Capítulo 19 - Silêncio

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Hellou! Espero que todxs estejam bem!

Aqui está o capítulo da semana!

Enjoy!

~*~

Zoe

Minha cabeça pulsava, sentia como se tivesse levado uma pancada.

Comecei a abrir os olhos, e intensas lembranças me atingem. A ligação de Elle; nossa noite quente de amor; todas as nossas promessas, o homem; a van amarela...

Um barulho agudo e estrondoso, me faz sobressaltar do lugar. Levanto rapidamente, causando-me vertigens.

A silhueta feminina que vejo adentrando a porta, é esguia, de pele amorenada e tinha cabelos negros cumpridos. Seus traços eram bem definidos, de algum lugar específico. Tudo nela me dizia que tinha uma história importante. Trajava um vestido midi preto, e saltos da mesma cor.

Simples e fatal.

Meu corpo trêmulo, me denuncia para a mulher à minha frente; que me olha como se soubesse de toda minha vida.

— O corte dói? – quebrando o silêncio, a polinésia fala.

Só então entendo que a dor que sinto na cabeça, foi causada por um corte.

— Ahn... Arde. – respondo com o cenho franzido, confusa do porque a mulher querer conversar. Passando as mãos suadas nervosamente pela minha calça, eu busco coragem. — Você vai me matar? – com os olhos fechados, pergunto.

Ouço a mulher rir.

— Por que eu faria isso? – seu olhar estava focado no meu. Ela parecia focada em me desvendar através dos meus lumes.

Por que não faria? – devolvo, ficando irritada.

— Me diga, Zoe... – sua voz é aveludada; sensual. — Há quanto tempo você transa com Eleanor? – arregalo os olhos ao ouvir o nome da mulher que perturba meus sonhos.

Minha voz fica presa em minha garganta, não consigo externalizar.

— Como... Como você sabe? – depois de algum tempo, finalmente, digo.

— Sou sua chefe. – assinto, convencida. — Fiquei surpresa ao te encontrar nesse meio. – o tom dirigido a mim é calmo e despreocupado, o que não faz sentido na minha cabeça.

Muita coisa nela não faz sentido.

A observo pegar o jogo de chás, que eu sequer tinha notado, e servir um pouco em uma xícara. Ela coloca, exatamente, dois cubos de açúcar para depois tragar a bebida quente. Assim que experimenta, solta um sonado suave; satisfeito.

— Chá? – me oferece.

Que mulher louca.

— Como me conhece? – digo, aceitando a xícara por educação.

— De vidas passadas. – assume, me fazendo cerrar os olhos em sua direção.

— Reencarnação é algo que inventaram para nos castigar ainda mais. – soou irritadiça. A falta de compreensão que tenho pela situação, a impotência... Tudo contribui.

Ela ri e apoia a mão no queixo para me olhar.

Então me explique como eu revivi. – me olhou de um jeito estranho. Seus olhos eram mais obscuros que os de Elle, é como se ela tivesse algo a me dizer..

— Qual é o seu nome? – desvio do seu pedido incongruente.

— O nome antes ou depois de reviver? – a mulher ainda tem um tom zombeteiro na voz. Fecho minhas mãos em punhos para internalizar minha irritação.

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