Capítulo 2

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Maraisa

Deus havia colocado a Marília Mendonça no meu caminho e apesar dela ser mandona, eu não poderia desperdiçar a oportunidade.

Ela me deixou com a Luísa, que tratou de me explicar pessoalmente como a Marília gostava das coisas, a Luísa era um doce, ao contrário da Mendonça.

Carla, não reclama, ela está te ajudando!

– Carla, você entendeu?

– Sim, senhorita Sonza, muito obrigada!

– Me chame apenas de Luísa, ok? Boa sorte com a Marília e qualquer coisa me procure.

– Ok, obrigada.

Esperei a Marília sair da reunião, Luísa me pediu para começar aquela hora mesmo, se fosse possível e eu atendi prontamente, queria deixar claro para a Mendonça que eu conseguia fazer aquilo e que ela não iria se arrepender de ter me ajudado.

– Carla, muito bem! Vejo que está realmente interessada neste emprego.

– Claro, senhorita Mendonça, não irei decepcioná-la.

– Espero que não.

– Algumas pessoas ligaram.

Repassei todos os recados para ela, que ao menos me agradeceu, ela poderia ser um pouco mais educada.

– Ok, você está liberada.

Eu fui para o ponto de ônibus, do nada começou a chover muito e eu estava morta de fome, merda, para onde eu iria?

Um carro preto parou ao meu lado, eu reconheci logo, era a Marília.

– Vai ficar na chuva, garota?

– Eu preciso.

– Para onde você vai?

– Preciso procurar uma pousada.

– Entra!

– Não... Eu não quero incomodar.

– Carla, eu mandei entrar!

Revirei os olhos e entrei em seu carro.

– Pode me deixar no centro da cidade...

Ela nem me respondeu, apenas seguiu para um lugar luxuoso, definitivamente, não era o centro da cidade.

– Para onde está me levando?

– Garota, você não tem onde ficar, não reclama.

A casa da Marília era enorme, eu estava perdida ali, aparentemente, não havia ninguém além de nós duas naquela mansão.

– Mora sozinha?

Ela me ignorou novamente, qual problema daquela garota?

– Minha querida?

Ouvi uma voz vinda de longe, deveria ser a mãe dela.

– Aqui! – ela respondeu animadamente quando uma mulher negra adentrou a sala.

– Oh, não sabia que estava acompanhada...

– Não é isso, não hoje.

– Sério? Está tudo bem com a minha garota?

– Eliane!

– Desculpa, meu amor.

Ela deu um beijo no topo da cabeça da Marília, que pediu para ela me mostrar um quarto, aparentemente, eu passaria a noite ali.

Marília

Eliane foi mostrar o quarto em que a Carla ficaria, retirei meus saltos e me joguei no sofá, estava morrendo de fome.

Sensitive - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora