prédio e de repente, Webber percebe a expressão temerosa do homem. 

— O que quer dizer com “revisitar”? – questiona, se colocando em frente ao homem fazendo aspas com os dedos. — O quão profunda é sua relação com Umbra, Robert? – a latina cerra os olhos na direção do mais velho, este bufa e empurra a morena para seguir com passos pesados. 

— Não importa para você! Foque em Zoe. – disse, de costas para Webber. 

Ao chegar no portão do edifício, Robert se põe na frente para ser recebido pelos homens de terno. 

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