Capítulo 17 - Supervivente

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OI, GENTE!

TUDO BEM?

ESTÁ AQUI O CAPÍTULO DE HOJE!

⚠️ ATENÇÃO PARA GATILHOS PESADOS! VIOLÊNCIA, SANGUE E ABUSO SEXUAL.

SE CUIDEM!

LEIAM AS NOTAS DO FINAL!

ENJOY!

~*~

As ilhas em Kailua eram lindas. O mar cristalino, o céu azul e o ar puro, sem toda essa poluição da cidade. Tão límpido que era possível ver estrelas vermelhas durante a noite.

O mistério que ronda o Havaí fascina, instiga os estrangeiros que vem de tão longe para explorar e extrair o que há de bom em nosso solo.

Os Estados Unidos da América não pouparam esforços neste caso. Nunca poupam. Invadiram nosso território e tiraram a soberania dele enquanto país, tornando parte de sua nação.

Mas para mim, ainda somos uma nação individual com uma cultura e um povo único. Temos tradições; padrões de vida; de beleza totalmente diferente dos deles.

Eu vivi muito tempo nas ilhas havaianas de Kailua, uma cidade distante da capital Honolulu. As aldeias eram felizes e unidas, era muito comum a visita de homens brancos na comunidade. A curiosidade estampadas nos olhos azuis deles me encantaram, e me fizeram cair-me em uma infindável escuridão.

Mali? – ouvi o chamado de minha mãe.

— Sim?

— Vamos! Seu pai quer lhe mostrar para os americanos. – eu odiava como eles apareciam aqui e faziam parecer que éramos animais enjaulados no zoológico.

Revirei os olhos.

A mais velha não deixando passar despercebido, me beliscou em repreensão.

Me assusto ao perceber que eram todos homens. Dou passos para atrás da minha mãe ao perceber seus olhares por todo meu corpo.

É incrível como o instinto feminino é capaz de dectar ameaças. Eu era jovem e manipulável, mas ainda assim, soube que algo estava errado.

— Querida, cumprimente nossos convidados. – meu pai tentou disfarçar meu humor reativo com um sorriso sem graça que demonstrou seus dentes tortos, mas bem cuidados.

— Oi. – ainda atrás de minha mãe, digo.

— Qual é o seu nome, lindinha? – olho para seu rosto e o analiso, assim como faço com os outros.

Este era mais velho, já tinha cabelos grisalhos. Os outros aparentavam ser jovens adultos.

— Mali. – minha resposta foi áspera, assim como meu humor.

O vejo acariciar seu bigode enquanto assentia lentamente com a cabeça. Assistimos os homens se afastarem de nossas casas e irem para as vilas vizinhas.

— Você ficou maluca, menina?! – meu progenitor apertava meu braço em fúria quando viu que os estrangeiros já haviam ido. — Isso lá é jeito de tratar os estrangeiros?!

— Não gostei deles. – fui sucinta. Ele deveria estar se orgulhando, pois este gene teimoso era todo dele.

— Isto é totalmente irrelevante quando são as visitas de americanos como estes que trazem o sustento para nossa casa. – abaixei a cabeça, me sentindo envergonhada.

Que tola, não?

Ser criada para agradar os outros não é lá muito inteligente. Hoje entendi isso, da pior forma.

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