Sensitive - Malila

Capítulo 56

Marília

- Doutor, eu vou poder vê-la?

- No momento não, ainda estamos investigando a gravidade das lesões.

- Entendo.

- Manterei você por dentro de toda a situação, com licença.

- Obrigada!

O médico saiu me deixando sozinha com a Katy, já que Luísa foi consolar Lauana com comida em algum lugar por aí.

- Acho que precisamos conversar, Lila. Podemos?

- Podemos, eu acho.

- Vem, você necessita de um café, branquela.

- Bem forte.

- Eu sei, vamos?

Fomos até a cantina do hospital, me sentei em uma mesa num canto afastado, e não demorou para que ela voltasse com dois cafés, com um olhar inquisitivo sobre mim.

- O que aconteceu com a Maraisa?

- Ela foi espancada.

- Isso eu percebi. Quero detalhes, Marília.

- Foi o filha da puta do ex dela, aquele drogado do caralho.

- Melhor você me explicar do início, ele a ameaçava?

- No início não, ele tinha sumido, sabe? Mas depois ela caiu da escada, lembra?

- Sim, você estava em Nova York, pelo que me lembro.

- Isso, ela não caiu simplesmente, não foi um acidente. Ele a derrubou, depois disso ele começou a ir atrás, ameaçar e porra eu não percebi, eu não soube cuidar dela, Katy. Eu sou péssima.

- Ei, shiu, não fala isso nem brincando! Você é perfeita para a Maraisa. Aquela menina te ama, Marília, você também é trouxa por ela, mas você nunca vai poder proteger todo mundo o tempo todo, entende? Enfim, continue.

- Depois ela fugiu, eu não sabia porque, eu só achei que ela era como as outras. Graças a Lu, eu percebi que não, nós estávamos nos acertando, ela só ia tentar descobrir umas coisas, afinal, o Fernando é tão idiota que não saberia fazer nada sozinho, não inventaria as acusações contra mim sozinho, ele só me ameaçaria de um jeito amador. Quando descobrimos quem estava por trás de boa parte dessa história, ele ligou falando que ela estava morta.

- Ligou para você?

- Não, para a Bia.

- A minha Bia?

- É.

- Espera, como ele a conhece?

- A Bia estava atrás dessa sujeira.

- Porra, eu não consigo acreditar.

- Eu também não...

Ela me abraçou demoradamente, eu sei que ela está decepcionada, é apaixonada pela Bianca desde que eu as conheço, eu sei que ela também está sofrendo.

- Vamos prender todo mundo, Lila. Todo mundo.

- Katy... Eu não sei se...

- Não venha sentir pena dela agora, Marília. Vamos fazer o que temos que fazer.

- Okay. Quando encontrá-lo me avisa?

- Claro. Se cuida. Qualquer informação entre em contato comigo.

- Pode deixar, eu ainda preciso avisar aos pais da Maraisa, que droga. Por que eu não posso ser feliz?

- Marília, você vai ser muito feliz, confia em mim! Preciso voltar para delegacia agora. Tenho que prender algumas pessoas.

- Tudo bem. - nos despedimos e eu fui me encontrar com as meninas, que estavam perdidas em qualquer canto desse maldito hospital.

- Hey, bebê, onde você se enfiou? Eu achei que tinha ido fazer alguma besteira...

- Eu só estava falando com a Katy, Lu. Ela vai cuidar do caso da Isa e porra, nós nunca vamos ter paz?

- Vão, vocês merecem só coisas boas, Lila. O problema é que a maioria das pessoas não sabem aceitar a felicidade alheia, fazem questão de destruir porque não encontram algo melhor para fazer da vida. A vida dessas pessoas são tão medíocres, que eles tem que afetar ao outro de qualquer jeito.

- Eu sempre vou ter que perder alguém?

- Marília, você não vai perder a Isa, ela é tipo aquelas deusas imortais e vai por mim, ela é tão ciumenta que não te deixaria sozinha nem fodendo. Agora me dá aqui um abraço. - ela me abraçou, com isso, quero dizer que ela me sufocou no meio dos peitos delas, por um tempo muito longo.

- Obrigada por estarem comigo!

- Nunca vamos te abandonar.

- Bem, eu preciso conversar com os pais da Isa...

- Depois, Lila. Vá tomar um banho, descansar um pouco, a Maraisa não vai acordar agora e ela já está fora de perigo. Amanhã você volta!

- Mas eu não quero deixá-la sozinha.

- E nem vai, Lila. A melhor equipe médica está cuidando dela. Você não vai ajudar desse jeito.

- Eu sei, pior que eu sei.

- Vamos para casa que a pequena deve estar super entediada sem a dinda favorita.

- Tão convencida, Lauana.

- Sem brincadeiras, Maraisa não ia gostar de saber que você está sem se alimentar, dona Marília.

- Tudo bem, vamos para casa. Mas eu volto...

- Sim, eu te trago!

"Lila, a Bia veio aqui na delegacia e disse que vai ajudar com toda essa história. Vai ficar tudo bem." - Katy.